No último dia do ano de 2013,
após as inúmeras reflexões em vários setores do dia a dia, chegou a vez de
analisar as intensas e apaixonantes ULTRAMARATONAS. Passando uma por uma, é
impossível não dar uma atenção especial a temida Brazil 135 Ultramarathon, especialmente
por estarmos aproximadamente a 20 dias da edição de 2014. A pergunta que paira
em minha mente é o “por que participar de um desafio tão difícil e extremo como
a BR?” Certamente essa pergunta deve estar presente dentro das cabeças daqueles
que nunca encararam um desafio parecido como este, mas quem já se aventurou nas
intermináveis e inclinadas subidas e descidas do percurso, tem o argumento na
ponta da língua. Alguns anos atrás, uma renomada revista de corrida, publicou
uma matéria em uma de suas edições, destacando que a grande motivação de um
atleta de ultramaratona em realizar tais provas, em sua maioria, para mostrar
que era melhor que os outros corredores de provas mais curtas, dando a
entender, que em resumo, o objetivo era massagear o ego. Vale destacar que o
responsável pela matéria se intitula “ultramaratonista”. Mas analisando minha
experiência, como um todo na Brazil 135 deste ano, lembrando de cada fato
ocorrido, cada adversidade superada, conclui que a amizade é o sentimento mais
presente em tal esporte. Após muitos problemas físicos, onde fui consumido
aproximadamente por 7 horas por terríveis câimbras, inúmeros atletas
interrompiam suas provas, para de alguma forma tentar me ajudar, seja com
ajudas técnicas, experiências próprias ou simplesmente, para desejar boa sorte.
O percurso da Br, em sua grande maioria, é devastador para as pernas dos
atletas. A somatória das subidas e descidas intermináveis, nos incríveis 217
km, são temperados pelo piso difícil de ser percorrido, em estradas de terra,
com muitos buracos e pedras, castigando qualquer musculatura. Antes de
participar da prova, acompanhando em anos anteriores os carros de apoio de outros
atletas, tinha a ilusão de que era possível subir as “rampas intermináveis”
correndo. Mas ao participar do desafio, percebi que subir correndo tais subidas
era tarefa para poucos, ao menos não seria rotina na corrida daqueles que
pretendiam completar a prova. Independente do objetivo de qualquer um que se
dispõe a participar da prova, administrar o desgaste físico acaba sendo uma
regra para chegar ao fim da corrida. Chega um momento, em que não pensar nas
dificuldades que chegarão a frente, concentrando-se apenas em dar um passo após
o outro é a melhor forma de seguir em frente.
De qualquer forma, seja o qual for o motivo de estar presente na Brazil
135 Ultramarathon, uma coisa todo atleta vai precisar, superar a si mesmo, em
grande parte dos intermináveis 217 km, da prova mais difícil em solo
brasileiro. Que Deus proteja a todos que estarão presentes nesse intenso
desafio. Nos próximos dias, uma ficha será postada de alguns atletas que vão
enfrentar a prova.
terça-feira, 31 de dezembro de 2013
Vamos enfrentar mais um desafio extremo!
