Mesmo assim estava com 2 corridas marcadas e até pensei em
cancelar, porém ambas eram em dupla e conversando com os parceiros resolvi
participar com uma certa prudência e assim em 24 de agosto aconteceu o retorno
das 24 horas de Campinas no Parque Taquaral organizada pela Ultra Runner,
corrida esta que participei com meu grande parceiro, meu Beto Cianfarani, fui
praticamente sem treinar e totalmente sem ritmo de prova, mas iria me divertir
com muitos amigos que estavam presentes.
Ultramaratonas - Levando o corpo ao extremo
segunda-feira, 23 de setembro de 2024
Ressaca pós Barkley - Por Pedro Luiz Cianfarani
quinta-feira, 18 de julho de 2024
Barkley Marathon 2024, eu estive lá !!! Por Pedro Luiz Cianfarani – Parte III A Prova
Laz |
Agora sim, chegamos ao momento da prova e como falei em outras ocasiões tudo nesta prova parece ser desafiador e difícil até mesmo a viagem, então irei começar este relato com meu voo de ida aos EUA. Assim que fui comunicado com o “dia “da prova procurei me programar com antecedência afim de evitar surpresas e mesmo assim marquei minha chegada 5 dias antes do evento, pensando em um rápido reconhecimento no Parque bem como comprar comida e bebida já que estaria acampado. Sai de SP dia 15/03 com previsão de chegada para dia 16 fazendo 2 conexões, NY e Atlanta, a imigração aconteceu em NY e foi ai que começou minha aventura quando perdi a conexão devido à demora, sim perdi o voo para Atlanta pela demora com a liberação e conferencia das malas e descobri que este não foi necessariamente o problema, mas sim o efeito domino que isso causaria já que existem muitos voos saindo de NY para Atlanta coisa que não existe com voos de Atlanta para Knoxville-TN por se tratar de um aeroporto pequeno ..... Não quero me alongar porque queremos chegar na corrida em si, mas depois muita conversa e ligações conseguimos embarcar no último voo do dia e chegando na primeira hora do dia 17 no Tennessee após mais de 26 horas.
Nos dias que antecederam a prova procurei finalizar alguns preparativos que faltavam, alimentação e hidratação e também procurar conhecer o Parque, procurei conhecer algumas trilhas e trechos que foram utilizados em edições anteriores, mais tarde percebi que o trajeto foi muito diferente de edições anteriores com exceção da prisão que todo ano está presente por se tratar do local que praticamente inspirou a prova.
Yellow Gate |
Dia 19, meu Deus !!! Realmente
estava lá diante do famoso Yellow Gate (Portão Amarelo), acho que tirei umas
100 fotos apenas no portão, mas minha emoção chegou ao seu máximo quando
finalmente encontro o maior símbolo da Barkley Marathon, Lazaros Lake, o Laz.
Não sei se nos brasileiros somos mais cara de pau, mas notei que os atletas
tinham um receio de se dirigir a ele ou estavam aguardando ele terminar os preparativos
que faz questão de fazer pessoalmente, claro que isso não vale para Claudia que
prontamente pediu para tirar uma foto com ele que prontamente a atendeu abraçando-a
para pose e mais que depressa consegui minha Self com a lenda.
Carl e Corneteiro |
Agora fomos arrumar nosso
acampamento e aguardar o toque da concha já que não sabíamos a hora certa da
largada, ou seja após o toque da concha ai sim saberíamos que em 1 hora daria a
largada com o Laz acedendo seu cigarro, assim poderíamos escutar o som da
concha a partir das 23 horas do dia 19 em diante. Até tentei dormir, acho que
apenas cochilei já que o frio estava implacável. Nessa hora o silencio era
total com atletas e apoio procurando descansar e por volta das 3 horas da
madrugada fomos acordado com um som bem alto, assim todos atletas começam seus
últimos preparativos quando recebemos a notícia que que fora um alarme falso, o
alarme de um carro disparou .... Como dormir agora? Até pouco mais de uma
Carl |
hora mais precisamente as 4:17 ouvimos o som da concha fazendo o Parque acordar, agora sim seria real. Em seguida precisamos nos dirigir na tenda da organização e retirar nosso relógio fornecido por eles já que não é permitido nenhum dispositivo eletrônico a não ser este.
