sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

É Natal - por José Carlos

É Natal

Quinta feira dia 21/12/2017 nós ultraloucos saímos pelas ruas de São Bernardo do Campo, para mais um treino, como tantos outros que fizemos durante todo este ano. Mas este dia foi diferente e muito especial, estávamos em estase e curtindo o clima Natalino, e percorremos o trajeto cantarolando com muita alegria,e acenando para todos os frequentadores dos bares, dos parques, os moradores das casas, os que estavam nas ruas, todos devolviam com o mesmo carinho nossas saudações de Feliz Natal, e dava para perceber que curtiram e aproveitaram este momento com a mesma alegria com que todos nos aproveitamos. Foi uma verdadeira festa, e teve até distribuição de balas para as crianças e adultos também. Além de deixarmos um pouco da nossa contagiante alegria pelas ruas, pudemos ratificar a abençoada amizade desta maravilhosa equipe de Ultraloucos.

Jingle Bell, Jingle Bell. Ho! Ho! Ho! Feliz Natal para todos.

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Dora Marquetti - Sinonimamente heroica

Realizar uma corrida, independente da distância, precisa acima de tudo disposição e iniciativa. Disposição muitas vezes para sair de um histórico sedentário, com vários pequenos problemas embutidos, que normalmente colocariam muitas pessoas presas em suas casas. Iniciativa para dar o primeiro e mais importante passo, na expectativa de colocar em prática todo sonho de se tornar um atleta e aos poucos buscar seus objetivos dentre as mais diversas provas existentes. Quantos exemplos contemplamos em nosso dia a dia, atletas vencedores de grandes provas renomadas, guerreiros que passam por cima de toda falta de incentivo, de nosso desestruturado país. Atletas que nos inspiram por suas superações, transpassando as dificuldades, tornando-se referência nas corridas de rua brasileira e por que não dizer do mundo. Esses inspiradores vão além da fama, status e holofotes, por seus patrocínios e tempos em provas afamadas. Quantos corredores que convivemos que superam todos os seus problemas, sejam eles extrema pobreza, reabilitações de acidentes, depressão profunda, ou seja lá qual for o abismo, esses corredores inspiradores, estão ao nosso lado, tão ou mais incríveis que muitos “Vanderleis, Marilsons e Giovanis”, pessoas vencedoras, dentro e fora das pistas, que além de seus caráteres ímpar, são verdadeiros guerreiros, amantes da corrida, que inspiram muita gente, mesmo sem os aplausos do público, os mimos das marcas esportivas e a pressão da mídia. Uma dessas incríveis guerreiras, exemplo a cada Ultralouco que leva seu corpo ao extremo em cada aventura é Doralice Marquetti Vanzetto, uma atleta de extremo valor, seja pela amizade, por seu caráter e por seus resultados. Dora, como é mais conhecida, vem nos últimos 20 anos demonstrando seu valor dentro das pistas, por suas conquistas, mas muito além pela pessoa extraordinária que é, onde cada parte de seu interior demonstra a excelente esposa que é, mãe, amiga e guerreira nas pistas. É através desse humilde texto, que os Ultraloucos vem, com muito carinho, desejar muitos anos de vida, Parabenizando por seu aniversário e destacando a toda nação de corredores o teu extremo valor... Parabéns Dora! 

