sexta-feira, 6 de julho de 2012

1º Festival Indoor de Ultracorridas de Campina Grande do Sul

No dias 30 de Junho e 01 de Julho foi realizado o 1° festival indoor de ultracorridas de Campina Grande do Sul, no Paraná, organizado pela “Bora Corrê”. A prova foi realizada em uma arena de rodeios coberta, com cerca de 260 metros, os atletas percorreram várias categorias em uma mesma prova. Destacando a principal prova que foi realizada no evento, a categoria 24 horas foi, sem dúvidas, o ápice entre as provas, levando grandes atletas percorrendo seus limites, na busca pela vitória. A vitória ficou com Agnaldo Sampaio, que percorreu quase 194 km, liderando por quase todo tempo, sendo ameaçado de longe por Carlos Pereira de Rezende, que por sua vez percorreu 183 km, terminando na segunda colocação. Na terceira posição, Janderson Rodrigues percorreu 177 km, postando seu nome entre os primeiros. No feminino, a atleta vencedora foi Maria Jose Tomaz de Aquino, que com uma grande vantagem para as demais rodou 172 km, conquistando a primeira colocação. Maria das Graças Bernardino em segundo com 149 km e Elisete Pereira com 109 km na terceira posição, formaram as 3 primeiras no feminino.   Pedro Luiz, rodando toda prova entre os primeiros, fez uma bela prova, perdendo algumas posições nas últimas horas, ocupando a 7ª colocação entre os homens, com 142 km, ficando em segundo lugar na categoria 40-44 anos. Em terceiro na mesma categoria, José Antonio Parreira fechou a prova com aproximadamente 82 km, terminando em 18° na categoria geral masculina. Também presente na prova, Dicler Agostinetti finalizou as 24 horas com 117 km rodados, ocupando a 14ª colocação geral masculina, terceiro na categoria 50-54 anos. Alem da dificuldade das 24 horas de prova, o frio foi algo que mais atormentou os corredores, que se equiparam para tentar inibir tal fator, peculiar de tal região. A todos que lá estiveram, parabenizo pelo esforço e dedicação, em mais esta prova, que mesmo nova no calendário nacional, permaneça e prospere por muito tempo entre os ultramaratonistas!

quinta-feira, 21 de junho de 2012

ULTRAMARATONA 24 HORAS DE CAMPINA GRANDE DO SUL

Em meio a um calendário repleto de provas, que vem se adequando entre os organizadores, os atletas têm hoje provas para a escolha, diferentemente de um passado próximo, ficando até difícil de escolher em qual ultramaratona participar. Se por um lado é muito bom, por estarmos cheios de provas pra participar, por outro lado os eventos não estão com o número de participantes equivalentes com o esperado. Provavelmente os atletas vão se adaptar logo com as novas provas e com certeza escolherão as melhores a serem participadas. Estando no meio da temporada das principais provas nacionais, Pedro Luiz e Dicler Agostinetti estão se preparando para o FESTIVAL INDOOR DE ULTRACORRIDAS DE CAMPINA GRANDE DO SUL, nos dias 30 de Junho e 01 de Julho, onde participarão da categoria 24 horas. No mesmo evento, estará sendo realizadas provas de 12 e 6 horas, alem de uma maratona. No dia 30 de Junho, também terá as 6 horas de São Bernardo do Campo, organizada pelo respeitado ultramaratonista Carlos Dias, em sua segunda edição. Boa sorte a Pedro Luiz, Dicler Agostinetti e Agnaldo Sampaio, que assim como os dois já citados, também estará presente na prova de Campina Grande do Sul, buscando a vitória e a permanência na liderança no Ranking Nacional de Ultramaratonas. Boa sorte a todos em seus desafios, seja qual prova for!

