sábado, 21 de janeiro de 2023

Dupla Cianfarani na BR135


 

O ano de 2023 começou em grande estilo pra família Cianfarani. Fugindo do habitual, meu irmão Pedro Cianfarani e eu (Beto Cianfarani) decidimos enfrentar os 217 km da BR135 juntos, na categoria dupla. Pedro, nos últimos anos, vem se dedicando a enfrentar desafios longos e ritmados, normalmente superiores à 200 km, onde seu treinamento, de maneira geral, o prepara para tais provas longas e estratégicas. Já esse que vos escreve, vem se dedicando a treinos curtos e intensos, bem longe do ambiente competitivo, usando a corrida mais como um instrumento para a estética e saúde, mas dando condições de enfrentar com qualidade as mais diversas provas. Pedro já concluiu a BR muitas vezes, em sua maioria solo. Essa seria minha quinta participação no evento, a segunda em revezamento. Dentro de nossas rotinas, profissionais e pessoais, nos dedicamos a um bom treinamento, equilibrado e prudente, na expectativa de adquirir as melhores condições para fazer uma boa prova. Desde a decisão de nossa participação, decidimos que curtiríamos o percurso, levando a sério a estratégia, mas sem deixar de curtir o visual do percurso. Fizemos rodagens longas, treinos Intervalados, treinos em percurso montanhoso, tudo na expectativa de obter boas condições de enfrentar o tão difícil percurso da BR135. Pedro ainda usou os 100 km da UAI Reverse como treino, tudo pensando em chegar em bom estado pra prova. O clima e as condições das estradas de terra nos preocupavam muito, pois chovia a várias semanas na região da prova, circunstâncias que poderiam dificultar ainda mais uma prova que com certeza já seria muito dura. Quem cuidaria do nosso apoio seria minha cunhada Claudia, esposa do Pedro, responsável por dirigir, ajudar na alimentação e logística, ou seja, tarefa bem difícil para realizar sozinha.  Após toda tensão normal antes da largada,  fui responsável por abrir o revezamento, objetivando imprimir um ritmo intenso no início e pegar as estradas de terra em melhores condições, antes que toda multidão de carros passassem. Tinha certeza que seria uma prova cansativa, como sempre, mas arriscamos um ritmo intenso nos primeiros 100 km. Pegamos muita lama até chegar a cidade de Andradas, com um pouco menos de 60 km, mas aos poucos o percurso foi melhorando, não sendo atrapalhado pelas condições das estradas. Por volta do km 70, tive que contornar alguns problemas gastro intestinais, além de uma queda de pressão, situação que aumentou a tensão em nossa equipe. Nesse momento, Pedro bravamente segurou a pressão, ajudando na manutenção do nosso ritmo. Alguns quilômetros depois, me reestabeleci e voltamos para o jogo. Enfrentamos bem a madrugada, revezando entre 2 a 3 km cada, se mantendo bem até Borda da Mata, no km 140. A partir daí, o desgaste bateu e o sofrimento e as dores muscular foram nossos companheiros. Até a cidade de Estiva, próximo ao km 180, estávamos em primeiro lugar entre as duplas. Fomos ultrapassados na entrada do centro de Estiva, perseguindo assim a dupla que estava em nossa frente. Nos esforçamos muito, tirando de nossos corpos tudo que tínhamos, mas estava bem difícil recuperar a primeira posição, ocupada naquele momento por uma excelente dupla de Brasília. Nos últimos 18 km, o carro de apoio não estava passando, deixando a tarefa de enfrentar esse último trecho para o Pedro, que naquele momento é quem estava em melhores condições na dupla. Ele pegou muita chuva e muita lama, conseguindo imprimir um forte ritmo, na intenção de recuperar a primeira colocação entre as duplas. Não foi possível, perdendo ainda nos quilômetros finais a segunda colocação, finalizando a prova em terceiro lugar entre as duplas, com 30 horas e 23 minutos de prova. Foi maravilhoso ter enfrentado esse percurso insano ao lado do meu irmão, dividindo todas as dificuldades, buscando tirar forças daquilo que já estava cansado. Sensação de dever cumprido, onde Claudia conseguiu bravamente nos ajudar sozinha e Pedro e eu dar nosso máximo e concluir mais uma vez a BR135!

segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

UAI 65 km e UAI Reverse 100 km – 09/06/2022 – 10/12/2022

 

Aproveitando as distâncias menores da UAI como treinamento e é claro rever amigos este ano participei da UAI nos dois sentidos, 65 km em 09/06 e 100 km no dia 10/12 na Reverse em seu sentido inverso.

Os 65 km no sentido normal e bem tradicional no mundo das ultras não é nada fácil já que logo no início enfrentamos a serra de Itamonte até o Garrafão terminando em Alagoa MG, ótimo treino e sempre desafiador.