terça-feira, 3 de outubro de 2017

Encarando às 12 horas de Piracicaba

Seguindo caminhos distintos dentro da corrida de rua, meu irmão Pedro Luiz e eu, traçamos um alvo em comum em nosso calendário de provas. Pedro vem se dedicando às provas mais longas, de mais de 200 km, onde sua incrível resistência lhe destaca. Já eu, venho participando de vários tipos de prova, menos provas longas, para dar uma variada nos estímulos. Dessa forma, Pedro mesmo vindo de uma lesão que lhe fez parar por aproximadamente 30 dias, estava com a resistência em dia, e eu, mais rápido do que o habitual, ele sem muita velocidade e eu pouquíssimo resistente. Escolhemos formar uma dupla e participar das 12 horas de Piracicaba, organizado pela Gaia Esportes. Cada um correria aproximadamente 6 horas e como um treino de luxo, formaríamos uma equipe, afim de nos divertir no meio esportivo. Em meio a isso tudo, ganhamos a companhia de Dicler Agostinetti, que resolveu encarar as 12 horas sozinho, na categoria solo. Mais que uma competição, seria uma diversão que estaríamos ingressando. A prova seria em um agradável parque da cidade de Piracicaba, numa pista que envolvia um belo lago. Várias categorias, em várias provas distintas, num mesmo evento, deixavam o parque repleto de atletas, vindos das mais diversas partes do Brasil. Nossa estratégia era cada 10 km revezar, tendo um tempo suficiente para recuperar as forças e voltar em condições de fazer uma corrida agradável. Já Dicler, estaria em carreira solo, durante as 12 intermináveis horas. Pedro largou e mesmo inseguro pela lesão que lhe afligiu dias antes, conseguiu imprimir um bom ritmo, percorrendo seus 10 km e me passando a vez, pra fazer minha parte. Estava me sentindo muito bem, corri com muita tranquilidade, economizando energia, pensando na prova como um todo, sabendo que ficaríamos o dia inteiro ali. Com o passar do tempo, a temperatura foi aumentando, o desgaste crescendo. Nosso receios se concretizaram... Pedro sentiu um forte desconforto na região que sentiu a lesão, já eu, sofri com a falta de volume, em meus treinos curtos dos últimos tempos. Pedro diminuiu a velocidade pela lesão, enquanto eu lutava com a exaustão física. Após 8 horas de prova estávamos revezando a cada 5 km, nesse momento sabendo que estávamos em quarto lugar, bem próximo da dupla terceira colocada. Enquanto isso, o Dicler seguia sua jornada, administrando o cansaço, buscando alcançar o máximo de km possível. Somente as 3 primeiras duplas subiriam ao pódio e seriam premiadas. Claro que queríamos estar entre elas, mas nossa situação física não estava nos favorecendo, estando o tempo todo atrás da dupla adversária, que inclusive fizemos amizade durante a prova. Quando faltava menos 20 minutos pra encerrar as 12 horas, com algumas inversões na estratégia, conseguimos ultrapassa – los e fechar a prova em terceiro lugar, com 133,6 km rodados, numa improvável recuperação. Já Dicler, fechou a prova com 81 km, lhe rendendo o segundo lugar em sua categoria. Mais do que buscar por posições,  almejar premiações ou qualquer outra coisa, estar nessa vibe e se esforçar ao máximo, sem dúvida, é o combustível para estar presente em mais um desafio!

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Pedra, flor e espinhos - Bravus Race -- Por Carol Máximo