sexta-feira, 27 de abril de 2012

II ULTRA DESAFIO 50 MILHAS - 2012

                                                                             
Debaixo de muita chuva, foi disputado o 2º Desafio 50 milhas Decatlon, na cidade de Campinas, no último dia 21 de abril, movimentando as normalmente pacatas ruas de terra de um local simples e charmoso. Na manhã de sábado, tendo a largada às 7 horas, aos poucos os atletas foram chegando ao estacionamento das Lojas Decatlon, localizado em Campinas, aos poucos incendiando os momentos pré-largada. Estavam presentes nomes fortíssimos da ultramaratona brasileira, como Agnaldo Sampaio, multi-campeão de várias provas nacionais e até mesmo pelo mundo (como seu quarto lugar na ultramaratona da Patagônia Argentina de 70 km), Sinval Moreira, detentor de várias vitórias em solos brasileiros e Adilson Ligeirinho, bi-campeão da Br 135 Ultramarathon, atleta sinônimo de resistência, superador de grandes obstáculos. Entre os inscritos possuíam muitos nomes novos diante de nosso costumeiro meio, porem altamente treinados, capazes de superarem os já citados favoritos numa prova conhecida por suas dificuldades. No feminino estavam presentes Naoko Kuriyama, atleta presente entre as primeiras colocadas em quase todas as provas disputadas, Tomiko Eguchi, atleta experientíssima, tendo em seu currículo conclusões de várias provas tradicionais internacionais, prestigiando esse evento que a cada edição ganha mais força. Toda estrutura foi organizada pela Ultra Runner Eventos, com ajuda de seus patrocinadores, a fim de disponibilizar aos seus participantes a mais ampla estrutura na conquista pessoal e busca pelas principais posições. Após a largada, dois atletas despontaram na dianteira, aplicando um fortíssimo ritmo, abrindo uma grande distância desde os primeiros km. Eram eles Oraldo Romualdo da Silva e José Rafael de Matos, abrindo uma distância considerável do segundo pelotão, composto por Sinval Moreira, Agnaldo Sampaio e minha pessoa (Roberto Cesar Cianfarani). Passando dos 30 km, Oraldo Romualdo se isolou na ponta, seguido por Sinval Moreira em segundo lugar e Agnaldo Sampaio em terceiro. Nessa altura, eu estava cerca de 2 minutos de Sinval e Agnaldo e já havia ultrapassado José Rafael de Matos, mantendo o mesmo ritmo de início, porém, não havia acompanhado o aumento do ritmo dos três a frente. Com muitas dificuldades, nas intermináveis subidas banhadas a lama, esse foi o roteiro dessa emocionante história, sofrendo algumas alterações nos km finais. Oraldo Romualdo manteve seu forte ritmo e venceu a prova após 6 horas e 45 minutos, batendo o Record que era de Vanderley Pereira, no ano anterior, que conquistara em 7 horas e 8 minutos. Agnaldo Sampaio, após perseguir Sinval Moreira por toda prova ultrapassou seu adversário nos km finais, dando muitas emoções aqueles que presenciavam a linha de chegada, conquistando a brilhante segunda posição, com 7 horas e 15 minutos de prova, numa sólida prova. Em seguida chegou Sinval Moreira, 2 minutos depois de Agnaldo, ocupando a terceira posição, destacando que Sinval percorreu os 80 km sem carro de apoio, na garra, mesmo assim ocupando as primeiras posições. Na seqüência, na quarta posição, concluí os 80 km em 8 horas e 8 minutos, posição honrosa considerada por mim, chegando atrás dos melhores nomes da ultramaratona brasileira. Em quinto lugar, José Rafael de Matos completou sua prova após 8 horas e 16 minutos, numa bela participação neste difícil desafio. Quem esteve também presente no evento foi Dicler Agostinetti, atleta experiente, presente nas principais provas, postando seus nomes entre os inscritos de última hora, no lugar de José Antonio Parreira que havia desistido, encarando os dificílimos 80 km mesmo sem um preparo direcionado a tal prova, sendo auxiliado por Ronaldo Roque ( meu primo) atleta que já vem construindo sua história na ultramaratona, provando seu valor nas pistas, ruas e estradas. Dicler manteve seu ritmo controlado, diminuindo na subida e aumentando nas descidas, durante toda prova, suportando toda chuva que caiu no decorrer da prova, superando a lama que formava as ruas, com longuíssimas subidas, cruzando a linha de chegada após 10 horas e 43 minutos, na 13º posição, com muita garra ao lado de seu fiel escudeiro, Ronaldo Roque. No feminino, a vencedora foi Naoko Kuriyama, após 9 horas e 22 minutos, botando em sua estante de conquista mais uma vitória em provas de ultra distância. Já minha prova, vale destacar todo suporte dado por meu irmão, Pedro Luiz Cianfarani, me auxiliando durante todo trajeto, auxiliando também Sinval e Agnaldo até o km 30, quando estávamos próximos, mostrando que na ultramaratona é isso que vale, a solidariedade entre os atletas e não como alguns editores de revistas de corrida pensam, que corremos por ego, mas sim para ultrapassarmos nossos limites e ajudarmos nossos amigos a ultrapassar os seus também. Estive próximo do segundo e terceiro colocado durante a primeira metade da prova, onde me aproximava nas subidas, característica que sou forte, perdendo contato nas descidas. Após um longo trecho de parte plana e algumas descidas, abriram alguns minutos que fizeram perder contato, fazendo com que o foco de minha prova fosse a manutenção da quarta posição e não mais a busca pela segunda e terceira posições. Após muito sofrimento, de dor e câimbras, correndo os últimos 8 km ao lado de meu irmão, completei a prova 54 minutos a menos que no ano passado, quando finalizei os 80 km em 9 horas e 2 minutos. Agradeço a todos aqueles que me incentivaram quando antecipadamente pensei em não participar da prova, pelo terrível momento particular que venho passando, mas mesmo com o psicológico totalmente abalado, fui incentivado intensamente por toda minha família e amigos. Agradeço a minha amada filha Clara Hanna, que tanto me dá carinho e que sonha em um dia ser corredora também, pedindo em todas as corridas que vou trazer um troféu pra ela. Minha esposa que tanto amo, companheira de todos os momentos, Jaqueline, que me deu muita força para enfrentar este desafio. Inconscientemente, minha filha recém nascida filha Melissa, que me inspira aos bons pensamentos na busca de meus objetivos. Destaco meu pai e minha mãe, Sidnei Bolinha e Maria, que me fornecem toda tranqüilidade que os pais podem passar para os filhos. Ao meu irmão e grande amigo Pedro Luiz, que me incentivou desde quando pensei em fazer a prova até horas depois de ter cruzado a linha de chegada. A todos os amigos que estiveram presentes de alguma forma na prova, Dicler, Ronaldo, Agnaldo, Patrícia, a todos que lá estiveram. A Fernando e Vera que foram responsáveis pelo organização e desenvolvimentos do evento e a todos da Ultra Runner Eventos. Dessa vez me extendi um pouco, mas após superar tantas adversidades pessoais, esse desafio mereceu...até a próxima!!!