Aqui cabe mais uma história para
mostrar que tudo é feito para dificultar ao máximo a prova, meses antes da prova
recebemos um comunicado pelo canal oficial do Facebook de que já estavam de
posse dos relógios que seriam entregues
aos atletas antes da largada e dos 40 relógios 39 eram analógicos e apenas 1
seria touch, ou seja 1 atleta seria o sorteado para dificultar ainda mais sua
prova já que pelo frio e vegetação com muito espinho todos atletas quase que
obrigatório iriam correr com luvas e
seria impossível manusear o relógio, agora adivinha quem foi o sorteado
em usar este relógio ? claro que fui eu rsrsrs. Mas se for para deixar o
desafio o mais difícil possível que pegasse o pacote completo e como Raul
Seixas fala em uma música “Foi tão fácil conseguir e agora lhe pergunto, e
daí?”
Assim as 5 horas e 17 minutos do dia 20/03/2024 Laz acende seu cigarro dando a largada da Barkley Marathon 2024 e quase 40 atletas saem em disparada para esta que é considerada a mais icônica e difícil corrida do mundo, assim partimos rumo ao primeiro livro com uma subida logo de cara dando as boas-vindas aos atletas, em um momento estava muito próximo a um atleta que por um momento desapareceu aparecendo logo atrás de mim e quando perguntei o que aconteceu me respondeu que escorregou voltando uns 20m, mas este foi o mais fácil dos livros pelo fato de todos atletas estarem bem próximos.
Por ser minha primeira vez na
competição procurei seguir a cartilha que mostram na internet e tratei de
seguir um veterano afim de começar a entender como funciona a competição, mas o
perdi de vista por estar escuro ainda já que o sol nascia por volta das 8:30
horas ainda quando seguia para o segundo livro, procurei me unir a um outro
atleta seguindo minha estratégia, mas nos perdemos várias vezes e sempre nos
encontrávamos quando avistava o superveterano Hiram Rogers com 20 participações
e isso aconteceu algumas vezes e foi quando tomei uma decisão de acompanha-lo
mesmo estando em um ritmo muito abaixo do meu. Nessa hora pensei muito em fazer
o loop em um ritmo mais baixo e correr o risco de não conseguir completa-lo a
tempo de abrir as próximas voltas ou me perder e nem completar 1 loop sequer,
assim segui este meu novo mentor e amigo.
Hiram |
Por sua experiência Hiram conhecia o caminho como ninguém e nem ao menos possuía um mapa da região, ou melhor tinha apenas um lenço com o mapa do parque algumas vezes pedia meu mapa com as coordenadas que havia traçado afim de localizar-se. Mas estava disposto a aprender e não só segui-lo e sempre pegava minha bussola e meu mapa e sempre conferir o caminho junto dele coisa que percebi ser muito importante como irei comentar a frente.
Segui apenas eu e o Hiram até o quinto livro quando encontramos mais um atleta americano que nos fez companhia até o Observatório. Pouco antes da escalada ao Observatório, local onde teria o segundo posto de água notei que minha água havia acabado e teria fazer essa escalada sem água, mas notei que muitos riachos cortavam a região e perguntei ao Hiram se poderia beber a água do riacho de imediato respondeu que não, mas depois de mexer em sua mochila retira um frasco com capsulas de cloro me entrega e fala que agora podia beber, assim reabasteci minhas garrafas e enfrentei mais uma subia bem pesada. Enquanto nos abastecíamos com água 3 atletas nos alcançaram enquanto conversávamos fiquei sabendo que estavam apenas retornando ao parque já que haviam perdido algum livro.
O Observatório é conhecido pelos
atletas como um ponto para aqueles que decidem abandonar a prova por ter uma
trilha que leva direto ao ponto de partida e também como único ponto onde
nossos apoio podem nos encontrar, minha esposa até tentou me encontrar, mas
precisou retornar após torcer o tornozelo quando pisou em uma pedra e quando
chegamos ao Brasil descobriu que ganhou uma lembrança do Frozen Park, uma
fratura ....
Assim que chegamos ao
Observatório e pegamos nossa décima primeira página o Hiram se dirige a mim me
dá os parabéns e fala que agora seria comigo, pois ele estava abandonando a
prova falando estar muito cansado e iria voltar ao ponto de partida junto com o
outro americano que nos acompanhava .... Agora precisava honrar os ensinamentos
do meu amigo e fazer este trecho sozinho e conseguir minhas 15 páginas e
completar o loop.
