sábado, 26 de janeiro de 2019

PEREGRINAÇÃO PELO CAMINHO DA FÉ- por Dicler Agostinetti

Menos de duas horas após a chegada da BR 135+ em quarteto (Beto, Parreira, Pedro e eu Dicler) num tempo aproximado de 28 horas, desde São João da Boa Vista, até Paraisópolis, no dia 18/01/2019,   Parreira,  Pedro e este que vos fala, iniciamos a peregrinação  dessa mesma Paraisópolis até Aparecida do Norte, numa distância de aproximadamente 135 K de caminhada nua e crua, com certeza muito difícil para um corredor, pois corredor gosta de correr e não de caminhar.
Atacamos a primeira grande subida em direção a Canta Galo (Município de São Bento do Sapucaí). De fato não era tão grande assim, mas o cansaço a tornava muito difícil. Chegamos já a noitinha e encontramos a pousada da Vó Elza. Não tinha luz no bairro e mesmo assim, ela nos acolheu com muita cordialidade e simpatia à luz de velas. O banho foi frio e o jantar de lamber os beiços. Dormimos muito bem até aproximadamente 4 horas da manhã quando descobrimos porque o bairro se chama Canta Galo. Os galos despertam e cantaram bem debaixo da nossa janela ininterruptamente.
Já é dia 19 e depois de um café da manhã reforçado, saímos em direção a Luminosa (bairro de Brazópolis) onde passamos de passagem, rumo à primeira escalada , que é a subida do Quebra Perna (8 K de uma subida insana). Passamos rapidamente por algumas pousadas para carimbar a credencial que seria necessária para conseguir o certificado de peregrino, emitido pelo Santuário de Nossa Senhora Aparecida.
Vencido o Quebra Perna passamos pela Pousada Barão Montês (São Bento do Sapucaí) onde o Sebastião, um cozinheiro muito prestativo saiu de seu descanso para fazer um almoço digno de um rei.
Seguimos sem mais delongas rumo a Campos do Jordâo numa longa jornada pelo município em questão.
Pousamos no Refúgio dos Peregrinos,  um lugar muito prestativo e agradável e jantamos num restaurante pequenino com uma comida muito saborosa (infelizmente não lembro o nome agora). Mesmo depois de encher o bucho Parreira e Pedro ainda encararam um big hambúrguer, sinceramente delicioso ( eu também experimentei). Prometi aos donos voltar em julho, quando tem o festival de inverno, para comer mais.
Foi sugerido que desde a Pousada até a saída para Gomeral/ Pedrinhas ( bairros de Guaratinguetá) fossemos de ônibus, pois o caminho seria muito perigoso para o peregrino (em torno de 16 k), devido a grande risco de atropelamento. Assim fizemos, juntamente com mais alguns peregrinos.
À  partir de então iniciamos um novo ataque à última montanha de subida moderada. Desde a fronteira de Campos do Jordão para Guaratinguetá iniciou-se uma grande descida com muitas pedras grandes e soltas pela estrada. Tivemos que descer com muito cuidado, devido ao grande risco de queda
Quase finalmente fizemos o último almoço na pousada do Agenor, onde sua esposa (não soubemos seu nome) nos ofereceu novamente uma refeição deliciosa e farta. Ela disse gentilmente:  "Come bastante porque vocês estão gastando muita energia no caminho". Uma gracinha essa senhora.
Agora é tudo ou nada! Temos que chegar ainda hoje! Vamos embora. Inicia-se um trajeto praticamente plano até Aparecida, passando pelo Município de Potim, onde faltando aproximadamente 11 K para o término da jornada, uma chuva intensa veio para lavar a alma e o corpo de qualquer cristão.
Chegamos finalmente em Aparecida por volta das 18;30 h do domingo, 20/01/2019.
Estava terminando a última missa do dia e agradecemos. Só agradecemos o término da jornada. Impossível não se emocionar e não chorar. O choro é inerente ao ser humano. Muita alegria nesse momento.
Começamos em três. Terminamos em muitos: nossas esposas, nossos filhos, nossos pais, irmãos, a grande família Ultraloucos, amigos corredores e não corredores.
Obrigado, obrigado, obrigado!