segunda-feira, 9 de abril de 2012

ULTRA DESAFIO 50 MILHAS CAMPINAS

Diante de todas dificuldades possíveis a serem encontradas nas 50 milhas Decatlon, que será realizada no dia 21 de abril, na cidade de Campinas, incendeia as inúmeras possibilidades de vencedores do desafio, percorrendo 80 km em terrenos acidentados, com inúmeras subidas dificílimas a serem alcançadas, abrindo um leque variado em prováveis atletas a cruzarem em primeiro a linha de chegada. Dentre as ultramaratonas do cenário nacional, sem dúvida alguma, esta é a uma das provas rústicas mais atraentes, sendo comparadas por muitos como uma “mini Brazil 135”, lembrando muito as dificuldades encontradas na prova mais difícil em nosso país. Arriscar um ritmo forte desde início, de certa forma, é perigoso com relação ao resto do percurso, tendo muitas dificuldades com as subidas, que somadas com uma alta temperatura pode afetar diretamente o rendimento dos atletas. Certamente a organização da prova, feita pela Ultra Runner Eventos será muito boa, facilitando a orientação e suporte para aqueles que nunca fizeram esta prova. Ficar atento ao regulamento do evento pode significar uma boa conclusão da corrida, levando em consideração os postos de controle e suporte que estarão pelo trajeto, atenção com a sinalização do percurso e ao último trecho de 8 km, que possivelmente alguns atletas vão percorrer sem iluminação, numa mata somada a um canavial, necessitando de lanternas para iluminar e facilitar a passagem até a linha de chegada. Quando inicia o ano, ao verificar as provas que teremos pela frente, as 50 milhas Decatlon de Campinas é a primeira que coloco como certa que participarei, levando em consideração o quanto difícil realmente é, fazendo questão de estar presente nesta prova de resistência, força e perseverança. José Antonio Parreira, atleta representante da equipe Acrimet também estará presente no evento, percorrendo os 80 km de muitas dificuldades sob o apoio do experiente ultramaratonista Dicler Agostinetti, que estará “de folga” nesta prova, após inúmeras provas desde o ano passado. A experiência de Dicler certamente será um forte aliado a Parreira para vencer a cada metro e cruzar a linha de chegada. Já este que escreve (Roberto Cesar Cianfarani) irei buscar superar o tempo do ano passado no evento, que foi de 9 horas, terminando em 8º lugar geral, chegando ocupar a 4ª posição durante boa parte da prova, perdendo muitas posições nos últimos 8 km. Para superar essas expectativas, conto com o apoio de Pedro Luiz Cianfarani, meu irmão e experiente ultramaratonista, assim como Dicler, também se recuperando da seqüência de provas acumuladas, oferecerá todo suporte necessário a cumprir meus objetivos, baixar meu tempo e ocupar a melhor posição possível. Nesta excitante prova conto com uma novidade, a representação de uma nova equipe, uma Assessoria Esportiva Empresarial que acabo de integrar, Kenko Corridas e Saúde, empresa de muito conteúdo que tem dado todo suporte e orientação na evolução da saúde e que agora está presente também nas corridas de rua, incluindo também as ultramaratonas. Convido a todos a acompanharem a estréia da Kenko Corridas e Saúde, representada por minha pessoa em mais este desafio, na certeza que será uma parceria de sucesso e que juntos possamos contribuir com a evolução da saúde, usando as corridas de rua, principalmente na adorada ultramaratona...boa prova a todos!