quarta-feira, 23 de outubro de 2013
Bertioga-Maresias 2013 2ª etapa
Superando seus adversários,
Eduardo Calixto conquistou mais uma vitória para seu currículo, desta vez
venceu a Ultramaratona Bertioga-Maresias, 75 km de pura emoção, passando por
praias, estradas, trilhas e até mesmo serra (Serra de Maresias), que liga a
praia da Enseada, em Bertioga até a belíssima praia de Maresias, em São
Sebastião. Alguns adversários caíram pelo caminho, como Thiago José de Almeida,
que liderou parte da prova, mas acabou sentindo o desgaste e abandonou a
corrida, deixando mais fácil pra Calixto. Outro que acabou deixando a disputa
foi Agnaldo Sampaio, que sofrera de problemas estomacais, vomitando muito,
sendo forçado a abortar a busca pelo bicampeonato da prova, já que ganhou a
primeira etapa de 2008 (o primeiro campeão da categoria solo). A vitória de
Calixto veio com o tempo de 5 horas e 42 minutos, buscando a liderança nos
últimos 20 km, vencendo pela primeira vez no evento. Marcelo Avellar chegou em
segundo, com 5 horas e 46 minutos, seguido por José Nilson de Andrade em
terceiro com 5 horas e 50 minutos, Jorge Carneiro em quarto com 6 horas e 02
minutos e 01 segundos e Sinval Moreira em quinto, com o tempo de 6 horas e 02
minutos e 15 segundos, fechando o pódium masculino. No feminino, a vencedora
foi Cintia Franco, com 6 horas e 43 minutos. Minha participação na prova pode
ser resumida em duas fases: a primeira fase, do extremo bem estar, somado com
uma corrida segura, sem exagerar no ritmo; e a segunda fase, com um intenso mal
estar, mergulhado em enjoos e indisposição. Corri até o km 40 em um ótimo
ritmo, controlado por gps, hidratando e suplementando a todo momento. Estava
muito feliz por tal boa sensação, comentando com os integrantes de minha equipe
de apoio, que me acompanhava, disponibilizando-me tudo o que precisava, que
andava tudo perfeito. Quando de repente, sem aviso prévio, um forte enjoo
surgiu, mostrando que o vômito era questão de tempo, intensificado por uma
fraqueza assustadora. Naquele momento, sabendo que restavam 35 km de prova
(quase metade) refleti o que poderia fazer em tal situação. A melhor opção era
abandonar, pois não chegaria nem perto do tempo objetivado, que era abaixar
minha melhor marca na prova de 6 horas e 37 minutos, conquistada em 2011. O
esforço que faria pra prosseguir ir até o fim e cruzar a linha de chegada seria
imenso, devido ao meu estado físico, que mal conseguia correr, para quem sabe,
chegar antes das 8 horas de prova. Pensei em todo treino realizado, nos últimos
3 meses, todo investimento da minha equipe, disponibilidade dos integrantes,
deixando seus afazeres e dos quase 500 km percorrido de Ribeirão Preto até
Bertioga. Cheguei a conclusão que o mínimo que deveria fazer era cruzar a linha
de chegada e concluir o desafio. Fui acompanhado por um ciclista e um carro de
apoio até o km 60, quando encontrei meu irmão Pedro Luiz, que correu ao meu
lado, até a linha de chegada. Me arrastei até o final da prova, concluindo em 7
horas e 56 minutos ( no meu relógio deu 7 horas e 55 minutos), minha pior marca
em todas as edições participadas, mas sem dúvida, minha maior superação entre
elas, onde sem condições alguma, cheguei até o fim, finalizando o desafio.
Agradeço a minha equipe de apoio: Aroldo Costa Neto, Daniel Fantini, Danilo
Pasquale, Samuel Cestari, Minha cunhada Claudia e meu irmão Pedro, além de toda
família que ficou na torcida em Bertioga, que de alguma forma, me ajudaram a
seguir em frente, cruzando a linha de chegada, mesmo que fora do tempo
programado, mas não desistindo nunca. Obrigado meu Senhor Jesus, por estar em
minha vida, me protegendo de todos os males...Glórias a ti, Senhor!