Já no último dia 10/12 enfrentei os 100 km da UAI reverse, ou seja sentido contrário do circuito, apesar de uma menor altimetria a dificuldade foi devido ao forte calor tirando muitos atletas da prova. Já que fui para distância como treino procurei terminar com prudência.

Independente da distância sempre procuro respeitar e encarar o desafio com seriedade e garra. Que veja agora a BR 135 que farei no dia 12/01/2023em dupla com meu grande parceiro e irmão Beto Cianfarani.

Maratona de New York – 1ª Major – 06/11/2022

 

Viajando a NY para o casamento de uma amiga bem na semana que seria realizada a Maratona, imagine o que passa na cabeça de um amante da corrida ??? Vamos correr é claro !!!

Mas como conseguiu uma inscrição em tão pouco tempo? Mas ai que entram os deuses da corrida, uma amiga que estava lesionada não iria participar e com muita responsabilidade fui representa-la participando de minha 1ª major. Sem treino ou qualquer preparo já que nos últimos anos tenho me dedicado para as longas distâncias fui enfrentar este desafio e sempre fazer meu melhor.

Prova maravilhosa, linda e emocionante .... o caminho todo com pessoas te incentivando, muitas bandas por todo trajeto para animarem os atletas, os espectadores nem sabem o que fazer para apoiar cada atleta nos seus 42 km de percurso que consegui completar em 4 horas e 27 minutos muito feliz e realizado em minha 1 major.

Backyard Ultra – 1ª Final Brasileira – 15/10/2022

 

Backyard Ultra, conhecida no Brasil como Resta 1 que consiste em percorrer um circuito de 6.700 m em até 59 horas e 59 segundos, pois na próxima hora é dada uma nova largada e o atleta que não estiver posicionado para esta nova largada e automaticamente desclassificado e assim vai acontecendo a prova até sobrar apenas 1 atleta onde será o campeão da prova. Em 2019 fui um dos pioneiros brasileiros ao disputar esta modalidade na Bolívia conquistando a 2ª colocação como o 1º colocado desistiu de ir para o mundial que seria disputado no Tennessee acabei herdando a vaga onde minha ida foi impossibilitada devido a pandemia.

Desde o ano passado a Bioma Sport trouxe a modalidade para terras brasileiras sendo seguida por outros organizadores por todo país e em outubro deste ano, mais precisamente 15/10/2022 foi realizada a 1ª final brasileira dando direito a uma vaga no mundial no Tennessee reunindo os 15 melhores do país. Imagina minha alegria em fazer parte deste time !!!

Procurei fazer meu melhor para a equipe já que além do melhor colocado tem também um ranking por
equipes por todo mundo. O pernambucano Rene sagrou-se campeão com 30 voltas/ Horas e eu consegui 15 voltas/horas e muito feliz em fazer parte deste time e ter o privilégio em participar a 1ª final brasileira da Backyard Ultra Brasil.

quinta-feira, 24 de março de 2022

Uma sequência de provas – por Pedro Luiz Cianfarani

 

Não costumo fazer muitas provas em sequência, mas com os cancelamentos de provas nos últimos anos e o surgimento de uma inédita que fui convidado não tive escolha senão encaixar todas e deixar uma missão difícil para meu irmão e treinador Beto.

 A princípio faria os 100 km da UAI Reverse como treino para BR 135, mas no meio do caminho apareceu um convite para participar da inédita prova no Brasil no formato Resta 1, a BR Los, prova esta certificada pelo próprio Lazarus (Diretor da Barkley) e como disse, uma missão difícil em encaixar treinos, provas e recuperação.

Começando com os 100 km da UAI Reverse, em 13/11, na qual foi bem tranquila já que o objetivo seria terminar sem muito desgaste, com aquela sensação de quero mais e sem comprometer as demais provas, completando os 100 km em 14 hrs e 49 min. Assim, na sequência, com intervalo de apenas 2 semanas partimos para a BR Los, me preparando na expectativa de permanecer pelo menos 24 horas na prova. Decepção total... devido ao percurso muito difícil que não permitiu a prova se estender muito, durando apenas 8 horas total e eu ficando na terceira hora. Chateado, mas precisaria seguir e manter o foco no preparo, agora os 217 km da minha 11ª BR 135 em 19/01 e um pouco mais de um mês de preparo, mas com um detalhe, tinha uma viagem de passeio na região Sul do Brasil. Sem deixar atrapalhar o passeio e meu treinamento consegui, conciliar alguns treinos pelo Caminho de Caravaggio, inclusive um na
companhia do amigo Cleonir de Caxias do Sul.

Conclui assim minha 11ª BR 135 em 39 hrs e 39 min, com muita emoção nos 40 Km finais, por uma lesão no joelho direito devido as inúmeras descidas do Caminho da Fé, mas compensado com o troféu especial de 10 participações.