quinta-feira, 15 de março de 2012

Ultramaratona 100 km da Praia Grande - 2012

Seguindo a sina, a Ultra Runner Eventos foi responsável por mais um sucesso na ultramaratona nacional, com a belíssima organização da segunda edição dos 100 km da Praia Grande, contando com muitos nomes consagrados, tanto nos 100 km quanto nos 50 km. A temperatura foi um show a parte, tendo um imenso calor no início da prova, com uma refrescante chuva no fim do dia, diminuindo a temperatura. A vitória ficou com Harry Serrão, surpreendendo a todos, abrindo uma grande vantagem para os demais concorrentes, completando os 100 km com 8 horas e 50 minutos, conquistando com muitos méritos a primeira posição. Um pouco mais de 11 minutos, Vanderson Luiz terminou em segundo lugar, tentando tirar a vantagem que Harry havia criado no decorrer da prova, não sendo possível chegar no vencedor. A terceira posição foi ocupada por Agnaldo Sampaio, seguido por José Nilton Soares em quarto e Raimundo Bernardo de França, na quinta colocação. No feminino, a primeira a colocada foi Maria Claudia Souto, com 9 horas e 47 minutos, vencendo mais uma prova no calendário nacional, em ótima fase, superando suas adversárias. A segunda colocada, Priscila Ponce, vem tornando seu nome cada vez mais consistente entre as ultramaratonistas, superando os 100 km com 11 horas e 34 minutos, seguida por Simone Valentin, a última mulher a completar 100 km, com o tempo de 11 horas e 42 minutos. Nos 50 km, o vencedor foi o vice-campeão dos 100 km de 2011, Sinval Moreira, que enfrentou a prova mais curta, terminando a prova após 3 horas e 46 minutos, um forte ritmo aplicado no forte calor que fazia. Dalmo Jose Maquia foi o segundo colocado, com 4 horas e 10 minutos, um minuto a menos que Peter Vaz, que ficou em terceiro. No feminino, a primeira a concluir os 50 km foi Cleide Silva, 4 horas e 58 minutos, seguida por Carolina Machado com 5 horas e 23 minutos e Mariza Rodrigues, com 5 horas e 47 minutos, seunda e terceira colocadas respectivamente.
Pedro Luiz Cianfarani e Dicler Agostinetti também estiveram presentes nos 100 km, tendo a árdua tarefa de participar de tal ultramaratona tão intensa após encararem a Brazil 135 Ultramarathon, com pouco tempo de recuperação e preparação. Sentindo o desgaste físico, ambos corredores foram influenciados por tal desgaste e mesmo com muita garra não completaram os 100 km, tendo Pedro Luiz percorrido 86 km e Dicler 81 km, guerreiros que mesmo cansados lutaram até o fim. Pedro, relatou que uma forte dor na região da coluna lombar o impediu de aumentar seu ritmo, obrigando-o caminhar por várias ocasiões, tempo precioso que corresponderam na diferença dos 100 km. Parabenizo a todos os guerreiros presentes no evento, de alto nível, incentivando sempre a ULTRAMARATONA...Até a próxima!

