terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Vamos enfrentar mais um desafio extremo!


No último dia do ano de 2013, após as inúmeras reflexões em vários setores do dia a dia, chegou a vez de analisar as intensas e apaixonantes ULTRAMARATONAS. Passando uma por uma, é impossível não dar uma atenção especial a temida Brazil 135 Ultramarathon, especialmente por estarmos aproximadamente a 20 dias da edição de 2014. A pergunta que paira em minha mente é o “por que participar de um desafio tão difícil e extremo como a BR?” Certamente essa pergunta deve estar presente dentro das cabeças daqueles que nunca encararam um desafio parecido como este, mas quem já se aventurou nas intermináveis e inclinadas subidas e descidas do percurso, tem o argumento na ponta da língua. Alguns anos atrás, uma renomada revista de corrida, publicou uma matéria em uma de suas edições, destacando que a grande motivação de um atleta de ultramaratona em realizar tais provas, em sua maioria, para mostrar que era melhor que os outros corredores de provas mais curtas, dando a entender, que em resumo, o objetivo era massagear o ego. Vale destacar que o responsável pela matéria se intitula “ultramaratonista”. Mas analisando minha experiência, como um todo na Brazil 135 deste ano, lembrando de cada fato ocorrido, cada adversidade superada, conclui que a amizade é o sentimento mais presente em tal esporte. Após muitos problemas físicos, onde fui consumido aproximadamente por 7 horas por terríveis câimbras, inúmeros atletas interrompiam suas provas, para de alguma forma tentar me ajudar, seja com ajudas técnicas, experiências próprias ou simplesmente, para desejar boa sorte. O percurso da Br, em sua grande maioria, é devastador para as pernas dos atletas. A somatória das subidas e descidas intermináveis, nos incríveis 217 km, são temperados pelo piso difícil de ser percorrido, em estradas de terra, com muitos buracos e pedras, castigando qualquer musculatura. Antes de participar da prova, acompanhando em anos anteriores os carros de apoio de outros atletas, tinha a ilusão de que era possível subir as “rampas intermináveis” correndo. Mas ao participar do desafio, percebi que subir correndo tais subidas era tarefa para poucos, ao menos não seria rotina na corrida daqueles que pretendiam completar a prova. Independente do objetivo de qualquer um que se dispõe a participar da prova, administrar o desgaste físico acaba sendo uma regra para chegar ao fim da corrida. Chega um momento, em que não pensar nas dificuldades que chegarão a frente, concentrando-se apenas em dar um passo após o outro é a melhor forma de seguir em frente.  De qualquer forma, seja o qual for o motivo de estar presente na Brazil 135 Ultramarathon, uma coisa todo atleta vai precisar, superar a si mesmo, em grande parte dos intermináveis 217 km, da prova mais difícil em solo brasileiro. Que Deus proteja a todos que estarão presentes nesse intenso desafio. Nos próximos dias, uma ficha será postada de alguns atletas que vão enfrentar a prova. 

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Bertioga-Maresias 2013 2ª etapa

Superando seus adversários, Eduardo Calixto conquistou mais uma vitória para seu currículo, desta vez venceu a Ultramaratona Bertioga-Maresias, 75 km de pura emoção, passando por praias, estradas, trilhas e até mesmo serra (Serra de Maresias), que liga a praia da Enseada, em Bertioga até a belíssima praia de Maresias, em São Sebastião. Alguns adversários caíram pelo caminho, como Thiago José de Almeida, que liderou parte da prova, mas acabou sentindo o desgaste e abandonou a corrida, deixando mais fácil pra Calixto. Outro que acabou deixando a disputa foi Agnaldo Sampaio, que sofrera de problemas estomacais, vomitando muito, sendo forçado a abortar a busca pelo bicampeonato da prova, já que ganhou a primeira etapa de 2008 (o primeiro campeão da categoria solo). A vitória de Calixto veio com o tempo de 5 horas e 42 minutos, buscando a liderança nos últimos 20 km, vencendo pela primeira vez no evento. Marcelo Avellar chegou em segundo, com 5 horas e 46 minutos, seguido por José Nilson de Andrade em terceiro com 5 horas e 50 minutos, Jorge Carneiro em quarto com 6 horas e 02 minutos e 01 segundos e Sinval Moreira em quinto, com o tempo de 6 horas e 02 minutos e 15 segundos, fechando o pódium masculino. No feminino, a vencedora foi Cintia Franco, com 6 horas e 43 minutos. Minha participação na prova pode ser resumida em duas fases: a primeira fase, do extremo bem estar, somado com uma corrida segura, sem exagerar no ritmo; e a segunda fase, com um intenso mal estar, mergulhado em enjoos e indisposição. Corri até o km 40 em um ótimo ritmo, controlado por gps, hidratando e suplementando a todo momento. Estava muito feliz por tal boa sensação, comentando com os integrantes de minha equipe de apoio, que me acompanhava, disponibilizando-me tudo o que precisava, que andava tudo perfeito. Quando de repente, sem aviso prévio, um forte enjoo surgiu, mostrando que o vômito era questão de tempo, intensificado por uma fraqueza assustadora. Naquele momento, sabendo que restavam 35 km de prova (quase metade) refleti o que poderia fazer em tal situação. A melhor opção era abandonar, pois não chegaria nem perto do tempo objetivado, que era abaixar minha melhor marca na prova de 6 horas e 37 minutos, conquistada em 2011. O esforço que faria pra prosseguir ir até o fim e cruzar a linha de chegada seria imenso, devido ao meu estado físico, que mal conseguia correr, para quem sabe, chegar antes das 8 horas de prova. Pensei em todo treino realizado, nos últimos 3 meses, todo investimento da minha equipe, disponibilidade dos integrantes, deixando seus afazeres e dos quase 500 km percorrido de Ribeirão Preto até Bertioga. Cheguei a conclusão que o mínimo que deveria fazer era cruzar a linha de chegada e concluir o desafio. Fui acompanhado por um ciclista e um carro de apoio até o km 60, quando encontrei meu irmão Pedro Luiz, que correu ao meu lado, até a linha de chegada. Me arrastei até o final da prova, concluindo em 7 horas e 56 minutos ( no meu relógio deu 7 horas e 55 minutos), minha pior marca em todas as edições participadas, mas sem dúvida, minha maior superação entre elas, onde sem condições alguma, cheguei até o fim, finalizando o desafio. Agradeço a minha equipe de apoio: Aroldo Costa Neto, Daniel Fantini, Danilo Pasquale, Samuel Cestari, Minha cunhada Claudia e meu irmão Pedro, além de toda família que ficou na torcida em Bertioga, que de alguma forma, me ajudaram a seguir em frente, cruzando a linha de chegada, mesmo que fora do tempo programado, mas não desistindo nunca. Obrigado meu Senhor Jesus, por estar em minha vida, me protegendo de todos os males...Glórias a ti, Senhor!  