Como acorda uma mulher de 36 anos, comprometida, filho e com sua profissão?  Quais as vontades, desejos e ações de uma mulher dessa idade? Não sei. Mas eu acordo com vontade de adrenalina! 
Rotina pra mim é como pastel sem recheio, céu sem sol. Não existe graça nenhuma.
Sou movida a desafios, surpresas, emoções. Sou pura energia, força,  garra, competitividade. Uma criança presa a um corpo que graças à Deus, não condiz com minha idade. 
Sou corredora. Cheia de troféus. 1°, 2°, 3° lugares em diversas modalidades.  Até stand up paddle me atrevo a competir. E ganhar!
O que mais falta? Preciso mudar os ares, afinal, não posso deixar tudo cair na rotina. Porque não competir novamente na Bravus race?  A Bravus é uma corrida de obstáculos,  ou seja, uma corrida com percurso determinado e obstáculos durante o percurso. Nessa etapa o percurso era de 10 km e 24 obstáculos.
Sim, é isso. Vou correr a Bravus race. 
Para se disputar um troféu você precisa se inscrever na modalidade elite e disputar com os feras, os top de todo o Brasil. Será que estou apta a isso? 
Bom, assim, mudam os treinos, o treinamento fica mais duro, pesado. Mais tempo na  academia menos tempo em casa. Mais  tempo correndo menos tempo na balada. Mais tempo focada em exercício menos tempo focada no trabalho. 
Músculos crescem. Dieta mais controlada. O corpo se moldando e já se preparando. A cabeça?  Essa já nasceu preparada! 
Nervosismo inevitável. No dia da prova fazia 13°. Só pensava na lama, na piscina de gelo, no choque, nos obstáculos mais duros que iria passar.
Concentração na largada. Categoria elite feminina e masculina juntos. Muito músculo, muita energia, muito sangue nos olhos,  muita vontade, muita gente junta. Todo mundo buscando o seu melhor, um troféu quem sabe. 
São 7:15 e é dada a largada.
Os primeiros obstáculos são fáceis.  São muros de 2 metros que devemos atravessar. Sem nenhuma ajuda. Pra quem treina é até que fácil. O nome desse obstáculo é "Barricada ".
O próximo é o "Força Motriz". Carrega se mais de 12 litros de água num galão por um trecho determinado. 
No "Andar do urso" rastejamos por uma trincheira. Arame farpado por cima da lama.  Impossível terminar esse obstáculo sem arranhões e dor nos braços. 
O quarto obstáculo foi marcante pra mim. Eu já havia passado a maioria do pelotão mas a minha frente estava a minha maior adversária. Ela havia ganho nada menos do que 9 vezes a Bravus. E no "Alcatraz" , onde se atravessa 300 metros preso a um bloco de 20 kg, eu ultrapassei a atleta. 
A partir daí liderei a prova toda até o final.
Passei pelo "King Kong argola". 10 metros pendurada como um macaco.
O "Muro das lamentações " mais um muro  de 2 metros . 
O "Pithall" a "Serra pelada" são obstáculos com muita água e lama. O "Brutus" exige força ao carregar um tronco por vários metros nas costas. 
O "Teia de aranha" é uma enorme rede esticada no chão que atravessamos rastejando embaixo dela e sobre a lama. 
O "Meia tonelada" possui sacos de 18 kg para ser atravessado num percurso longo. 
Já no "Quebra peito" carregamos tronco de madeira pelo percurso.
No "Hércules ", sacos de 10 kg devem ser erguidos a uma altura de 5 metros.
O "Muro invertido" é similar aos outros muros da prova, assim como a "Muralha da China". 
Logo em seguida vem o "King Kong duplo" similar ao outro King Kong. 
Tivemos o "Jump na corda". Na sequência o "Swing do gorila", passamos por uma piscina como Tarzan. O "Jump heroes" com uma plataforma de 10 metros de onde saltamos para uma piscina. Dá medo mas rende fotos incríveis. 
No "Brutus" você também carrega peso nas costas.
No "Cubo giratório" também se atravessa uma piscina só que o desafio é atravessar cubos gigantes. 
O "Monte bravus" é um dos mais temidos. Uma rampa de 4m para subir com impulsão,  força e velocidade.
Nos dois últimos obstáculos já foi consolidada a minha vitoria.
Então chega a hora de atravessar o "Sibéria". Uma piscina de gelo onde devemos atravessar mergulhando. Afundar naquela água congelante paralisou meus músculos e me fez perder o ar. O frio de São José dos Campos aumentou a sensação de frio para todos, fazendo uma das atletas de elite ser socorrida com hipotermia. 
Pra finalizar o "1000 volts" . Redes de fio desencapado que dão choque mesmo. Neste eu caí próximo do final por conta de um choque que fez minhas pernas paralisarem. Terminei obstáculo rastejando, cansada, exausta na verdade,  mas vitoriosa. Me levanto, ergo a cabeça.  A essa hora não preciso mais correr. Minhas adversárias estavam longe. Cheguei andando, plena, com frio, esgotada, com alguns roxos, arranhões, mas completamente feliz.
Faria tudo de novo. 
Treinaria pesado até quase desmaiar de novo.
Deixaria de ir ás baladas de novo.
Sentiria cada dor no meu corpo de novo.
Tudo pelo gosto da adrenalina. 
Porque o único passo entre o sonho e a realidade é a atitude. Rompa suas barreiras mentais. O sucesso é uma questão de vontade,  ação e dedicação. 
É no fogo que o ouro é moldado. 
Sou pedra, flor e espinho. 
Meu nome é Carolina Máximo. 

quarta-feira, 14 de junho de 2017

Ultra Desafio de Morungaba 2017

Por: José Carlos Esbrissa

Momento 1
São 4:00 horas da madrugada, o dia começou cedo em pleno sábado, as 4:32 horas disparei minha primeira mensagem enviada pelo Whatsapp para a equipe ultraloucos, “Espero que todos estejam acordados e preparados” de bate e pronto foram respondendo e enviando as mensagens de que estavam acordados e se preparando para o dia “D”. As 5:10 hs todos estávamos juntos no lugar marcado para nosso encontro, e para minha surpresa ninguém atrasou, coisa de gente comprometido com a equipe e com seus objetivos.