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

100 KM da Praia Grande

Mudando drasticamente de cenário, das terríveis subidas da serra da Mantiqueira da Brazil 135, partimos para a paciente e estratégica corrida em curva, na pista de atletismo Leopoldo Estácio Vanderlinde, na Praia Grande, litoral sul de São Paulo. A prova organizada pela Ultra Runner Eventos, vem para sua segunda edição, após o pleno sucesso do ano anterior, trazendo para o evento grandes nomes da ultramaratona nacional. Entre os nomes da lista de inscrição, temos o atual campeão da prova, Vanderley Pereira, atleta da equipe Acrimet, vencedor de várias provas no ano de 2011, sempre motivado em conquistar mais uma vitória. Outro nome em destaque é Juvam Palmeira, atleta de Brasília, que com seu ritmo tradicional, forte por natureza, busca a vitória. Vanderson Luiz de Souza, atual campeão das 24 horas dos Fuzileiros Navais, também está inscrito, vindo com o triunfo já citado como principal indício a seu favor como favoritismo. Certamente, alem desses três nomes citados, teremos outros correndo pela vitória, desejando postar seu nome como vencedor de uma das principais ultramaratona realizada em pista do Brasil. Alem da excelente estrutura, já conhecida nos eventos organizados pela Ultra Runner, o evento conta com um grande atrativo ,o vinculo da prova com a IAU (International Association of Ultrarunners), órgão internacional de ultramaratonas, adicionando entre vários benefícios a inclusão do resultado da prova no ambiente internacional, alem de servir de índice para várias outras provas realizadas pelo mundo. Uma outra característica da prova deste ano é a inclusão da categoria 50 km, mais uma opção para os corredores, que alem de poder correr 100 km, podem optar pela distância mais curta de 50 km. A largada dos 100 km será as 8 horas da manhã do dia 10 de Março, sábado, deixando para as 12 horas a largada dos 50 km. Os ultraloucos estarão presentes na prova, com Dicler Agostinetti e Pedro Luiz nos 100 km e José Antonio Parreira, inscrito nos 50 km. Certamente, será um excelente evento, um grande desafio para quem gosta de levar ao extremo o corpo, superar adversidades, elevando e prestigiando nossa “ULTRAMARATONA”. Nos vemos na prova...Até Lá!

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Brazil 135 Ultramarathon de 2012 - Relato por Pedro Luiz