sexta-feira, 11 de outubro de 2013
Ultramaratona Rio de Janeiro - Fuzileiros Navais 24 Hrs - 2013

quarta-feira, 21 de agosto de 2013
12 horas Day Nigth de Valinhos
segunda-feira, 29 de julho de 2013
Ultra Desafio 50 Milhas - Etapa Morungaba 2013
Quando
alguém aceita enfrentar um desafio de 50 milhas, aproximadamente 80 km, já é
esperado por este encontrar muitas dificuldades, principalmente quando tal
prova é classificada como corrida de montanha. Mesmo já prevendo tais
dificuldades, todos aqueles que encararam as 50 milhas de Morungaba, organizada
pela Ultra Runner Eventos, foram surpreendidos pela extrema dificuldade, frutos
das “destruidoras“ subidas e do forte calor, que fez no dia da prova. O vencedor no masculino foi Oraldo Romualdo,
com o tempo de 8 horas e 51 minutos, 11 segundos apenas do segundo colocado,
Ornaldo Fernandes de Lima. Reinaldo Tubarão em terceiro lugar, com 9 horas e 04
minutos, Delino Tomé em quarto com 10 horas e 46 minutos e José Roberto da
Silva em quinto, com 10 horas e 48 minutos, fecharam o pódium masculino. No
feminino, a grande vencedora foi Marcia dos Santos, após 10 horas e 55 minutos
de muita luta. Entre os Ultra-loucos, Pedro Luiz terminou a prova após 11 horas
e 57 minutos, ocupando a 8ª posição geral masculina. Outro a completar a prova
foi Gecier Gomes, com 13 horas e 39 minutos, terminando na 15ª posição geral
masculina. Dicler Agostinetti e José Antônio Parreira
também enfrentaram o desafio, mas acabaram abandonando a prova, motivados pelo
forte calor, automaticamente pelo grande desgaste nas intermináveis subidas. Se
uma ultramaratona visa chegarmos a nossos limites, com certeza as 50 milhas de
Morungaba alcançou o objetivo. Parabéns a todos os guerreiros que enfrentaram
este grande desafio.
quarta-feira, 29 de maio de 2013
Um guerreiro no IRONMAN Brasil 2013

quarta-feira, 22 de maio de 2013
Ultramaratona Bertioga - Maresias maio 2013 - 1ª Etapa
quarta-feira, 15 de maio de 2013
A bela Bertioga-Maresias!
A cada edição que passa, fica
mais difícil estar entre os primeiros colocados, mais ainda chegar em primeiro,
na charmosa ultramaratona “Bertioga-Maresias”. Novos e fortíssimos nomes
ingressam em cada ano na prova, aumentando cada vez mais o nível do evento. A
prova sempre teve como foco principal a categoria revezamento, em várias subdivisões,
em masculino, feminino e misto, revezando em 3, 6 e 8 atletas. Mas nos últimos
anos, a procura pela categoria solo (aqueles que encaram os 75 km sozinhos) vem
crescendo em quantidade e qualidade. As inscrições da categoria solo esgotam
nos primeiros dias, deixando muitos atletas de alto nível fora da corrida,
tamanho a procura pela prova. Se o céu estiver aberto, dificulta pela alta
temperatura, se estiver chovendo, a areia molhada, fica “pesada”, tornando a
vida dos corredores mais difícil. Tempo nublado e sem chuva, nunca aconteceu
(não que me lembre). O fato é que vai ser mais uma batalha para os “guerreiros
das longas distâncias”, com sol ou chuva. Estarei presente (Beto Cianfarani)
nesta aventura, objetivando cruzar a linha de chegada, independente de qualquer
tempo de conclusão, tendo a certeza de que vou me esforçar ao máximo, em cada
passada, agradecendo a Jesus, por me dar forças para alcançar e praticar essa
modalidade que tanto gosto. Boa sorte a todos!