Prisão |
Completei minha água, sabia que não teria mais nenhum ponto de água pela frente e parti rumo ao ponto mais famoso da prova, ponto que deu origem a corrida, a prisão. Passaria por um túnel com água muito gelada onde encontraria meu primeiro livro sozinho, mas bem fácil por ser o mais popular sendo mostrado em muitos documentário.
Já este próximo, o décimo
terceiro, considero o mais difícil, depois de uma subida muito dura iria
encontrar este livro bem no topo e depois de muita procurar não o localizava,
nesta hora procuro um local para me sentar, abro meu mapa e começo a estudar e
foi quando me lembrei de um detalhe, quando calculava as coordenadas não fiz a
correção da região por ser muito pequena, mas percebi que fez diferença e assim
que corrigi localizei o livro perdendo muito tempo.
Vale aqui uma breve explicação,
existe o norte magnético e o norte geográfico e cada região precisa fazer sua
correção no mapa já que a bussola aponta o norte magnético e dependendo da
região a correção é bem grande e como aquela região a correção é 5º pensei em
corrigir durante a corrida, mas acabei esquecendo.
No penúltimo livro peguei uma
forte descida terminando em um rio já ao cair da noite onde encontro com um
atleta Suíço onde paramos por um momento para comer alguma coisa e trocar
algumas palavras, agora imagina a conversa que saiu rsrs.
Segui agora para meu último livro
com a escalada de mais uma forte subida já com o cair da noite e sabia que após
este livro sairia um uma trilha do parque que havia estudado com meu amigo dias
antes da prova, acredito ser este o único ponto que estudei que havia no mapa o
tornando tranquilo.
Pelo tempo já sabia que não
poderia abrir a próxima volta, mas nada iria abalar minha alegria em completar
um loop da prova que havia perseguido por anos e estava muito feliz e chegando
ao Yellow Gate (Portão Amarelo) vejo muitas pessoas me aguardando, minha esposa
fazendo uma enorme festa e ficando aliviada em me ver chegando depois de ver o
atleta argentino retornar após se perder em encontrar com 2 ursos no caminho e
me conhecendo sabia que só iria retornar com minhas 15 páginas.
Jasmim |
Campeão |
Agora queria curtir todos os momentos da prova e acompanhar a chegada de todos atletas, ficando até o final oficial do evento e pude ver 5 atletas concluírem, ano com maior número de concluintes e presenciar mais um fato inédito, a primeira mulher na história da prova a conclui-la e restando pouco mais de 1 minuto para o termino nos dá momentos de pura emoção com a chegada da Jasmim desabando ao chão assim que toca o portão e nessa hora a emoção se transformou em preocupação, mas passado o susto foi hora de comemorar.
E assim foi minha participação na
mais dura e icônica corrida do mundo me sentindo realizado com todos estes anos
de corridas sendo coroado com a Barkley Marathon e agora posso falar, I am a
Barkley!
segunda-feira, 6 de maio de 2024
Barkley Marathon 2024, eu estive lá !!! por Pedro Luiz Cianfarani – Parte II Preparação
Na parte nutricional quem me acompanha é o Reinaldo Tubarão Bassit (não precisa de apresentação) e fizemos alguns ajustes que antecederam a prova bem como o tão aguardado dia afim de chegar mais leve e mais forte para enfrentar as montanhas do Tennessee e confesso que não foi nada fácil, mas o que foi fácil nesta prova?
E não é que teve algo fácil na preparação !!! rsrsrs , os profissionais que me ajudaram a suportar toda esta maratona de treino. Na massoterapia ficou por conta do Élcio Alexandre que conseguia trazer de volta minha musculatura depois de eu maltrata-la. Para trazer o equilíbrio do corpo o grande amigo Dicler fez sua magia com suas agulhas na acupuntura e com certeza afirmo ser fundamental para o preparo.minha companheira Claudia que sempre esteve ao meu lado me apoiando e incentivando onde muitas vezes com tanto treino só nos víamos para dormir.
Agora sim vem a parte mais divertida, como foi a corrida
.... Mas isso fica para próxima parte.
Aguardem .....