Pela segunda vez, fui aceito em enfrentar este desafio de 217 km, percorrido pela serra de Mantiqueira, quase toda em terras mineiras, num trecho do caminho da fé, onde apenas 20 km são planos, a prova mais difícil do Brasil e uma das mais difíceis do mundo. Mas agora com um diferencial, já sabia o que encontraria pela frente, não sabendo se isso pode se dizer que é uma vantagem.
Como já conhecia a prova e sei de suas dificuldades, procurei nos meses que antecederam traça – lá em minha memória, a fim de aproveitar os trechos que fui bem em 2010 e procurar melhorar os que assim julguei. E assim, na medida em que se aproximava a largada fui traçando passo a passo a prova na minha cabeça e é claro, treinando. Realizei muitos treinos em socorro, interior de SP, onde a topografia é bem parecida com o percurso da prova.
Chegado o grande dia e muito ansioso, estando bem preparado, aceitei o desafio em completa – lá em até 48hs e podendo contar com uma equipe de apoio nota 10 em todos os quesitos.
São eles: minha esposa Claudia, meu irmão Beto e o amigo do meu irmão e agora meu amigo Noboru.
Logo após a largada, em São João da Boa Vista, toda a ansiedade passou, dando lugar a uma grande vontade de deixar para traz os 217 km. Neste primeiro trecho até Águas da Prata, combinei com o apoio que não era necessário me acompanhar, se bem que só era possível num trecho, pois nesta parte nós entrávamos numa trilha dentro de uma fazenda, sendo impossível acompanhar de carro e logo no inicio todos os atletas estavam próximos, inclusive tinha a companhia de um amigo, Dicler, que também estava realizando a prova. Este trecho de trilha estava com muita lama, tornando um dos trechos mais difíceis da prova e os escorregões eram constantes, mas como ainda estava no inicio, a vontade falava mais alto, completando estes 19 km, dentro do programado. Então parti para o temido pico do gavião há 1700 metros de altitude e faltando uns 4 km para chegar ao pico que meu irmão começou a me acompanhar e sabendo respeitar o gigante, cheguei ao topo e sem mais comecei a descida, podendo encontrar com outros atletas e amigos que vinham de encontro. Em toda a prova, este foi o único trajeto de ida e volta pelo mesmo lugar, quando encontrei com minha equipe no retorno do pico fiz minha 1ª refeição, preparada pela minha querida esposa.
Estava pronto para chegar em Andradas, onde peguei um grande trecho de descidas com pedras soltas, sabendo que tinha que tomar cuidado para não cair e atrapalhar a corrida. Chegando em Andradas, fiz uma pausa e me alimentei, afim de me manter sempre com energia. Nesta altura já estava com 63 km e sabia que agora vinha a serra das Limas e pelo nome acho que não é necessário explicar mais. Parti sozinho deixando meu irmão fazer a pausa dele para almoçar e descansar um pouco, que antes mesmo da largada deixei claro para ele: ”Vou precisar de você amanhã que é quando começa a corrida de verdade”.
No meio de uma subida a caminho da Serra dos Limas a Claudia me acompanhou um pouco, mas o suficiente para carregar as baterias com um novo ânimo. Quando ela voltou para o carro, o Beto veio para o meu lado, só saindo no inicio da madrugada. Chegando a Serra dos Limas fiz mais uma refeição e conferi meu tempo que estava bem próximo do meu comparativo de 2010 com 77 km, ou seja, dentro da minha programação mental e que venha a cidade de Barra, a próxima da lista. Nas 4 cidades seguintes os intervalos entre elas são mais curtos, variando de 7 km a 15 km, diferente das 5 últimas cidades onde os intervalos são superiores a 20 km, mas vimos em frente uma pequena parada em Barra, abastecemos as garrafas de água, tomando um café quente, seguindo rumo a Crisólia e nessa hora pedimos para a equipe de apoio deixar separada as lanternas, pois a noite começara a cair, então pedimos para nos dar no caminho, mas nos esquecemos que neste trecho o carro não conseguiria passar...Claro, se fosse um 4x4 sem problemas, mas este não é nosso caso. Quando a noite caiu, estávamos o Beto e eu, apenas com uma lanterna de mão que carregava de reserva, chegando sem problemas em Crisólia. A estrada estava boa. Com uma breve parada nos abastecemos. Comi um lanche e seguimos para Ouro Fino, nesta parada já estávamos com 99 km.
Agora com as lanternas de cabeça foi bem mais fácil e com mais 7 km chegamos em Inconfidentes e foi nessa hora que reparei que havia adiantado 1 hora do meu tempo parâmetro de 2010 e sabia que neste próximo trecho até Borda da Mata, segundo minha programação mental, iria ganhar algum tempo. Então pedi para meu irmão ir para o carro para descansar, como tinha combinado que precisaria dele no 2º dia.
