Quando o mundo foi surpreendido com o tema Coronavírus, o suposto estrago que ele
causaria, abalou quase todos os pilares da sociedade atual. O medo era tamanho com o
risco eminente em perder a vida, que inicialmente não se sabia como seriam nossos
próximos meses e nossas rotinas. Com o crescente número de novos casos, várias
orientações foram surgindo, em como sair de casa, o que evitar, os locais de maior risco
de contágio, o desespero foi tomando conta das pessoas e tudo, aos poucos, foi
parando. Até mesmo o viciante treino da galera, seja pra corredores, ciclistas, cross fit,
marombeiros, tudo foi abalado. A grande pergunta era: treinar pode me prejudicar em
meio a pandemia do Covid19? Claro que os “cavaleiros do Apocalipse”bombardearam
as redes sociais, dizendo que treinar não era aconselhado, levantando várias teorias
insanas, que só aumentavam o pânico nas pessoas e as afastavam de algo que lhe
trariam benefícios, como atividade física. Mas logo profissionais da área, pesquisadores,
cientistas, pessoas de bom senso, trouxeram de forma prudente e esclarecedora o
benefício da atividade física nesse momento de medo, onde o emocional está
totalmente abalado, pessoas trancadas dentro de suas casas, aumentando ainda mais a
inatividade física e suas consequências. Foi orientado que a atividade física em
intensidade leve a moderada, em volumes não tão altos ajudaria a estimular o sistema
auto imune e assim estarmos mais fortes contra possíveis inimigos. A grande orientação
era evitar aglomerações, contato interpessoal, entrar em contato com coisas que outras
pessoas haviam tocado e não fora higienizado. Assim muitos lugares já foram
descartados, como academias de musculação, cross fit, funcional e afins. As atividades
ao ar livre e de preferência sozinho estava sendo indicado. Mas logo, mais uma vez, os
“cavaleiros do Apocalipse “ vieram com mais novas teorias, sobre o caos e o fim dos
tempos que a corrida poderia promover. Muitos estavam treinando literalmente no
meio do mato, com contato zero com a civilização, onde o risco de tropeçar numa cobra
era infinitamente maior do que qualquer vírus ou bactéria. Outros escolheram horários
e circunstâncias que afastariam de qualquer contato pessoal, minimizando assim os
riscos, segundo os especialistas. O ponto é que já estamos quase 3 meses nesse
imbróglio e não sabemos quanto tempo mais vamos ficar. A atividade física faz sim,
muito bem a saúde física e mental, ajudando muito nossos corpos e principalmente
nossos ânimos, pra ajudar nessa batalha com tempo indeterminado. Mas é claro,
falando de corrida, independentemente da estimulação ou supressão do sistema auto
imune, não teremos, provavelmente, provas nos próximos meses, treinos exaustivos,
alta intensidade não teria necessidade, seria somente riscos desnecessários de lesão,
num calendário futuro indefinido. Os treinos devem seguir as orientações de não
compor aglomerações, de preferência sozinhos ou num pequeno grupo. As regras de
distanciamento também ajudam a diminuir o risco, seguindo as ordens de evitar
contatos físicos e toda questão de higienização. Se podemos ser inteligentes e usar uma
ferramenta ao nosso favor, de forma segura, por que não usá-la? O problema nunca
esteve na corrida e sim no contato físico e próximo à outras pessoas, seguindo os
procedimentos corretos o treino deve sim continuar!