Treinador – Beto Cianfarani - instagram.com/beto_cianfarani/
Trail – Andre Lima - instagram.com/andrelimatrilhas/
Guerreiros trail - instagram.com/guerreirostrail/
Nutricionista – Reinaldo Tubarão - instagram.com/reinaldotubarao.phd/
Massoterapeuta – Élcio Alexandre - instagram.com/elcioalexandreda/
Acupuntura – Dicler Agostinetti - instagram.com/dicleragostinetti/
Robson Saes - instagram.com/robsonsaes/
Anselmo Anjos - instagram.com/anselmoanjos/
sexta-feira, 5 de abril de 2024
Barkley Marathon 2024, eu estive lá !!! Por Pedro Luiz Cianfarani - Parte I Condolências
Depois de 6 anos desvendando os segredos para entrar na mais
icônica das corridas finalmente recebo a tão aguardada carta de” condolências”,
sim esta e a forma que somos convidados a participar da Barkley Marathon, me tornando
o 2º brasileiro a receber este convite, segue trecho da carta “saudações;
Eu lutei e lutei para descobrir a melhor forma de dar essa notícia a você. Procurei
em minha alma alguma maneira de suavizar o golpe por alguma maneira de aliviar
a sensação de desgraça e mau pressentimento isso certamente irá se instalar em
sua mente como uma névoa densa e congelada. Por alguma maneira de evitar o frio
glacial que permeará seu coração como uma chuva gelada e congelada...mas não há
realmente nada a fazer a não ser expor:
É meu lamentável dever informá-lo que você foi selecionado para correr
nas maratonas Barkley de 2024... “
A dificuldade começa para conseguir ser convocado, pois não possui
um site para obter qualquer informação e para conseguir a convocação é um
verdadeiro jogo de investigação, antes mesmo de receber a carta de “condolências”
recebemos um convite para entrarmos em um grupo de Facebook privado onde
receberemos informações e o grupo tem uma regra muito simples sigilo total.
Se conseguir passar por esta fase de convite se prepare que
irá participar de uma das corridas mais difíceis que existe onde tudo é feito
para que você não a complete, o caminho não é demarcado precisamos nos orientar
por bússola por um circuito de 30 a 40 km cada volta num total de 5 voltas e
cada volta é num sentido, ou seja 1ª volta sentido horário, 2ª volta sentido anti-horário
e assim por diante.
Para provar que passamos pelo caminho correto alguns livros
são escondidos, onde devemos encontra-los e destacar a página correspondente ao
nosso número de peito, este ano tivemos que encontrar 15 livros pelo caminho.
Quem conseguir completar a volta ou Loop vai entregar seu número de peito junto
das 15 páginas e depois de conferido você recebe um novo número de peito e pode
abrir uma nova volta.
Não podemos usar qualquer tipo de GPS apenas mapa e bússola,
o caminho só saberemos algumas horas antes da largada quando é fixado um mapa
em uma mesa após entregarmos 1,60 dólares, uma placa de carro do meu país e um
presente para o organizador que este ano foi um par de meias de lã.
Também não sabemos qual a hora da largada apenas somos informados
o dia, assim devemos ficar acampados no Park e aguardar o toque de uma concha e
após este toque teremos 1 hora para nos preparar para a largada, mas antes
retirar o relógio fornecido pela organização para garantir que ninguém utilize
GPS e quando icônico Lazarus Lake acender seu cigarro a corrida começa com seus
mais de 3000 m de altimetria acumulada por volta e 16000 m nas 5 voltas,
equivalente a subir 2x o Evereste.
Nesta parte procurei falar um pouco sobre a prova por ser
muito diferente das que estamos acostumados a ver e se apenas começas a falar
da preparação e como foi minha participação muitos não iriam entender, então
aguardem as próximas partes deste desafio que com certeza ficou marcada na
minha vida.
quarta-feira, 13 de dezembro de 2023
Um segundo semestre bem corrido – Por Pedro Luiz Cianfarani
Até parece brincadeira, mas tirando os 235 km da UAI em julho minhas provas neste segundo semestre ficou concentrada em apenas 20 dias, 100 km UTM em 14/10, Backyard/ 100 km Bolívia 27/10 e 12 horas de pista da Fênix em 04/11.
As coisas começaram a mudar quando o amigo Gecier tentou me
convencer a ir para UTM e já que ele iria no mesmo dia da largada para Campos
do Jordão eliminando assim o valor absurdo da hospedagem .... Não precisou
muito para eu mudar de ideia rsrs e agora teria 20 dias entre uma prova e
outra.
Quem pensa que meu planejamento estava finalizado se enganou
e precisei encaixar mais uma prova entre estes 20 dias quando meu amigo e
organizador da Backyard na Bolívia me intimou a participar da prova que iria
organizar (claro que não intimou, mas eu precisava para me convencer rsrsrs) e
assim ficaram 3 competições em 20 dias.
