Durante esses 18 anos que venho
participando de corridas de rua, por diversas vezes me veio o pensamento de
como seria cruzar a linha de chegada em primeiro, estar no lugar mais alto do
pódium. Estive muitas vezes entre os 5 primeiros, subindo a pódium, após fazer
boas provas, mas nunca havia vencido uma corrida. No dia 14 de Maio, em
Morungaba, finalmente senti essa sensação, de forma inesperada pelas
circunstâncias que ocorreram na semana antecedente, terminando em primeiro
lugar os 75 km da UD de Morungaba. Estava sem pretensões de participar de
provas, treinando para manter o condicionamento físico, sem metas específicas.
Meu irmão, Pedro Luiz, por diversas vezes havia me chamado para correr a
Ultramaratona UD de Morungaba, prova duríssima de 75 km, com inúmeras subidas e
trilhas, mas não estava muito a fim de assumir tal desafio, devido a muitas
lesões que venho enfrentando nos últimos anos. Há duas semanas pra prova,
conversando com o treinador e companheiro de Nova Equipe, Emerson Bisan,
resolvi aceitar o desafio de enfrentar os 75 km e literalmente “ver o que
poderia acontecer”. Encaixei alguns treinos específicos no pouco tempo que
tinha pra preparação, buscando ganhar um pouco de volume, pois nos últimos
meses não estava rodando muito, apenas treinos curtos e intensos. No último
treino longo pra prova, a 6 dias pra prova, senti fortes dores na musculatura
da panturrilha direita, aumentando as incertezas e insegurança pra
ultramaratona que realizaria. Pra apimentar mais as coisas, minha família pegou
uma virose, com vômitos e diarréia, mais uma situação pra administrar até o dia
da prova. Pensei por diversas vezes em desistir de participar, mas meu Senhor e
Salvador, Jesus Cristo, é um Senhor de milagres e se fosse de sua vontade que
completasse os 75 km, certamente não seria lesões e nem viroses que me tirariam
do seus planos. O treinador Emerson Bisan ainda frizou que se a lesão na
panturrilha não me atrapalhasse, certamente eu me surpreenderia com meu
resultado. O clima da prova estava agradável, muitos atletas, nas diversas
categorias que o evento dividiu. Meus amigos Ultraloucos, como sempre, me davam
todo incentivo e força nos momentos antes da largada. Nos instantes antes da
largada, orei a Deus, pedindo que me protegesse dos males que poderiam ocorrer.
Assim que largamos, o desconforto na panturrilha se mostrava presente, uma
incógnita do que seria a prova, colocando ainda mais pontos de interrogação na
minha cabeça. Decidi seguir em frente, ate onde meu corpo permitisse e se não
desse mais, pararia no posto de controle mais próximo e voltaria de carona. Aos
poucos a musculatura foi esquentando, a dor foi amenizando e o ritmo
estabilizando, correndo num ritmo seguro e confortável para 75 km. Quando
percebi que estava superando todas as subidas sem precisar caminhar e que já
estava em primeiro lugar, fui percebendo que finalmente chegaria em primeiro
lugar. Confesso que me emocionei nos quilômetros finais, me lembrando de todas
as dificuldades que havia enfrentado, das várias lesões que me fizeram pensar
em desistir da corrida, de todo deserto que havia enfrentado nos últimos
anos... daí me lembrei que o deserto é um dos lugares onde temos mais
intimidade com Deus, lugar de crescimento, onde provamos o amor do Pai.
Terminei a prova com pouco mais de 07 horas e 40 minutos, primeiro colocado
Geral nos 75 km, muito feliz com o resultado e desfeche dessa história.
Agradeço a todos que fizeram parte desse momento tão especial da minha vida...
Toda honra, glórias e louvores a ti, Senhor Jesus, aquele que é, que era e que
há de vir!!
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