A prova começa muitas semanas antes quando já se inicia o planejamento
e logística. São dois atletas que vamos acompanhar: os irmãos Pedro e Roberto
(Beto) Cianfarani. Juntou-se a eles,
meio que de última hora, Agnaldo Sampaio nosso mestre, para essa longa jornada.
Quem serão os apoios? Leva algum tempo para definir. A dificuldade está
no fato de deixar a família (o Pedro que era um dos corredores, correu no dia de
seu aniversário), deixar o trabalho, enfim conciliar tudo.
Finalmente conseguimos formar a equipe, que é composta por José Antonio
Parreira, Carlos Maurício (que não tinha nenhuma experiência como apoio, nem
nesse tipo de corrida e se mostrou de uma competência ímpar, vestiu realmente a
camisa) e eu, Dicler Antonio Agostinetti.
Parreira, sempre fundamental
pelo seu senso de direção sensacional, evitando assim qualquer risco de que nos
perdêssemos, além de acompanhar os atletas também correndo.
Carlos Mauricio que dirigiu nosso carro de apoio a maior parte do
tempo, sempre disposto, cooperando incondicionalmente e chegou a correr também
com o Pedro, no terceiro dia, em torno de 25 Km.
Eu, que mesmo com a dificuldade no meu senso de localização e uma visão
noturna baixa, procurei estar sempre perto dos atletas, apoiando-os e
estimulando-os o tempo todo.
Todos enfim, ligados entre si, seis homens e um objetivo.
Beto, Pedro e Agnaldo foram juntos até o Km 90, quando o Agnaldo parou.
No Km 145, Beto precisou abandonar a prova por problemas físicos e metabólicos.
A partir daí todas as atenções, inclusive do próprio Beto, foram para o Pedro
que mais uma vez se mostrou incansável no seu objetivo.
Passei com ele a segunda noite, praticamente inteira e mais uma parte
do terceiro dia. Passamos muito frio nessa noite.
Realmente deu tudo certo.
Estávamos sempre muito preocupados para que nada saísse do controle: o
carro não poderia quebrar, não poderia atolar. Não poderia faltar água,
isotônico, água de côco, alimentação. Descanso controlado no relógio. Após
praticamente 55 horas e meia chegamos e concluímos, até agora, o maior desafio.
Não existe satisfação maior de ver que o atleta atingir seu objetivo.
Ali, todos somos veteranos (até mesmo o nosso novato Carlos portou-se
como tal) e sabemos que há dias que é o dia e tudo dá certo. Há dias em que é
preciso respeitar o corpo. O corpo fala.
Parabéns a todos.
Grande dicler excelente texto..para min foi uma das melhores experiências que presenciei,acredito que o trabalho em equipe foi fundamental para o sucesso da prova...Abs!!
ResponderExcluirO prazer foi todo nosso em ter sua companhia
ResponderExcluirAté a próxima
Dicler