Momento 2
Partimos rumo a Morungaba no horário combinado, numa caravana composta por 3 carros, 1 carro já tinha ido no dia anterior, a viagem teve uma parada para nosso merecido desjejum, onde pudemos descontrair e jogar um pouco de conversa fora, por sinal muito agradável.















Momento 3

Chegamos em Morungaba aproximadamente uma hora antes da largada, pegamos o Kit promocional, e começamos os preparativos para o início do grande desafio, todos aproveitaram para a troca de experiencias, ouvir atletas veteranos com muito conhecimento de muitas provas realizadas, como nossos ilustres amigos,  Dicler, Parreira, Oracha, Shimpei e o Vagner, tinha também os não tão rodados em provas, como José Carlos (Eu),  e o Eduardo, e os loucos por provar sua primeira experiencia em desafios de Ultra desta magnitude, como a Tatiane, a Dora e o Fernando, e para sua maior e primeira distância de 25 KM estava o Sidnei. A ansiedade tomou conta por todo o tempo de preparação, conferir os alimentos, os suplementos, os materiais de primeiros socorros, lanterna, todo o cuidado para não faltar nada.











Momento 4
A largada foi dada exatamente no horário marcado pela organização da prova, precisamente as 9:00 horas da manhã, logo a adrenalina tomou conta de todos, podíamos perceber em todos os atletas, amigos e desconhecidos que vieram de todos os lugares deste mundão de meu Deus, mas que por um dia inteiro pareciam que todos se conheciam, tamanha é a solidariedade com que os atletas se tratam durante todo o tempo do desafio. Subimos montanhas, passamos por trilhas, matas fechadas, terrenos adversos, descidas e tudo o mais, começou de dia e terminou a noite, o dia pareceu passar em pouquíssimas horas, nem deu para perceber o tempo passar.

Momento 5
A chegada, o final do desafio tem um sabor especial para cada um, gente que ri, que chora, que grita, que pula, abraça um amigo, abraça desconhecido, faz amizade, um sentimento inexplicável sentido por quem tem o privilégio de concluir um desafio deste porte. Todos os amigos ultraloucos conseguiram terminar a prova com dores, cansaço, mais tudo dentro do previsto e esperado e de forma gloriosa, afinal de contas este foi um ultra desafio, o nosso ultra desafio. Parabéns meus queridos amigos, levarei estes momentos para sempre em meus pensamentos e no meu coração, obrigado pelo companheirismo, vocês fazem a diferença.
Eu sou um ultralouco, eu vivi está experiência, eu tenho o que contar.