quinta-feira, 9 de maio de 2013
Ultra Runner 100 km - Praia Grande 2013
Desbancando os favoritos, Fabio Rodrigo Machado venceu a 3ª
edição dos 100 km da Praia Grande, realizado no dia 27 de abril. Superando os
até então favoritos pra vencer a prova, Oraldo Romualdo, atual campeão das 12
horas No Limit, realizada na mesma pista dos 100 km e Harry Serrão, vencedor da
2ª edição dos 100 km em 2012, Fabio conquistou uma brilhante vitória. Oraldo
assumiu a liderança nas primeiras horas, mas com o passar do tempo, Fabio
acabou o ultrapassando, seguindo até o fim, vencendo os 100 km com o tempo de 8
horas e 33 minutos, deixando Oraldo com a segunda colocação, terminando a prova
em 8 horas e 42 minutos. Já Harry, acabou abandonando a prova com 63 km
rodados, após 5 horas e 53 minutos de luta. Na terceira posição ficou Urbano
Dario, com o tempo de 9 horas e 16 minutos. Raimundo Bernardo de França na
quarta posição com 9 horas e 51 minutos e Gláucio Monte-Mor em quinto, com 10
horas e 6 minutos fecharam o pódium masculino. No feminino, mais uma vez, Maria
Claudia Souto acabou levando a vitória, a segunda em três edições da prova, com
o tempo de 10 horas e 26 minutos, confirmando a boa fase. A segunda colocada
foi Siria Bitencourt, com 11 horas e 54 minutos de prova, sendo apenas as duas
a concluírem os 100 km. Já na categoria 50 km, o vencedor masculino foi José
Virginio de Moraes, com 3 horas e 34 minutos de prova e no feminino, Cissa da
Silva, com 4 horas e 38 minutos os 50 km. Dentre os ultraloucos, Gecier Gomes
com 5 horas e 48 minutos e Ronaldo Roque com 6 horas e 26 minutos, ambos na
categoria 50 km, marcaram presença, demonstrando muita raça no forte calor que
fez na prova. Já nos 100 km, Dicler Agostinetti rodou 83 km nas 12 horas limite,
permanecendo na pista por quase todo tempo. José Antonio Parreira percorreu 54
km, buscando uma melhor forma física para buscar seus objetivos, demonstrou a
valentia de sempre. Já meu irmão, Pedro Luiz, sentiu uma lesão na coxa direita
logo na primeira hora, ficando quase impossível concluir os 100 km, direcionando
seu foco no auxílio de minha prova, importantíssimo na minha trajetória,
percorrendo 52 km no fim das 12 horas. Minha prova foi sofrida, com o corpo
comprometido, numa forma física precária, senti um grande desgaste por volta de
60 km, sofrendo muito nos últimos 40 km. Meu corpo estava coberto de sal logo
nas primeiras 3 horas. Nos últimos 15 km,
Pedro Luiz me acompanhou, incentivando-me, me arrastando até a última volta. Em
partes, me dava uma certa tristeza em ver que estava sem qualquer condição de
brigar por um lugar no pódium, mas o fato de ter ido em frente, não ter
desistido, enfrentando aquele mal estar e mesmo num tempo alto, concluindo a
prova em 11 horas e 13 minutos, foi maravilhoso. Terminei em décimo lugar geral
masculino, primeiro lugar na categoria 30 a 34 anos, conduzido por Jesus Cristo, nos momentos mais difíceis. Valeu todo esforço, terminei os
100 km, venci minhas dificuldades. Dedico a ti, Senhor! Muito obrigado a todos
que estiveram presentes neste evento, tanto no suporte, quanto encarando os
quilômetros... Até a próxima!
quarta-feira, 17 de abril de 2013
ULTRA RUNNER 100KM PRAIA GRANDE
Sol e muito
calor...esses seriam os ingredientes para um proveitoso sábado no litoral
Paulista. Mas não para os guerreiros que vão enfrentar a terceira edição dos
100 km da Praia Grande, que será realizado no dia 27 de Abril, na pista de
atletismo do Polo Esportivo Leopoldo Estácio Vanderlinde, na cidade de Praia
Grande. A ultramaratona realizada em pista de atletismo é, sem sombra de
dúvida, uma das mais estratégicas provas entre as mais diferentes provas, por
oferecer ao atleta a visualização de seu adversário em todos os momentos, verificando seu
ritmo, suas interrupções, suas câimbras e até mesmo seu desespero. Impossível
não citar a primeira edição das 24 horas dos Fuzileiros Navais, percorrida em
pista de atletismo, realizada em 2008 no Rio de Janeiro, quando Vanderley
Pereira estava em segundo lugar, 4 km atrás do primeiro colocado, faltando
pouco menos de duas horas para acabar. Vanderley, em uma sonora recuperação,
foi tirando volta a volta a grande diferença que lhe separava do primeiro
colocado, incendiando aqueles que lá estavam, dando pra ver o desespero do até
então primeiro colocado, vendo Vanderley pulverizar a gigantesca diferença,
ultrapassando, abrindo algumas voltas e vencendo aquela brilhante batalha. Tudo
isso é o que apimenta uma ultramaratona em pista de atletismo, emoções que com
certeza vão estar presentes na 3ª edição dos 100 km da Praia Grande, organizada
pela Ultra Runner Eventos. A prova contará, além dos 100 km, a categoria 50 km,
tornando o ritmo de prova ainda mais forte. Com certeza, vale a pena
acompanhar. Nos vemos em mais este desafio!