Começando pelos 100 km da UTM que era para ser uma prova bem
tranquila, mas ganhou um toque de emoção quando meu tênis que estava muito
tempo guardado, após a metade da prova descolou o solado todo fazendo terminar
a prova quase descalço, mas isso não impediu o prazer em completar mais um
desafio. Inclusive um amigo vendo minha chegada sempre alegre e vibrando me perguntou
como estava alegre e vibrante chegando quase sem tênis e com os pés bem
dolorido, apenas respondi:
Sem muito descanso e treino fui para Bolívia e desta vez,
diferente de quando fui em 2019, cheguei com pouco tempo para me aclimatar com
a altitude que foi cruel me derrotando fazendo sair da
competição prematuramente
apenas na 4ª volta e confesso ter ficado muito chateado, mas não havia notado
um detalhe do regulamento que poderia competir em qualquer uma das 4 provas que
estavam sendo realizadas simultaneamente, Backyard, 100 km, 100 milhas e 24
horas.
Sem perder mais tempo, pois havia perdido muito por não
saber deste detalhe, sai para os 100 km computando minhas voltas da Backyard e
agora correria do meu jeito sem me preocupar com as regras da Backyard podendo
controlar os efeitos da altitude. Para minha surpresa durante o jantar de
premiação descubro que havia conquistado a 3ª colocação e claro que esta viagem
irá ganhar um relato com todos os detalhes.
Retornando ao Brasil nem consegui treinar, apenas descansei
os 5 dias que antecederia as 12 horas da Fênix que foi marcada pelo caos que
estava a cidade devido à forte chuva do dia anterior e de forma heroica o
organizador de primeira viagem nos entregou uma boa prova.
Sempre agradeço a todos que sempre me apoiam e me incentivam
em meus desafios.
Meu muito obrigado
quarta-feira, 29 de novembro de 2023
UAI - Ultramaratona 235 km - julho de 2023 por Pedro Luiz Cianfarani
Depois de muitos anos fazendo provas acima de 200 km, decidi começar a fazer provas novas e finalizar algumas das principais no Brasil e resolvi começar pelos 235 km da UAI que aconteceu em 7 de julho de 2023 e como falei na postagem anterior vim de uma sequência de provas bem pesada coisa que não gosto de fazer, mas infelizmente aconteceu e procurei fazer de forma de não sobrecarregar o corpo.
Formei minha equipe tradicional com minha companheira Claudia e meu treinador e irmão Beto que já me acompanham em muitos de meus desafios.
Assim em uma manhã de sexta-feira, muito fria, demos a largada saindo de Passa Quatro, primeiro PC seria em Itamonte e sem sair do meu estilo percorri os 20 km de forma bem conservadora e sem apoio que só poderia me acompanhar a partir de Itamonte.
Próximo trecho seria até Alagoa com o primeiro grande desafio da prova, uma subida constante por uma rodovia até chegar na entrada do Garrafão ¹ e neste trecho sempre acompanhado de perto pelo meu apoio, e passando o Garrafão segui sozinho em mais um trecho sem apoio vindo a encontra-los pouco antes de Alagoa onde chegamos no próximo PC com 65 km e uma ótima estrutura.
Abastecido parti para Aiuruoca em um trecho de 30 km e com a noite e temperatura caindo muito e procurei manter meu ritmo sempre constante e acumulando kms até vencer mais uma etapa até Aiuruoca acumulando assim 95 km e cada vez mais frio. Para imaginar como estava frio pedi uma sopa para Claudia para tomar antes de seguir rumo ao Papagaio, e para minha surpresa quando encontrei minha equipe a Claudia me falou que não conseguiu preparar a sopa porque o fogareiro não conseguiu esquentar o suficiente. Será que estava frio?
Mas a estrutura da prova estava impecável e o PC sempre bem servido, então pude contar com uma sopa quentinha para esquentar o corpo e seguir no trecho considerado o mais desafiador. E agora abastecido e bem aquecido com roupas apropriada segui rumo a pousada da família Garcia no ponto mais alto da prova, na Serra do Papagaio. Chegando na pousada que é um PC procurei não parar muito apenas dei o nome me abasteci de agua e segui caminho para não sentir a mudança de temperatura aconchegante dentro da pousada.