quarta-feira, 17 de maio de 2017

O desafio 300 km -- Uma análise do carro de apoio - Por Dicler Agostinetti

A prova começa muitas semanas antes quando já se inicia o planejamento e logística. São dois atletas que vamos acompanhar: os irmãos Pedro e Roberto (Beto) Cianfarani.  Juntou-se a eles, meio que de última hora, Agnaldo Sampaio nosso mestre, para essa longa jornada.
Quem serão os apoios? Leva algum tempo para definir. A dificuldade está no fato de deixar a família (o Pedro que era um dos corredores, correu no dia de seu aniversário), deixar o trabalho, enfim conciliar tudo.
Finalmente conseguimos formar a equipe, que é composta por José Antonio Parreira, Carlos Maurício (que não tinha nenhuma experiência como apoio, nem nesse tipo de corrida e se mostrou de uma competência ímpar, vestiu realmente a camisa) e eu, Dicler Antonio Agostinetti.
 Parreira, sempre fundamental pelo seu senso de direção sensacional, evitando assim qualquer risco de que nos perdêssemos, além de acompanhar os atletas também correndo.
Carlos Mauricio que dirigiu nosso carro de apoio a maior parte do tempo, sempre disposto, cooperando incondicionalmente e chegou a correr também com o Pedro, no terceiro dia, em torno de 25 Km.
Eu, que mesmo com a dificuldade no meu senso de localização e uma visão noturna baixa, procurei estar sempre perto dos atletas, apoiando-os e estimulando-os o tempo todo.
Todos enfim, ligados entre si, seis homens e um objetivo.
Beto, Pedro e Agnaldo foram juntos até o Km 90, quando o Agnaldo parou. No Km 145, Beto precisou abandonar a prova por problemas físicos e metabólicos. A partir daí todas as atenções, inclusive do próprio Beto, foram para o Pedro que mais uma vez se mostrou incansável no seu objetivo.
Passei com ele a segunda noite, praticamente inteira e mais uma parte do terceiro dia. Passamos muito frio nessa noite.
Realmente deu tudo certo.
Estávamos sempre muito preocupados para que nada saísse do controle: o carro não poderia quebrar, não poderia atolar. Não poderia faltar água, isotônico, água de côco, alimentação. Descanso controlado no relógio. Após praticamente 55 horas e meia chegamos e concluímos, até agora, o maior desafio.
Não existe satisfação maior de ver que o atleta atingir seu objetivo.
Ali, todos somos veteranos (até mesmo o nosso novato Carlos portou-se como tal) e sabemos que há dias que é o dia e tudo dá certo. Há dias em que é preciso respeitar o corpo. O corpo fala.

Parabéns a todos.

sexta-feira, 5 de maio de 2017

Ultraloucos descendo a serra do Mar - Por José Carlos

No domingo dia 30 de abril de 2017, aproveitando o feriado prolongado de primeiro de maio, nós corredores resolvemos tirar o dia inteiro para realizar um treino diferente, descer a serra do mar pela estrada de manutenção da Rodovia dos Imigrantes numa aventura de 63 km, partindo de São Bernardo do Campo com destino final a cidade de Santos. Que seria desafiador nós já sabíamos, estávamos preparados para a distância, as dificuldades com o terreno, as dores musculares,e todas as surpresas que um novo treino proporciona, mas o que não fazíamos a menor ideia é que seria um dia especial e único, um dia para ficar na memória de todos, foi inesquecível, a região da serra do mar é maravilhosa e surpreendente, inúmeras cachoeiras, a mata atlântica, as rochas esculpidas divinamente com sua beleza descomunal, tudo é possível de se vê, mas se vê somente quem encara-la a pé, interagindo e desfrutando do que existe de mais belo neste mundão de meu DEUS. Este treino ficará registrado para sempre e fará parte do percurso do ultraloucos. Este foi mais um de nosso treino de preparação para o Ultra Desafio de Morungaba, prova que se realizará no dia 20 de maio de 2017, com as distâncias de 25, 50 e 75 km.