Agora tinha mais este desafio, recuperar o joelho e manter os treinos para os 280 km da RMR em 17/03. Assim, o Betão focou no fortalecimento e rodagem afim de chegar com a musculatura forte para o desafio. Mais uma vez o preparo foi acertado e em uma prova marcada pelo forte calor e muitas desistência conclui minha terceira participação na modalidade 280 km com apoio, conquistando ainda a 5ª colocação em 55 horas.

Realmente uma sequência de provas que não costumo fazer, pois sempre procuro respeitar minha recuperação entre as provas.

Deixo aqui meu agradecimento ao meu super parceiro, treinador e irmão Beto Cianfarani que tornou possível esta sequência.

quinta-feira, 23 de setembro de 2021

Desafio Solidário Internacional - DSI - São Bernardo - Por Ana Levada

 

Amigos.....um breve relato do que foi DSI 100kms São Bernardo do Campo/2021

 Acho que em abril o prof Cleberton me desafiou:" vem com a gente, participa".

Participar??? Do que???


DSI desafio solidário internacional

Gostei da idéia mas, sozinha???? Não....

Como temos conversado bastante, pensei em chamar o Pedro, porém tinha medo do Beto.

Ele aceitou na hora e na sequência o Filipe.

Com experiência deles em SBCampo, optaram por um circuito de 1,5kms.

No dia 24/07 as 5:00hs, ..lá estávamos nós, qdo de repente, aparece um casal carioca para nos prestigiar,...nos emocionou demais!!!! Mais pronto do que nunca, para correr 100kms não por medalha, nem troféu....algo muito mais nobre...... solidariedade ao próximo!!!!

Começamos...e no decorrer do dia, muitos muitos amigos, trazendo alimentos, não vou citar nome de ninguém pq seria injusta em não citar todos.....a quem agradecemos novamente aqui.

Que dia mágico, que vibe....que delicia!!

Fico emocionada só de lembrar......e alimento que chegava a todo momento.

Um de nossos amigos, veio com um mochilinha que saiu acho que uns 50kilos! Kkkk E todos, concluímos os 100kms com muito prazer noite a dentro.

Não poderia deixar de citar as meias do amigo Filipe, quem lá esteve, sabe do que estou falando.

Depois não menos prazeroso mas, um pouco mal cheiroso...fomos comer uma pizza. Isso mesmo que leram.......sem tomar banho, excesso o Pedro que chegou todo cheirosinho!!!

Preciso citar um certo carioca que acabou com pizza de paulista, colocando queijo ralado ( por sorte a tragédia não foi, pois a pizzaria tinha ketchup ).

Foi um dia inesquecível para nós , na companhia de amigos do bem, fazendo ultra que adoramos e arrecadando mais de 600kilos de alimentos.

Foi um dia mágico!

Amigos, obrigada.

Até DSI 2022

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

Minha 10ª Br 135 Ultramarathon em 14/01/2021 – por Pedro Luiz Cianfarani

 

Minha 10ª Br 135 como atleta, pois já fui mais outras 3 vezes como apoio, além deste ano ser mais marcante pelo momento em que estamos passando com as inúmeras incerteza causadas pela pandemia, a prova aconteceu para alegria dos atletas e com algumas mudanças a começar pela largada a partir das 10:00 até as 18:00, outra mudança foi no tempo de conclusão de 120 horas.

Nenhuma prova é igual a outra e esta ficou marcada pela chuva quase que constante com poucos momentos de estiagem e não foi apenas difícil para os atletas, mas também para o apoio que sofreu com os atoleiros fazendo com que o atleta corressem muitos trechos sozinhos pelo fato do carro não conseguir passar. Com esta chuva toda não tivemos problemas de desidratação, mas as bolhas foram inevitáveis e claro pesou mais para musculatura.

 Minha prova estava dentro do planejado, ou seja calculei terminar em 36 horas, mas pouco antes de Consolação restando uns 30 km para o termino uma dor muito forte na virilha começou a incomodar se agravando mais para o final, até chegou a passar pela minha cabeça em desistir e acredito que continuei pela situação, pois neste trecho o carro não me acompanhou e acabei fazendo este trecho na companhia da minha querida Claudia que encheu uma mochila e me acompanhou nos últimos 18 km que posso dizer ser um dos momentos mais difíceis que passei em todos estes anos pela dor quase que insuportável que senti transformando um trecho que geralmente leva entre 3:00 a 3:30 horas em “ 7 horas “

Não imaginava que minha 10ª Br 135 tivesse um final tão desafiador, mas mesmo assim me sinto orgulhoso em ter concluído todas 10 vezes que participei.

5 Br 135 solo (217 km)

2 Br 135+ solo (260 km)

1 Br 135 solo 3 maratonas (135 km)

1 Br 135+ Dupla

1 Br 135 Quarteto

Não tenho palavras para agradecer minha equipe formada pelo meu irmão Beto e pela minha companheira Claudia que receberam junto comigo as mesmas premiações mostrando a importância do apoio na Brazil 135 Ultramarathon.