PS: O caminho é muito lindo. Infelizmente ainda com pouca estrutura para o peregrino. Faltam pontos de apoio. Acredito que isso melhorará no decorrer do tempo. Vamos torcer para que isso aconteça de fato.

OS ULTRALOUCOS NO QUARTETO RAIZ - por Beto Cianfarani



Enfrentar um grande desafio, vencer obstáculos em qualquer área, proporciona ao ser humano muitas lembranças, um cenário vivo na mente de quem viveu tal feito. Percorrer os 217 km da Brazil 135 Ultramarathon proporciona sensação impar na mente de quem já percorreu aquelas estradas, que cortam inúmeras serras, umidificadas por muito suor e lágrimas. Percorrer aquele percurso desafiador ao lado de grandes amigos, parceiros de muitas provas e histórias particulares teve um sabor indescritível, colocando mais uma página de sucesso na vida dos corredores Ultraloucos. Tanto José Antônio Parreira, Dicler Agostinetti, Pedro Luiz Cianfarani e este que vos escreve, assistia um filme particular, quando passava pelo percurso da Br135, passando pela lembrança situações marcantes que já vivemos nessa tradicional prova da Ultramaratona brasileira. Ajuntar todas essas histórias e escrever juntos uma coletiva foi uma das melhores sensações que já vivi no esporte, mais especial que muitas vitórias e conquistas, o valor de uma amizade. Ver meus amigos de equipe se esforçarem, enfrentar seus limites, encarar o cansaço, tudo pelo objetivo de cumprir a linha de chegada no menor tempo possível foi muito especial. Percorremos cerca de 33 km juntos, os 4 atletas, lado a lado, para então chegar em Águas da Prata e assim poder revezar e entrar em uma divertida e desafiadora estratégia. Revezamos a cada 3 km cada um, passando por muitas serras, difíceis até mesmo de carro, mas que ficavam pra trás conforme nos motivávamos. Se por um lado nos divertíamos muito mais comparado quando corremos solo, não faltou em nenhum instante seriedade pra correr o mais rápido possível. Após um pouco mais de 28 horas de prova, tendo enfrentado muito calor durante o dia, concluímos mais um capítulo na Brazil 135 Ultramarathon, chegando em Paraisópolis, finalizando a prova em quarto lugar entre os quartetos, com a sensação de dever cumprido, mais uma história no currículo dos ultraloucos, fortalecendo ainda mais essa sólida e antiga amizade. Muito obrigado meus amigos, por poder partilhar mais uma história com vocês!

sábado, 12 de janeiro de 2019

PARCEIROS DE LONGA JORNADA

Quando fomos pela primeira vez para Br 135 Ultramarathon, em Janeiro de 2009, era um sonho a ser perseguido, um grande desafio que fora colocado em meus pensamentos. Percorrer 217 km em um percurso tão difícil era insanamente impossível. Nessa ocasião, fui dar suporte ao meu irmão Pedro Luiz, que faria a primeira de várias edições em seu currículo. Estava no carro de apoio juntamente com mais dois grandes amigos, Dicler Agostinetti e José Antônio Parreira, que assim como eu foram “contaminados” pelo desejo de percorrer aquela difícil prova. Anos se passaram e nós três, juntamente com meu irmão Pedro Luiz, fizemos várias vezes a Br 135 na categoria solo, conquistando o desafio de concluir a prova individualmente, adquirindo muitas histórias nesses 10 anos. Nessa edição de 2019, vamos celebrar a amizade e o desafio, formando um quarteto e cumprindo o percurso ao lado desses caras que dividimos nossos sonhos, garra, risos, sofrimento e lágrimas. Tenho certeza que assim como as outras edições, daremos nosso melhor, enfrentaremos cada subida com toda nossa força, desfrutando dessa amizade sólida, avançando um por todos, todos por um.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