quinta-feira, 21 de março de 2013
Ultradesafio 50 milhas - Campinas
segunda-feira, 4 de março de 2013
50 Milhas Decathlon de Campinas 2013 - Certeza de fortes emoções!
Aproximando-se de mais um
desafio, este que tanto gosto, prova principal de meu calendário, às 50 milhas
Decatlon de Campinas chega como uma das primeiras provas do ano, organizada
pela Ultra Runner Eventos, trazendo o charme das estradas de terra de uma zona
rural de Campinas, somadas com as difíceis subidas daquele terreno. Nos dois
anos anteriores o clima favoreceu em partes, com chuva e baixa temperatura,
favorecendo pela ausência do forte calor, prejudicando pela chuva que castigou
as estradas de terra, dificultando a vida dos motoristas dos carros de apoio. A
prova será no dia 16 de Março, com largada às 7 horas da manhã, tendo 15 horas
para sua conclusão. Vários nomes estarão presentes nesse desafio, entre eles
Oraldo Romualdo, atual Campeão, Agnaldo Sampaio, que esteve entre os três
primeiros nas duas edições anteriores, Adão Miranda, atleta de várias
conquistas nacionais, entre outros. Dentre os amigos Ultras, teremos Gecier
Gomes, atleta experiente que vem focado pra prova, superando o desgaste da
Brazil 135, realizada em Janeiro, treinado pra superar qualquer dificuldade e
cruzar a linha de chegada. Vindo também de uma verdadeira guerra na Brazil 135
deste ano, Dicler Agostinetti soma a motivação pela mesma concluída em janeiro,
com o desgaste físico proporcionado pelo esforço da prova, tendo cautela em
seus treinos, na busca por uma corrida saudável sem perder a competitividade.
Pedro Luiz Cianfarani, após servir como suporte na Brazil 135, se preparou para
baixar seu tempo das 50 milhas de 2011, que foi 10 horas e 25 minutos, usando
seus treinos na cidade de Socorro, que contém muitos morros similares aos da
prova de Campinas, como estratégia pela busca de tal feito. José Antonio
Parreira também estará presente, após ajudar Dicler como Pacer em Janeiro na
Br, muito motivado em concluir mais uma ultramaratona, com sua perseverança e
valentia de sempre. Boa sorte a todos os participantes da prova, que Jesus
Cristo proteja a todos os presentes no evento, seja correndo, ajudando ou
trabalhando na prova. Nos vemos lá!
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013
Brazil 135 Ultramarathon - Relato de Regina Gastaldo
A BR135 é uma
ultramaratona (135 milhas ,
215Km) que começa em São João da Boa Vista (SP) e termina em Paraisópolis (MG )
quase divisa com São Paulo novamente. Este trajeto é parte do “Caminho da Fé”
que termina em
Aparecida do Norte , onde se encontra a enorme e famosa
catedral.
Partimos na
quinta-feira, dia 17 de janeiro. Eu, meus dois pacers (Agnaldo e Vanderley)
além de meus cunhados (Paulo e Ana) que iriam ser minha equipe de apoio durante
toda a prova. Participamos também de um almoço organizado pela prova, com a
premiação do melhor ultramaratonista de 2012, que era o Agnaldo. Após tudo isso
fomos para o hotel tentar descansar um pouco. Marcamos para às 19:00h um jantar
com os componentes das duas outras equipes da Acrimet, que também iriam
participar da prova, o Beto e o Dicler. A comida estava farta e deliciosa e
todos nós comemos muito bem.
