quarta-feira, 17 de maio de 2017

O desafio 300 km -- Uma análise do carro de apoio - Por Dicler Agostinetti

A prova começa muitas semanas antes quando já se inicia o planejamento e logística. São dois atletas que vamos acompanhar: os irmãos Pedro e Roberto (Beto) Cianfarani.  Juntou-se a eles, meio que de última hora, Agnaldo Sampaio nosso mestre, para essa longa jornada.
Quem serão os apoios? Leva algum tempo para definir. A dificuldade está no fato de deixar a família (o Pedro que era um dos corredores, correu no dia de seu aniversário), deixar o trabalho, enfim conciliar tudo.
Finalmente conseguimos formar a equipe, que é composta por José Antonio Parreira, Carlos Maurício (que não tinha nenhuma experiência como apoio, nem nesse tipo de corrida e se mostrou de uma competência ímpar, vestiu realmente a camisa) e eu, Dicler Antonio Agostinetti.
 Parreira, sempre fundamental pelo seu senso de direção sensacional, evitando assim qualquer risco de que nos perdêssemos, além de acompanhar os atletas também correndo.
Carlos Mauricio que dirigiu nosso carro de apoio a maior parte do tempo, sempre disposto, cooperando incondicionalmente e chegou a correr também com o Pedro, no terceiro dia, em torno de 25 Km.
Eu, que mesmo com a dificuldade no meu senso de localização e uma visão noturna baixa, procurei estar sempre perto dos atletas, apoiando-os e estimulando-os o tempo todo.
Todos enfim, ligados entre si, seis homens e um objetivo.
Beto, Pedro e Agnaldo foram juntos até o Km 90, quando o Agnaldo parou. No Km 145, Beto precisou abandonar a prova por problemas físicos e metabólicos. A partir daí todas as atenções, inclusive do próprio Beto, foram para o Pedro que mais uma vez se mostrou incansável no seu objetivo.
Passei com ele a segunda noite, praticamente inteira e mais uma parte do terceiro dia. Passamos muito frio nessa noite.
Realmente deu tudo certo.
Estávamos sempre muito preocupados para que nada saísse do controle: o carro não poderia quebrar, não poderia atolar. Não poderia faltar água, isotônico, água de côco, alimentação. Descanso controlado no relógio. Após praticamente 55 horas e meia chegamos e concluímos, até agora, o maior desafio.
Não existe satisfação maior de ver que o atleta atingir seu objetivo.
Ali, todos somos veteranos (até mesmo o nosso novato Carlos portou-se como tal) e sabemos que há dias que é o dia e tudo dá certo. Há dias em que é preciso respeitar o corpo. O corpo fala.

Parabéns a todos.

sexta-feira, 5 de maio de 2017

Ultraloucos descendo a serra do Mar - Por José Carlos

No domingo dia 30 de abril de 2017, aproveitando o feriado prolongado de primeiro de maio, nós corredores resolvemos tirar o dia inteiro para realizar um treino diferente, descer a serra do mar pela estrada de manutenção da Rodovia dos Imigrantes numa aventura de 63 km, partindo de São Bernardo do Campo com destino final a cidade de Santos. Que seria desafiador nós já sabíamos, estávamos preparados para a distância, as dificuldades com o terreno, as dores musculares,e todas as surpresas que um novo treino proporciona, mas o que não fazíamos a menor ideia é que seria um dia especial e único, um dia para ficar na memória de todos, foi inesquecível, a região da serra do mar é maravilhosa e surpreendente, inúmeras cachoeiras, a mata atlântica, as rochas esculpidas divinamente com sua beleza descomunal, tudo é possível de se vê, mas se vê somente quem encara-la a pé, interagindo e desfrutando do que existe de mais belo neste mundão de meu DEUS. Este treino ficará registrado para sempre e fará parte do percurso do ultraloucos. Este foi mais um de nosso treino de preparação para o Ultra Desafio de Morungaba, prova que se realizará no dia 20 de maio de 2017, com as distâncias de 25, 50 e 75 km.