quarta-feira, 28 de maio de 2014

Key 100 - Flórida

Confira o relato da grande ultramaratonista Regina Gastaldo, que enfrentou os 80 km (50 milhas) da Key 100, ultramaratona realizada na Flórida, no dia 16 de maio de 2014.

Key100 (50 milhas)

Sexta feira, dia 16 maio por volta das 15:00h Eu e minha equipe de apoio (Natália e Luiz F.)  seguimos em direção a Marathon e nos instalamos em um hotel que ficava a beira da rodovia e em seguida fomos a procura do local que iria ser a largada, Marathon Garden Club. Estávamos procurando por algum lugar amplo , mas na verdade o local também ficava na beira da rodovia mais parecido com uma floricultura, com um salão que talvez fosse usado para algum curso de jardinagem ou algo parecido. Tudo resolvido, fomos jantar em um restaurante de um hotel 2 milhas a frente. Lugar lindíssimo e de excelente comida. Fomos dormir cedo. Acordamos, tomamos café, ao estilo americano, ou seja nada daquilo que costumo comer habitualmente no Brasil, antes de qualquer corrida longa, mas não me preocupei com isso, afinal eram 80Km no terreno plano da Florida. Eu sabia que iria enfrentar um enorme calor, pois o dia amanheceu sem nenhuma nuvens, ao contrario do dia anterior, que estava nublado com chuva e uma temperatura amena. 
Chegamos a Maraton Garden Club por volta das 8:00h, para a retirada do kit e palestra de instruções da corrida. A largada foi pontual e feita em ondas a cada cinco minutos. Eu sai na segunda onda. A corrida começava por uma calçada, cruzando então a rodovia para que seguíssemos faceando o tráfego, ora pelo acostamento, ora pelas calçadas. Neste local tinha um policial que parava o trânsito para que pudéssemos atravessar com segurança. 
Durante toda a corrida tinham pontos certos em que o carro de apoio podia estacionar e estes tinham que estar identificados com o numero de cada atleta. Logo no primeiro ponto eu já estava ensopada de suor. Em seguida cruzei a mais longa ponte da corrida (7milhas), rodeada de uma paisagem lindíssima. O mar com a água super transparente e com uma brisa agradável por todos os lados, o que me animou bastante. A cada ponto de parada eu tomava uma garrafa de água com gás “San Pellegrino” bem gelada e levava uma outra sem gás para o próximo trecho, o que me ajudava bastante. Na verdade nunca tomei tanta água como nesta corrida, Nunca comi tão pouco também. Comia a cada tanto meia banana. Em algum ponto a Natália me ofereceu um lanche de atum que eu consegui comer somente um pedaço.
Passadas umas 3h comecei a ficar toda dolorida e pedi um Dorflex para tomar. Meus filhos me deram a muito contra gosto, dizendo que eu não devia tomar. A dor melhorou bastante, só que com umas 8h de corrida ele voltou e eu só tinha duas opções: tomar outro comprimido e continuar a prova que não faltava muito ou realmente desistir. Na verdade eu me sentia bem de maneira geral. Fiquei pensando: Será que eu estava tão fora de forma? Na verdade eu não havia treinado suficiente. O meu treino maior não passou de uns 26Km  por falta de tempo e também por conta de uma unha encravada que me tirou da corrida por um bom tempo. Eu contava especialmente com o fato de acreditar que o nosso corpo tem memória também para corridas, então logo não podia ser este o motivo para tanta dor. Conclui então que como o pi so aqui é basicamente concreto, e eu não tinha costume de correr neste piso, isto estava fazendo toda a diferença para mim. Na verdade todos os outros que faziam as 50 milhas que estavam próximos a mim , me pareceu que se encontravam na mesma situação. Consegui convencer minha equipe de apoio e tomei mais um comprimido.
Quando deu 7:30h coloquei meu colete refletor, uma lanterna de cabeça e outra pendurada no pescoço virada para traz na posição piscaste, pois meu colete não tinha luzes piscastes na parte de traz que era obrigatório e segui em frente. 
Todo o trajeto é praticamente plano, subida levíssima somente nas pontes. Os lugares super agradáveis de correr são as pontes, além do visual, conta-se com uma agradável brisa. As outras partes já são mais cansativas, talvez por não ter uma vista tão bonita e sem a tal brisa. Key West é uma cidade simpática e próximo a chegada tem um bonito calçadão estilo Montevidéu. Todo tempo você corre embaixo do sol, não tem nenhuma sombrinha e a tarde ele está bem à sua frente. Pode-se comprar gelo, algo para comer e beber por todo o caminho.
Minha equipe de apoio resistiu bravamente, ganhando algumas queimaduras de sol.
No dia seguinte fomos até o local da premiação e encontramos o Mario Lacerda, sempre em todos os caminhos.
Em cada corrida aprendo mais uma coisa. Nesta foi: o piso faz toda a diferença, só concreto não é fácil não, mesmo no plano.
Regina Gastaldo

2 comentários:

  1. Essa é minha irmã, muita coragem e fibra, um dos meus maiores orgulhos. BORA FÍLEA!!!

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  2. Parabéns mamãe! Tenho muito orgulho de você! Conte comigo para ser sua equipe de apoio sempre, em TODOS os caminhos! Naty

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