RESULTADO DO DESAFIO SOLIDÁRIO DE 12 HORAS

RESULTADO DO DESAFIO

DESAFIO SOLIDÁRIO DE 12 HORAS

Realizado no Dia: 15 de dezembro de 2018 das 8 às 20 horas.
Local: na cidade de Bertioga/SP, na avenida 19 de Maio, entre a avenida Anchieta e rua João Ramalho (ao lado do Supermercado Krill).
Inscrição: Para cada inscrição será doado no mínimo 01 kg de alimento não perecível que serão doados ao Fundo Social de Solidariedade de Bertioga para distribuir para as famílias assistidas.
Público alvo: Todos os atletas amadores ou profissionais que queiram praticar o Pedestrianismo em circuito e poder ajudar o próximo.
Circuito: Os atletas percorreram (correram ou caminharam) por um circuito fechado de 600 metros km em asfalto, fizeram no ritmo que quiserem e se desafiando, uma vez que o Desafio não tinha o espírito competitivo.
Às 08 horas foi dada a largada com cerca de 30 atletas e muitos outros se juntaram no decorrer do Desafio, destes 30 tivemos 10 atletas que permaneceram às 12 horas na pista, realizando o Desafio completo.
Durante a realização do Desafio Solidário, vários atletas se desafiaram com um total de 135 atletas, mas um momento muito especial para todos foi a participação das crianças da APAE Bertioga como Profº Thiago, que participaram caminhando e correndo ao lado de todos os presentes.
Às 19.55 horas reunimos todos os atletas, familiares e organização, que encerraram o Desafio Solidário com a última volta todos juntos, representando o espírito do Desafio...
Ao final de seus Desafios particulares, cada atleta recebeu uma medalha de participação, tivemos ainda a premiação das 03 equipes com maiores números de atletas inscritos onde se sagrou a grande campeã a Equipe de Corrida de Rua da Academia Impactus de Bertioga com a participação de 35 atletas
Os organizadores: Marcio Zitei, Pedro Cianfarani e Roberto Cesar Cianfarani fizeram um balanço positivo do Desafio: Conseguimos juntar atletas de Bertioga, Guarujá, Mogi das Cruzes, São Bernardo do Campo, São Paulo, além de outras localidades em pró da atividade física na prevenção de doenças e o melhor de tudo, conseguimos arrecadar mais de meia tonelada  de alimentos (511 kg), fora 15 garrafas de óleo de soja, bolachas doces e salgadas, latarias (milho, ervilha, sardinha entre outros), molho de tomate, achocolatado entre outros... que foram doados para o Fundo Social de Solidariedade de Bertioga que será revertido para as famílias assistidas ....
Este espírito de Solidariedade do Desafio foi absorvido pelos atletas, tendo em vista que tivemos ramificações da ação, exemplo disso foi o Profº Marcelo de Oliveira que se inscreveu no Desafio e movimentou todos os professores e alguns pais da Escola Municipal José de Oliveira e conseguiu arrecadar 90 kg de alimentos... Ações iguais a esta ocorreram em confraternização de assessorias esportivas que fizeram grandes doações de alimentos. A própria Santa Casa Saúde que montou uma tenda para aferir a pressão e ver o índice de glicemia dos atletas e dos munícipes no Desafio, doou cerca de 50 kg de alimentos...
Conseguimos realizar este Desafio Solidário sem cobrar a inscrição financeiramente, somente com a doação de alimentos, mas só foi possível devido aos apoios de empresários de Bertioga e São Bernardo do Campo que abraçaram a ideia e nos proporcionaram toda infraestrutura para o evento.
Mediante aos apoios de empresários, os atletas tiveram a sua disposição banheiros químicos, tenda de som, tenda de alimentação e hidratação, segurança (Guarda Municipal) entre outros...
Durante a realização do Desafio Solidário, os atletas foram hidratados com água gelada oferecida pela SABESP, Gatorade e Coca-Cola, além de frutas como: melancia, melão, banana, maçã e laranja e não hora do almoço recuperaram as forças com macarrão e purê.
O Sucesso foi tão grande que os atletas já estão cobrando a segunda edição.
O Desafio Solidário só foi possível devido à parceria com a Prefeitura de Bertioga, através da Diretoria de Esporte que deu todo suporte entre organizadores e outros Departamentos dentro da Prefeitura, como Trânsito, Guarda Municipal, Comunicação, Fundo Social de Solidariedade e Secretaria de Saúde.