domingo, 30 de abril de 2017

Mais bravo que a distância

Ter o privilégio de presenciar uma tremenda amostra de bravura, perseverança e extrema resistência mental e física não se tem todo dia. Tive esse privilégio no dia 21 de abril, mais precisamente no “300 o Desafio “, prova piloto que tive a honra de estar presente entre os 25 atletas que largaram, na busca pela conclusão dos 300 km. Percorri aproximadamente 145 km, estando durante boa parte desse tempo na companhia de Agnaldo Sampaio e Gecier Gomes, atletas experientes, amigos de longa data, guerreiros que escreveram seus nomes na história dessa tão promissora prova, organizada pela Ultra Runner Eventos. Infelizmente, assim como eu, Agnaldo e Gecier não concluíram os 300 km, prejudicados por enfermidades e problemas físicos. Me restava entrar no carro de apoio e dar incentivo ao meu irmão Pedro Luiz,  que ainda estava na prova. Ele percorreu os 145 km ao meu lado, enquanto estive na prova, seguindo sozinho após meu abandono,  dando uma verdadeira lição de perseverança e resistência físico – mental, emocionando a todos que acompanharam o evento. Os primeiros 100 km da corrida era a parte mais fácil de todo o percurso, possibilitando aos atletas imprimirem ritmos mais acelerados. A temperatura surpreendeu a todos,  castigando a maioria dos corredores, influenciando a segunda metade da prova. Enquanto esteve ao meu lado, Pedro se mostrava centrado, organizado em seu ritmo,  sincronizado com sua estratégia, avançando de forma segura com o passar do tempo. A equipe de apoio estava alinhada, amparando o atleta em tudo que precisava. A equipe era formada por Carlos Maurício, Dicler Agostinetti e José Antônio Parreira,  amigos fiéis que não deixaram Pedro um só segundo de lado, imersos na missão de conduzi-lo até a linha de chegada com segurança. Vale destacar o belíssimo cenário que presenciamos pela histórica estrada Real,  que nos conduziu desde a cidade de Tiradentes até Passa Quatro, tudo pelo território mineiro. Quanto mais percebia o desgaste emocional em seus olhos, mais notava sua entrega na corrida, em superar um percurso que a  cada quilômetro ficava mais difícil. Em determinado momento da prova, seu ritmo deu uma caída,  dando parecer que poderia ter grandes problemas pra superar toda distância. Mas como já citado,  quanto mais cansado, mais Pedro se entregava em sua missão. Após correr quase toda prova entre os primeiros colocados, Pedro Luiz Cianfarani terminou a corrida em terceiro lugar geral masculino, vencendo a distância, o sono, o cansaço, superando os temidos 300 km, em pouco mais de 55 horas, sem dormir, com pequenas pausas de descanso, mostrando que uma ultramaratona se completa mais com o coração do que com o físico. Parabéns Pedro, por essa exibição ímpar de força, resistência e coragem. 

sábado, 15 de abril de 2017

300 - O Desafio

A corrida incessante de se superar, eleva o ser humano a tal ponto, de buscar sempre mais, colocando o homem em constante batalha interna, gladiando-se com sigo mesmo, injetando em cada atleta o desejo de estar cada vez mais alto, mais do que ontem e muito mais amanhã. Isso traduz um pouco o que é o ultramaratonista, um atleta comum como outros das inúmeras modalidades esportivas existentes, com suas qualidades e defeitos,  mas que olha para seus desafios não como um gigante invencível, mas como um grande obstáculo à ser vencido. Dessa forma, 30 guerreiros estarão como “pioneiros “, os primeiros a enfrentar uma nova prova, os “300 - O Desafio,  organizado pela Ultra Runner Eventos, com largada dia 21 de Abril, em Tiradentes MG, corrida de 300 km, percorrendo a famosa estrada Real, com sua linha de chegada em Passa Quatro, também em Minas Gerais. Todos os atletas que estarão presentes possuem grande experiência em provas de ultramaratona, com muitas provas em seus currículos.  Mas é claro que percorrer 300 km é um gigantesco desafio, independente da experiência do atleta. Serão pelo menos duas madrugadas a serem vencidas, além da altimetria desafiadora, com muitas serras pelo percurso,  mas nada que intimide os “malucos” que estarão encarando “300 - o Desafio”. Entre os nomes desafiados encontra – se nomes tradicionais nas principais provas brasileiras, como Pedro Luiz Cianfarani,  Gecier Gomes, Agnaldo Sampaio, Delino Tomé, entre outros, atletas que já estiveram em situações extremas, em corridas duríssimas e que certamente darão um show de superação,  buscando cada vez mais se superar,  a cada metro percorrido, a cada morro escalado, vencendo cansaço, Sono e todo tipo de dor, objetivando vencer a distância, vencer a si mesmo.

