quinta-feira, 30 de junho de 2011

17ª Maratona Internacional de São Paulo

Dominada pelos africanos, a 17ª Maratona Internacional de São Paulo viu mais uma vez a hegemonia daqueles que dominam as principais provas de fundo e meio fundo consolidar seu poder numa das principais maratonas da América do Sul, com direito a quebra do recorde da prova na categoria feminina, marca conquistada pela Marroquina Samira Raif, vencedora da prova. Num dia de céu aberto, numa manhã que começou bem gelada, os quenianos não deram chances aos brasileiros e conquistaram mais uma vez a prova em São Paulo. O vencedor foi David Kemboi, do Quênia, com a marca 02 horas 11 minutos e 53 segundos, não superando o recorde da prova registrada em 2002, por Vanderlei Cordeiro de Lima. A segunda colocação ficou com o Tanzaniano Haylu Dagaga, seguido Musenduki Mohamedi Ikoki, também da Tanzânia. Laelson Santana foi o melhor brasileiro na prova, terminando os 42 km em 4º lugar. Completando o podium, o brasileiro Jair Jose da Silva ocupou a 5ª colocação. O favorito e estreante na prova, Robert Cheruiyot, na suportou o forte ritmo aplicado pelos ponteiros e abandonou a prova. No feminino, como já citado, a prova foi vencida pela marroquina Samira Raif, com o tempo de 02 horas, 36 minutos e 01 segundos. Na segunda colocação, chegou a queniana Rumokol Elizabeth, 45 segundos a mais que a vencedora, correndo junto com ao lado da marroquina até o último km, quando não suportou o sprint da vencedora. Nancy Jepkosgei, também queniana, foi a terceira colocada. A quarta colocação foi conquistada por Sueli Pereira Silva, primeira brasileira no geral feminino. Completando o podium feminino, Magdaline Jepkorir, do Quênia foi mais um nome Africano a ocupar um lugar de destaque, chegando na quinta colocação.
Muitos atletas da equipe Acrimet estiveram presente no evento, alguns tendo a própria maratona como seu principal objetivo do ano, outros, como Dicler Agostinetti, Pedro Luiz e Shimpey Sunaga, usaram a prova como treino para o calendário repleto de Ultramaratonas Brasil afora. Poupando-se para as Ultramaratonas, o professor Agnaldo Sampaio acompanhou seus atletas, amadores e profissionais, que brigaram por posições e conquistas pessoais na corrida. Vale destacar a estréia em maratonas de meu primo, Ronaldo Roque, fazendo uma excelente prova, mostrando que todo esforço de seu dedicado treinamento lhe rendeu um saboroso fruto da mais pura “satisfação”, terminando a prova em 03 horas e 38 minutos, uma belíssima estréia, que promete ser a primeira de muitas maratonas em sua carreira de maratonista. O evento contou também com provas de 10 e 25 km, enriquecendo e disponibilizando várias opções aos atletas que lá estavam. Parabéns a todos que deram seu melhor nas ruas de São Paulo.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Bertioga / Maresias - 1 ª Etapa