Tive uma noite bem
dormida, acordando às 5:45h. Pontualmente às 6:00h estava tomando o café da
manhã e até comi bastante. Voltei ao quarto para então me vestir e me encher de
bloqueador solar pois o dia prometia ser bem quente. A largada era próxima do
nosso hotel, então fomos caminhando até lá. Com todas as fotos tiradas, fiquei
aguardando a largada com o Vanderley que iria começar a corrida comigo .Milagrosamente
aquela ansiedade pré-prova quase não existia e lá fomos todos nós rumo a Águas
da Prata, a primeira cidade 24Km adiante. Esta primeira etapa, boa parte se passava
em um terreno difícil no meio de uma mata meio fechada e com alguma lama.
Encontramos o único cadeirante da prova com bastante dificuldade em passar por
este trecho. A partir daí comecei a ver que todo trajeto seria repleto de
subidas e descidas intermináveis, lógico pois estávamos cruzando cidades
localizadas na serra da Mantiqueira. A principio achei que iria só correr, bem
devagar é claro, pois eram muitos kms a percorrer; mas fui percebendo que isso
era impossível, dado o aclive e declive de alguns trechos, então acabei por
aceitar ora andar ora correr. A paisagem de todo o percurso era lindíssima com
direito até a um banho de cachoeira entre Aguas da Prata e Andradas. Comi até
manga e banana colhidos pelo Vanderley na estrada. Começou a escurecer e o
cansaço foi pegando e também o medo de cair, por não enxergar direito o caminho
no escuro da noite, então decidi que a noite só andaria mesmo. Fizemos uma
parada em uma pousada de apoio próxima de Barra, creio eu, aonde tomei um
banho, comi um pouco de macarrão e descansei por um tempo, para logo em seguida prosseguir noite adentro
novamente. Lá pelas 2h da madrugada chegamos a uma cidade chamada Crisólia,
todos dormindo, um silêncio só, quando avistamos duas mulheres em frente a uma
casa que nos ofereceram um cafezinho quente. Se todos não tivessem tomado um
gole, eu pensaria ter tido uma alucinação.
Lá pelas 6:00h da
manhã, passamos por Ouro Fino, depois das fotos em frente da “Porteira com o
Menino”, da célebre música, resolvi parar em uma pousadinha bem simpática.
Tomei um belo banho, descansei na cama bem quentinha (coloquei 2 cobertores
apesar do calor) por 1h. Levantei as 8:00h chamando todos em seus quartos para
tomar café da manhã que estava uma delicia. Comi frutas, pão, queijo, leite com
café, suco de laranja e um pão de queijo quentinho que só os mineiros sabem
fazer.
Paramos novamente em Borda da Mata , aonde
a Ana comprou um marmitex para o meu almoço. A partir deste ponto o trajeto foi
ficando cada vez mais difícil e demorado para mim, até que em algum ponto entre
Tocos do Moji e Estiva em uma descida bem acentuada eu não conseguia mais firmar
minha perna direita no chão. Começou a escurecer novamente e nosso carro de
apoio não estava por perto. Com a ajuda do Vanderley, improvisei um cajado para
conseguir andar. Eu me sentia muito bem (Dr Décio a pressão estava ótima) mas,
a musculatura das minhas pernas me avisaram que todas as subidas e descidas
eram demais para elas. Encontramos o Mario no caminho e tiramos algumas fotos,
logo após nosso carro de apoio e o Agnaldo me fez uma massagem com Biofenac, o
que ajudou bastante. Resolvi então colocar as minhas botas de treking, pois as
mesmas me dariam maior firmeza e segurança para caminhar do que o tênis de
corrida. E lá fui eu novamente na companhia do cajado e do Vanderley a caminho
de Estiva, cidade esta que nunca chegava. Depois de muito tempo encontramos
dois moradores da região e perguntamos se a cidade estava longe e eles
disseram: - Estiva, é logo ali. Esse logo ali nos valeu hora e meia de
caminhada. Coisa de mineiro, né!!! Pelas
contas que fizemos pelo caminho, nós achávamos que faltavam uns 30Km para
terminar a prova, mas quando, até que enfim, chegamos no posto de controle de
Estiva, a moça que me atendeu disse: - Agora só falta uma maratona, 42Km.