Parti para este trecho refletindo em tudo o que ficou para traz e em o que estava pó vir. Nessa altura já havia deixado para traz 115 km. Quando cheguei em Borda de Mata , estava com muito sono e ao encontrar meu carro de apoio, vendo que estavam todos dormindo e após acorda-los pedi para que me prepassem um lanche e na espera, deitei na calçada para relaxar, confesso que não sei se dormi ou desmaiei uns 5 min. Comi meu lanche e continuei minha jornada rumo a Tocos de Mogi, deixando para traz 137 km, tendo que ser forte e lutar contra o sono, sabendo que quando amanhecesse estaria bem melhor e nosso corpo entende que é hora de acordar (mas ainda nem dormi).
A Claudia me acompanhou até sair da cidade, depois retornou para o carro e continuei meu caminho, nos próximos raios de sol meu irmão saiu do carro e ficou comigo até a linha de chegada, mas ainda passamos por um probleminha desagradável. Uma assadura começou a incomodar, e nessa hora estávamos entre as duas cidades, ou seja, longe de tudo. Tinha que esperar a próxima cidade para comprar uma pomada a fim de aliviar o desconforto, mas perguntando para outro atleta que vinha com seu carro de apoio, nos forneceu um pouco de pomada para aliviar o desconforto.
Chegando em Tocos do Mogi, a primeira coisa foi providenciar uma pomada para uma emergência, depois tomamos um café com um biscoito mineiro, seguindo para Estiva, deixando para traz 153 km, mas estes trechos são muito difíceis, com inúmeras subidas intermináveis. Claro que todo caminho possui muitas subidas, mas de Borda da Mata até o final as Serras são maiores, sem contar com o cansaço. Mas tudo estava de acordo com minha programação mental, então deixando para traz duas serras enormes, cheguei em Estiva, me reabastecendo, como um macarrão, seguindo em frente. Foi quando falei para meu irmão: “Agora só faltam 42 km (uma maratona)”, ou seja, deixei para traz 175 km. Todos falam do pico do Gavião, mas confesso que este trecho, no meu ver, é um dos mais difíceis, com uma subida muito íngreme e longa... Interminável, mas passo a passo venci mais esta barreira e finalmente cheguei em Consolação, totalizando 195 km. Restando apenas 22 km, então comi um lanche, reabastecemos nossas garrafas e seguimos num dos poucos trechos asfaltados, por uns 4 km até entrarmos em uma estada de terra novamente e neste último trecho não era possível o carro nos acompanhar, então era o Beto e eu, até o fim.
Entramos neste último trecho e o tempo começou a mudar, formando uma chuva e abafando o tempo cada vez mais, que por sua vez cansumimos mais água fazendo-a terminar faltando mais da metade do trecho final e não avistamos nenhuma casa, para pedir água. Nessa hora, fiquei preocupado, pois acabara a água, faltando tão pouco e em uma subida avistamos um cano com uma saída de água, numa possível nascente no meio da mata. Sem pensar 2 vezes enchemos, nossas garrafas com uma água bem barrenta, mas assumimos o risco, não podendo ficar sem água, afinal, estava terminando e ambos estávamos cansados, sendo nesse momento que meu irmão deu sinais de queda de pressão, por sorte ele resolveu carregar um pacote de batatinhas, pois seria um trecho que estaríamos sozinhos. Mais adiante, logo a chuva que estava prometendo cumpriu sua previsão e lavamos nossas almas e em poucos minutos a temperatura caiu, ou melhor, despencou e começamos a sentir muito frio e ignorando tudo só pensava em terminar.
Ainda enchemos mais uma vez nossas garrafas, mas dessa vez a água era bem cristalina, mas também se não fosse não iria fazer diferença. Quando reconheci que estávamos quase terminando e olhei meu relógio e vi que estava com um tempo muito bom e que faria abaixo das 36 horas, apertei meu ritmo. Quando antes da prova, pensei que poderia baixar meu tempo de 39hs e 29 minutos de 2010, achei que seriam umas 2 horas a menos, mas quando vi que terminei antes das 36 horas, demorei a acreditar, já dentro da cidade de Paraisópolis, faltando uns 300 metros, nosso amigo Noboru veio a nosso encontro e mais alguns metros minha querida esposa Claudia também se juntou a nós para cruzarmos a linha de chegada com o maravilhoso tempo de 35 horas e 45 minutos, me emocionando muito.
É uma coisa muito bonita que nosso grande amigo e idealizador da BR 135, Mario Lacerda fez, de primeiro premiar nosso suporte (pacer), pois sem eles seria impossível cumprir o desafio e só depois nossa premiação. Quando vi a premiação do meu apoio ainda tentando acreditar em meu tempo, não sabia se me emocionava mais em ver a alegria no rosto da Claudia, Beto e Noboru, quando estavam recebendo suas medalhas ou no maravilhoso tempo conquistado, claro que é um todo, pois todos nós cumprimos nossa missão e se não fosse o empenho de cada um nunca conseguiria tal feito.
Obrigado a meu novo amigo Noboru, meu irmão, amigo e companheiro Beto e minha querida e amada esposa Claudia.