Diante de muito frio e uma gelada garoa, Vanderley Santos Pereira conquistou o bi-campeonato da ultramaratona Bertioga-Maresias, com distância de 75 km, percorrendo belas praias do litoral norte Paulista. Assumindo a ponta desde o início, Vanderley venceu a prova com o tempo de 5 horas e 40 minutos, 12 minutos a frente do segundo colocado, Eduardo Calisto. Ainda abaixo das 6 horas, Marcos Antonio Vasconcelos conquistou a terceira colocação, com 5 horas e 57 minutos de prova. Completando o podium, Mauro Rosa e Agnaldo Sampaio chegaram na 4ª e 5ª posições, respectivamente. Seguindo a lógica da prova masculina, Maria Claudia Souto venceu mais uma vez a prova na categoria solo feminino, após 7 horas e 02 minutos, deixando Maria de Fátima Miranda na segunda posição e Maria Edileuza Soares Santos em terceiro.
O frio castigava a todos, desde os que estavam correndo, até aqueles que auxiliavam os atletas. A garoa tornava a sensação térmica ainda mais baixa do que realmente estava. O mar em ressaca subia a maré, deixando a areia da praia muitíssimo fofa, castigando os músculos dos atletas, como coxas e panturrilhas. Alem da categoria solo, percorrida pelos ultramaratonistas, o evento contou com a categoria revezamento, onde muitas equipes disputavam quem chegaria em Maresias primeiro. Shinpei Sunaga enfrentou os 75 km solo do evento, completando pela segunda vez a prova. Sem carro de apoio, portando apenas um “camel-back”, Shimpei encarou o desafio, determinado a cruzar a linha de chegada na praia de Maresias. Tudo parecia perfeito, quando ao ultrapassar a casa dos 40 km, fortes dores musculares assombraram Shimpei, limitando seu ritmo, mas nada que o impedisse de alcançar o topo da serra de Maresias, deixando a enorme descida para o final. O simples fato de segurar o embalo do corpo na alta inclinação, aumentava ainda mais as dores musculares do valente atleta, que concluiu a prova em 10 horas e 22 minutos. Já Dicler Agostinetti, atleta experiente e sempre presente nos eventos de ultra distância, fez uma prova consistente desde o início, vendo um vacilo na estratégia aplicada impedir aquele que seria seu melhor tempo na prova. Em 2008, Dicler cravou 7 horas e 35 minutos nos mesmos 75 km, marca que seria facilmente batida nesta edição, se uma queda de pressão, somada com um pouco de náusea não tivesse prejudicado seu ritmo, obrigando-o a se recompor, perdendo tempo precioso na busca por seu recorde pessoal. Vale frisar que Dicler também não contou com carro de apoio, usando, assim com Shimpei um “camel-back”, tornando ainda mais difícil o desafio. Mesmo com tantos contra tempos, Dicler cruzou a linha de chegada com 8 horas e 35 minutos, um excelente resultado em tão difícil prova. Já minha prova (Roberto César Cianfarani), classifico como satisfatória, alcançando meu objetivo maior antes da largada, completar os 75 km antes de 7 horas, algo que não havia conseguido nas edições anteriores. Na primeira edição de 2010, consegui finalizar a prova em 7 horas e 05 minutos, sendo minha melhor marca, uma prova marcada por muitas câimbras desde a metade da metragem total. Para alcançar tal objetivo, contei com um apoio essencial, meu irmão Pedro Luiz, que abriu mão de participar do evento para me auxiliar durante toda prova, para que não me faltasse nada e assim abaixasse das 7 horas, mesmo que alguns segundos. Iniciando num ritmo mediano, tinha convicção de que independente do ritmo, os últimos 30 km não poderia deixar o ritmo cair bruscamente, algo que havia ocorrido em todas as edições anteriores que participei. A praia de Boracéia, que abrange o km 35 ao 45, é sem dúvida um trecho importantíssimo, que pode afetar o rendimento de qualquer atleta. Nesse momento da prova, as pernas já se encontram cansadas e enfrentar quase 10 km de praia pode afetar ainda mais as já desgastadas panturrilhas. Encontrando meu irmão sempre que possível, suplementando a todo momento, fui seguindo em frente, mantendo um excelente ritmo, engolindo pouco a pouco a quilometragem. Quando ingressei no último trecho, Pedro me incentivou ainda mais, dizendo que o ritmo estava ótimo, completando que me encontraria no final da subida, para descermos juntos e finalizarmos os 75 km. Sem perceber a tão temida subida, corri por quase todo tempo, caminhando pouquíssimas vezes, encontrando meu irmão no ápice da serra. Em sua companhia, descemos em alta velocidade, ultrapassando alguns corredores solo que também desciam. Em nenhum momento da prova olhei para o relógio. Ao se aproximar da linha de chegada, Pedro me deu os parabéns, me informando que acabara de concluir meu objetivo e alem de abaixar das 7 horas havia alcançado a excelente marca de 6 horas e 37 minutos, ocupando uma honrosa 9ª colocação geral. Parabenizo a todos os atletas que estiveram no evento, tanto no revezamento quanto os incansáveis e corajosos ultramaratonistas, por toda amostra de valentia e perseverança, em mais um evento que engrandece nosso esporte. Muito obrigado Pedro, pela força e dedicação, certamente retribuirei na segunda etapa deste ano.