terça-feira, 4 de abril de 2017

PREPARANDO PARA GUERRA

Assistindo filmes históricos de guerra, aquele entretenimento superficial de fim de semana, me peguei refletindo como seria um treinamento para esse episódio tão triste e catastrófico. Uma guerra leva o ser humano ao extremo do extremo, seja físico ou psicológico, onde muitos acabam sucumbindo para si mesmos, antes de cair diante de seu adversário. Como estimular os aspectos exigidos a fim de deixar o combatente preparados para defenderem sua pátria ou causa, sem eliminá-lo ainda no treinamento. Em meio a essa reflexão, veio a mente a preparação que nós, os ultramaratonistas que participarão dos “300 km O Desafio”, organizado pela Ultra Runner Eventos, faremos para estarmos prontos pra encarar essa temida distância. Será que existiria algo específico, estímulos a serem executados que nos dariam a certeza de estarmos preparados para engolir os 300 km, sem anseio ou temor? Mesmo com a ciência evoluindo a cada dia, estruturando o conhecimento científico que dá base aos treinadores, para desenvolverem uma preparação organizada, muito se discute na ultramaratona, principalmente sobre o volume e a intensidade dos treinos a esses atletas, que em sua grande maioria, trabalham o dia inteiro, dormem pouco e se viram no avesso para acharem um tempinho pra treinar. Muitos atletas se entopem de rodagens, castigam seus corpos em treinos de força, chegam a percorrer quilometragens insanas, deixam suas vidas exclusivas a corrida, a fim de se prepararem plenamente para uma ultramaratona, passam da linha e chegam sem condições físicas de correr a prova. Daí vem novamente a pergunta, como se preparar para uma prova de tamanha distância, como os 300 km do “O Desafio “? Respeitando cada teoria de cada treinador, observa-se em comum que muitos estimulam a capacidade aeróbia, com muitos treinos longos, específicos que essa modalidade exige, rodagens de muitas horas, normalmente em baixa intensidade, auxiliando no aumento da auto confiança do atleta. Outros treinos que acabam sendo frequentes, são quando esses desafios serão realizados em montanhas, são as rodagens em subidas e descidas, no meio do mato ou até mesmo em plena zona urbana, onde os atletas sobem e descem sem parar, durante horas e horas. No meio disso tudo, encontramos a musculação pra fortalecer a musculatura e os treinos intervalados de intensidade (os tiros) com seus objetivos de adaptações fisiológicas, tudo isso pra deixar o atleta preparado pra guerra. Encaixar tudo isso a um ser humano que trabalha por 12 horas diárias, dorme pouco e normalmente não tem uma dieta ideal, torna – se um quebra cabeça, para não correr o risco de ao invés de deixa-lo preparado no dia da prova, ele esteja exausto, com várias tendinites, literalmente quebrado para percorrer seu desafio. Estar resistente às muitas horas de atividade, forte para superar as terríveis subidas, emocionalmente pronto para virar várias madrugadas e ainda por cima feliz por estar nessa prova que promete ser um sucesso, vem de encontro com a maioria dos atletas que temos contato. O treinamento foi realizado com sucesso,  alcançamos nossos objetivos traçados quando decidimos enfrentar “O Desafio “.No dia 21 de Abril, meu irmão Pedro Luiz e eu, enfrentaremos os 300 km da Ultra Runner e veremos se nossa estratégia de treino nos preparou de forma significativa ou não para nossa “guerra”. Depois contamos como foi!

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Brazil 135 2017- Um novo contexto

Um velho e conhecido cenário, de muitas lembranças e intensas experiências, em um novo contexto. Assim os dois Ultraloucos, Pedro e Dicler,  vão enfrentar o percurso da Brazil 135 Ultramarathon,  que terá sua largada dia 12 de Janeiro, na já tradicional cidade de São João da Boa Vista e sua chegada em São Bento do Sapucaí, 261 km de muita luta. Acostumados a enfrentar o percurso na categoria solo, nossos guerreiros se uniram e vão encarar a categoria duplas no evento. Apesar de parecer mais fácil,  pelo fato de revezar a distância,  nesse tipo de prova as dificuldades são outras, por esfriar o corpo constantemente nas trocas, onde cada atleta vai percorrer uma parte, revezando a cada trecho, dificultando a retomada da corrida e consequentemente do ritmo. Cada período de repouso vem com o objetivo de recuperar a musculatura e articulações, para momentos mais tarde por o pé na estrada e “explorar a máquina “ ao máximo. Gecier Gomes e Cordeiro Ananias também formarão outra dupla, que dá mesma forma vão dar tudo de si, na mesma “pegada, na mesma jornada. Outro ultralouco no evento,  José Antônio Parreira, enfrentará os 261 km sozinho,  uma longa jornada a ser percorrida, onde muitas vezes o aspecto psicológico é mais importante do que o físico. Essa é a aposta de Parreira, que não deixa a alegria de lado, levando – a consigo por todo caminho, vencendo pouco a pouco a temida distância, das inimagináveis subidas e curtindo o visual.