Eu achava que ela
estava brincando. Não estava. Era meia noite e pouco, teriam mais 8:00h para o
término da prova e dai eu avaliei:
- Estou conseguindo
andar somente me apoiando no cajado e no Vanderley (o que é proibido)
- Não vou conseguir
chegar no prazo nem por milagre
- As minhas pernas já
avisaram que era hora de parar
- O Luiz, meu marido,
e a mana Maria, querem sair de SP para me esperar na chegada às 8:00h
- Todos trabalham na
segunda feira
Bem, então só me
restava parar. Só que o Agnaldo já estava lá pronto com as lanternas, para ir
comigo neste último trecho e todos com cara de que eu deveria continuar. Só que
no meu entender, correr é um ato de prazer com responsabilidade. Eu adoro
correr. Esta corrida de 215Km em serra, foi muito para o que eu tinha treinado
e eu tinha certeza absoluta que o melhor para mim seria parar naquele momento.
E acho que quando a gente esta convicto no que faz os outros acabam aceitando
e foi o que aconteceu. É claro que todos
ficaram tristes. Depois de meia hora decidimos voltar direto para SP, sujos,
suados, cansados, meio tristes, mas felizes , especialmente Eu por ter corrido,
andado, xingado, rido e me aventurado por caminhos tão lindos que a gente só
percebe quando se corre de corpo e alma felizes.
Parte 2
Vale a pena lembrar
da torcida dos que não foram, a mana Maria, o João, amigos e parentes. O Luiz,
meu marido e amigo, que sempre me apoiou em minhas aventuras meio “diferentes”.
Ao Luiz Filho que apesar de não falar das coisas que faço eu sinto o orgulho
dele em falar o que faço para os outros. A Natália e o Helder, não preciso nem
falar, porque algumas vezes já trilharam os mesmos caminhos que os meus.
Ainda dou risada ao
lembrar dos “causos” do Vanderley que fizeram o tempo passar mais rápido. Da
nossa amiga “cadelinha preta” que nos acompanhou desde Tocos do Moji até
Estiva, ora choramingando quando se perdia de nós na escuridão da noite . De
toda música ouvida por mim nos meus IPods gravadas pelo
Helder, que em alguns momentos me lembravam do Aconcagua e me davam forças para
correr novamente, quando já mal conseguia andar.
Dos encontros no
trajeto com o Dicler, sempre com ânimo e alegria estampados em seu rosto, de
quem tinha a certeza de que foi para completar, afora sua equipe, meus amigos,
sempre com uma palavra de incentivo para mim. O esforço todo do Beto e sua
turma para também completar a prova, depois de tantos contratempos.
Lembro do Agnaldo
pegando um jornal velho e me fazendo uma caminha no chão da estrada para eu
dormir. Desculpe, mas o chão era muito duro para meu corpo dolorido e a
mantinha estava meio molhada. Era realmente uma situação hilária!!!
A Ana e o Paulo,
sempre solícitos, cada vez que eu pensava em querer alguma coisa, lá estavam
eles, fazendo, indo atras ou tirando toda a tralha do carro, porque o que eu
queria, estava lá por último de tudo. No meu entender o pessoal de apoio é quem
deveria ganhar um troféu.
Se volto para
completar a prova? É claro, afinal fiquei sem conhecer a ultima perna do
caminho
Mario, nos vemos no
caminho!!!!!!
