sexta-feira, 4 de julho de 2025

VEC – Volcano Endurance Challenge: trilhas, frio e superação em Águas da Prata - Por Pedro Luiz Cianfarani

 

Soube da prova pelas redes sociais com o amigo e organizador da prova André Nader. O nome já chamou atenção: Volcano Endurance Challenge (VEC) — e aconteceria em Águas da Prata, uma região de montanhas que conheço bem, cenário de muitas aventuras, inclusive da BR135. A proposta era interessante: primeira edição, quatro distâncias (7 km, 15 km, 25 km e 50 km), misturando trilhas técnicas com estradões mais rápidos. Bastou comentar com os Ultraloucos para o plano sair do papel.

Organizamos uma viagem com quatro casais: eu e Claudia, o Dicler e a Consuelo, o Leleo e a Gorete, além do Éder, que foi com a esposa Mariana e o filho Pietro para curtirem o final de semana conosco. Todos iríamos correr, com exceção do Éder e família, que foram apenas para passear. No entanto, na véspera da viagem, o Dicler teve um imprevisto e não pôde ir, o que deixou nossa equipe um pouco desfalcada. Ainda assim, seguimos com o espírito em alta, prontos para viver mais uma experiência juntos.

 Chegamos em Águas da Prata, retiramos o kit e participamos do congresso técnico. Como era a primeira edição, tudo era novidade — ninguém conhecia o percurso. A largada seria em um parque muito bonito e bem estruturado da região, o King Park Adventure: restaurante, quiosques, natureza em volta. Um espaço muito aconchegante e funcional para um evento como esse. Nesse ponto, a estrutura da prova merece elogios — excelente local para sediar uma corrida desse porte.

O dia da prova, 14 de junho, começou gelado. Um frio cortante, com vento forte, daqueles que há tempos eu não sentia. Às 7h da manhã largamos eu, a Claudia e o Leleo. Eu nos 50 km, eles nos 25 km. A Gorete largaria uma hora depois, nos 7 km. Os primeiros 21 km do meu percurso eram de estradão, sem grandes surpresas. Mais adiante, os atletas dos 25 km seguiam por um lado, rumo às Sete Cachoeiras, e os dos 50 km encaravam a subida do Pico do Gavião, ponto marcante da BR135.

Depois do Pico do Gavião, o percurso começou a mostrar suas garras. Entramos numa trilha de mountain bike bastante técnica e exigente, cheia de raízes e pedras. Em seguida, enfrentamos a travessia pela Toca do Índio, uma gruta belíssima, mas de acesso difícil, passando por corredeiras e pedras escorregadias. Depois voltamos ao estradão até reencontrar o ponto em que os 50 km se juntavam novamente com os 25 km. Aí encarei a última parte: a trilha das Sete Cachoeiras, um trecho desafiador, técnico e duro. Foi o teste final de resistência.

Cruzei a linha de chegada satisfeito, com a missão cumprida. A Claudia e o Leleo também fizeram boas provas. Claudia conquistou o 1º lugar na sua faixa etária, subindo ao pódio com merecimento. Já a Gorete, que correu os 7 km, dividiu a primeira colocação com outras atletas, após um erro de percurso que acabou reunindo todas na linha de chegada ao mesmo tempo. A organização, com bom senso, premiou todas.

 Considerações sobre a prova:

Por ser uma prova nova, é natural que haja pontos a ajustar. A estrutura no parque foi excelente, acolhedora e bem preparada. No entanto, a sinalização do percurso — especialmente nos 50 km — apresentou falhas. Vários atletas se perderam em alguns trechos. A organização tentou contornar a situação rapidamente, posicionando staffs em pontos críticos, mas é algo que precisa ser melhor planejado nas próximas edições.

Outro contratempo foi a ausência da equipe de cronometragem no dia da prova, o que dificultou o controle dos atletas na pista. Apesar disso não afetar diretamente a experiência de quem correu, comprometeu o monitoramento e a segurança de prova.

Em contrapartida, vale destacar que houve premiação em dinheiro, o que demonstra respeito ao atleta e valorização do esforço individual. A organização mostrou boa vontade e, certamente, irá ajustar esses pontos para as próximas edições.

O potencial da VEC é enorme: trilhas técnicas, estradões rápidos, paisagens lindas, estrutura de apoio e um percurso que agrada tanto os amantes do trail running quanto os da ultramaratona de longa distância. Se corrigirem as falhas de percurso e reforçarem a segurança, essa prova tem tudo para se tornar uma referência no calendário nacional.

E seguimos assim…     

Passo a passo, conquista após conquista,       

em busca de novos desafios.

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