Agora enfrentaria o pior trecho, uma longa descida com muito buraco e pedras soltas, um prato cheio para uma lesão. Tive 3 quedas e uma delas bem feia onde pensei ter lesionado o joelho ou melhor o que sobrou dele rsrsrs .... Neste trecho realmente perdi muito tempo descendo com muito cuidado para evitar mais tombos e quase no raiar do dia chego no próximo PC no Gamarra com 135 km.
Tomei um café reforçado e parti para os últimos 100 km e agora com uma temperatura mais agradável onde o frio havia dado uma trégua e voltando ao meu ritmo conservador e constante sigo em frente passando por Baependi e chegando até Caxambu no próximo PC e neste trecho pude contar com a companhia ao meu lado hora da Claudia, hora do Beto, neste PC apenas me identifiquei e segui para São Lourenço e aliviado por saber que começaria nos 50 km finais.
Nesta hora precisei reforçar as bandagens do pé para não ter surpresa com as bolhas e me sentindo muito bem coloquei um ritmo forte e constante aproveitando um longo trecho plano e pensando em apenas finalizar a prova, nesta hora chega a 2ª noite e o último PC no Bar do Zé Maria.
Com a vontade de terminar crescendo por saber que só restaria 30 km para finalizar, mas sabia que ainda enfrentaria meu último desafio, uma serra de 11 km e chegando ao pé da serra a Claudia que bravamente havia me acompanhado entrou no carro dando lugar para meu irmão Beto me auxiliar no ritmo e como sempre gosto de fazer ao final de qualquer desafio aumento meu ritmo subindo os 11 km sempre correndo , quando a Claudia parava o carro no meio da serra perguntando se precisava de alguma coisa e sempre respondia que só iria comer ou beber algo quando finalizasse a subida e apenas gostaria de terminar.Terminando a subida restava apenas os últimos 12 km sendo 4 km de descida até a cidade e nesta hora com a 2ª noite começa as alucinações ² onde tinha a nítida impressão que havia atletas chegando, todos sabem que não me preocupo com colocações, mas no final dos 235 km queria manter esta minha colocação e procurei manter meu ritmo até o final finalizando em pouco mais de 40 horas, 3º colocado e muito feliz e sensação de missão cumprida.
1 – Pouco antes de chegar na entrada do garrafão um caminhão de leite encosta ao meu lado e pede para tomar cuidado com os javalis que como haviam alguns com cria ficavam agressivos chegando a atacarem até os carros quando passavam pela rodovia rsrsrs.
2 - Ainda sobre a impressão de atleta chegando quando comecei a ver luzes chegando meu irmão confirmou que não havia ninguém chegando e não me falou nada porque viu que eu estava bem motivado rsrsrs.
Sem palavras para agradecer minha equipe e sempre falo que o sucesso do desafio são de todos.
Obrigado minha amada Claudia e meu irmão e parceiro Beto
terça-feira, 8 de agosto de 2023
Fechando o primeiro semestre - por Pedro Luiz Cianfarani
Sempre falo que a Br 135 apesar de ser realizada em janeiro a considero o encerramento do calendário de corridas, assim este ano coloquei como prova alvo a UAI 235 km realizada em julho e neste primeiro semestre saíram muitos treinos e algumas provas pelo caminho.
Entre as provas comecei quase no susto com a Maratona de SP quando uma grande amiga que veio me visitar faria a prova e não pude resistir e lembrando os velhos tempos no dia 02 de abril completei a Maratona de SP sem aquela obrigação de tempo baixo e mesmo assim completei em 4 horas e 30 min.
No final de abril, dia 29, consegui levar vários Ultraloucos para Itupeva para participar da Backyard ou como é chamada popularmente Resta 1 e quando tudo parecia definido recebo um convite da Ultra Runner Eventos para uma prova piloto, UTM Ultramaratona Transmantiqueira 100 km no dia 06 de maio e precisava definir junto do Beto uma nova programação já que seria apenas uma semana após a Backyard e foi definido direcionar atenção nos 100 km da UTM. Assim completei apenas 8 voltas, 56 km em Itupeva e na semana seguinte os 100 km em 15 horas e 30 min.
Imaginava agora focar na UAI…. Mas recebo um convite do
amigo e organizador de corridas Zobaran para uma prova piloto, Five5Attacks no
dia 12 de maio, logo de início repassei o convite para meu irmão Beto que me
convenceu em participar também afim de conhecer a prova, assim os irmãos
Cianfarani foram conhecer este novo formato de prova. Eu subi 2 dos 3 ataques e
meu irmão ganhou a prova ganhando os 3 ataques e cravando o melhor tempo.