Regina Gastaldo
sexta-feira, 25 de janeiro de 2013
Brazil 135 Ultramarathon - 217 km na Serra da mantiqueira
Defendendo seu título de 2012 da
Brazil 135 Ultramarathon, Eduardo Silvério Calixto entrou na prova de 2013
pensando em não ter adversários que não fossem as terríveis dificuldades que a
própria prova já fornece. Num ritmo muito forte, deixou todos seus adversários
diretos para trás, liderando de ponta a ponta, com o tempo de 25 horas e 36
minutos, tornando-se ao lado de Adilson Ligeirinho mais um bi-campeão da prova
mais dura em solo nacional. Após muito tempo, veio o segundo colocado, Reinaldo
Tubarão Basseti, com 30 horas e 23 minutos, seguido por José Raimundo Barbosa,
com o tempo de 31 horas e 38 minutos, na terceira colocação. A primeira mulher
a concluir a prova foi Debora Simas, com o tempo de 32 horas e 50 minutos,
quinta colocada no geral. Fazendo muito calor, o que fez a diferença foi a
estratégia e o cuidado com a hidratação. Enquanto estava claro, em todos os
dias, fez muito sol, sem uma nuvenzinha no céu, tornando o que já seria difícil
em desafio extremo para aqueles que ali estavam. Dicler Agostinett, após dois
anos batendo na trave, abandonando em ambas ocasiões, vendo o forte calor que
fazia, resolveu mudar a estratégia e administrar o desgaste desde cedo, fazendo
paradas para descanso, percorrendo os 217 km em pleno equilíbrio, sem correr muitos
riscos. Após 47 horas e 29 minutos, Dicler emocionou a todos que estavam
presentes, concluindo sua prova, com seu sorriso benevolente no rosto, botando
sua assinatura na Brazil 135 Ultramarathon, entre os guerreiros que já passaram
naquele solo. Já Regina Gastaldo, após fazer uma excelente prova, superando
todos os obstáculos existentes, não suportou o forte desgaste de tantas horas
em luta, abandonando a prova na cidade de Estiva, com quase 180 km rodados, mas
deixando registrada sua luta durante todo tempo que esteve na corrida. Gecier
Gomes, após um belo início, sofreu com a alta temperatura, tendo alguns
problemas renais no decorrer das horas, custando sua continuidade na corrida.
Após muita conversa com seu treinador, Gecier resolveu abandonar a Br 135,
poupando sua saúde, que é prioridade na vida de um atleta. Já este que escreve,
me descuidei no início dos princípios básicos de uma prova de longa distância,
que é a suplementação e hidratação, pagando muito caro por isso. Minha
participação relatarei a parte, mas deixo aqui registrado, que mesmo errando e
pagando caro pelos meus erros, levantei todas as vezes que fui derrubado,
ressurgindo das cinzas inúmeras vezes, terminando a prova alguns segundos após
as 48 horas. De certa forma, não consegui o que queria, que era concluir bem a
Br 135 e estar entre os primeiros, mas consegui provar pra mim mesmo que sempre
é possível continuar e reverter problemas. Parabés a todos, que de certa forma
fizeram parte dessa história. Até a próxima aventura!
sexta-feira, 4 de janeiro de 2013
Brazil 135 Ultramarathon - Está Chegando !!!

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013
Calendário de Ultramaratonas 2013
* 18,19 e 20 de Janeiro - Brazil
135 Ultramarathon - São Paulo - Minas
* 16 de Março - 50 milhas
Decatlon Ultra Runner 1ª etapa - Campinas
* 27 de Abril - 100 km da Praia
Grande Ultra Runner - Praia Grande
* 18 de Maio - 75 km
Bertioga-Maresias 1ª etapa - Litoral Norte de SP
* 7, 8 e 9 de Junho -
Ultramaratona dos Anjos 235 km - Minas Gerais
* 20 de Julho - 50 milhas Ultra Runner 2ª etapa - Poços de Caldas
* 17 de Agosto - 24 horas
"No Limit" Ultra Runner Praia Grande - P. Grande
* ?? de Setembro - 50 milhas
Ultra Runner 3ª etapa - Brotas
* 19 de Outubro - 12 horas Day
Nigth Ultra Runner - Valinhos
* 19 de Outubro - 75 km Bertioga
- Maresias 2ª etapa - Litoral N. de SP
* 23 e 24 de Novembro - 24 horas de Campinas Ultra Runner - Campinas
* Sem data definida - Ultramaratona
24 horas de Fuzileiros Navais - RJ
Amigos Ultramaratonistas mandem datas de provas que irão fazer para divulgarmos em nosso calendário.
Amigos Ultramaratonistas mandem datas de provas que irão fazer para divulgarmos em nosso calendário.
Assinar:
Postagens (Atom)