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Ultramaratona Rio de Janeiro - Fuzileiros Navais 24 Hrs - 2013

Em sua sexta edição, agora sem a parceria da Corpore, aconteceu a conceituada Ultramaratona 24 horas dos Fuzileiros Navais Cefan, uma das principais provas de 24 horas do país, contando com fortes nomes do cenário nacional. Entre os principais nomes, destacamos o tri-campeão Vanderley Pereira, atleta da equipe Acrimet, acostumado a estar nos lugares em destaque do pódium desta prova (três vezes em primeiro e uma vez segundo). Para fazer frente a ele, estava Marco Aurélio Farinazzo, multi-campeão em diversas provas nacionais e internacionais, entre ela Brazil 135 e Bad Water (sendo consideradas duas das três provas mais duras do mundo), uns fortes nomes para vencer a corrida. Destacamos também Sebastião da Guia, fuzileiro naval e ultramaratonista experiente, detentor de muitas marcas superiores a 200 km em 24 horas, atleta da casa, possuidor de todos os requisitos para vencer a prova. Porém, dentre todos esses currículos citados, caíram por terra durante as intermináveis 24 horas, onde Elias Pereira Lacerda terminou em primeiro com 214 km, Josias do Carmo em segundo com 208,8 km e José Raimundo Barbosa em terceiro com 208,3 km, formando o pódium masculino (apenas os 3 primeiros recebem troféu e premiação em dinheiro). Vanderley Pereira terminou em quarto, fazendo uma grande estratégia durante a prova, implantando um ritmo fraco no começo, ganhando posições no decorrer, estando nas primeiras posições no final da corrida, como de costume, mas uma bolha em seu pé o impossibilitou de brigar pelas primeiras posições, terminando a prova com 193 km rodados. Farinazzo e Sebastião da Guia abandonaram a prova. No feminino, Denise Paiva, recordista feminina da prova, correu sozinha, sem adversária para fazer frente e mesmo sofrendo com vômitos durante boa parte da prova, vencendo com 193 km, seguida por Ana Luiza de Farias em segundo, com 180 km e Ana Márcia Borges Gomes em terceiro, com 163 km. Os grandes atletas da equipe Acrimet estiveram presentes na prova, com o já citado Vanderley Pereira, Maria Helena Gastaldo, João Carrera, José Antonio “Parreira”, Dicler “Benevolente” Agostinetti e meu irmão, Pedro Luiz Cianfarani. Maria Helena fez 64 km, terminando em terceiro lugar em sua categoria. João Carrera, com seus 73 anos, percorreu 103 km, ocupando a segunda colocação de sua categoria.  José Antonio Parreira, que vem treinando cada vez mais nos últimos anos, concluiu a prova com 136,8 km, melhorando a cada prova, servindo como treino para Brazil 135 do ano que vem, prova esta que estará presente. Dicler Agostinetti, sentindo a falta de treino, decorrente a uma viagem, onde ficou por quase 20 dias sem treinar, não rendeu como de costume, terminando com 115 km. Já meu irmão, Pedro Luiz Cianfarani, fez uma excelente prova, batendo seu recorde pessoal, que antes era 165 km, terminando a prova com 167,6 km, mostrando que está cada vez melhor nas provas de longa duração, prometendo muito empenho na próxima Brazil 135 e quem sabe abaixar das 35 horas. Pedro relatou que se sentiu confiante desde o começo, tendo a certeza durante o decorrer da prova que conseguiria uma grande marca, devido ao excelente treinamento que realizou para a prova e principalmente, a presença de sua esposa, Claudia, que deu toda motivação e incentivo, essenciais para conseguir tão bela marca, terminando em décimo lugar geral masculino e segundo lugar em sua categoria, uma das mais difíceis entre todas (45 a 49 anos). Parabéns a todos esses guerreiros, responsáveis por levar a ultramaratona a diante, para que seja cada vez mais conhecida e respeitada. 

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

12 horas Day Nigth de Valinhos

Diante de um belo evento, bem organizado, com atletas de alto nível buscando suas metas, a segunda edição da ultramaratona 12 horas Day Night, realizada em Valinhos, no último sábado, dia 17 de Agosto, foi mais um capítulo bem sucedido escrito na história da Ultramaratona brasileira. Foi mais um grande desafio, onde guerreiros batalhavam por cada metro conquistado, posições alcançadas, havendo muito respeito e amizade entre os corredores. A prova foi realizada no parque Airton Senna da Silva, num percurso de 1325 metros, com algumas subidinhas leves, de piso rústico, de terra, areia e pedrinhas, difícil para a musculatura dos atletas. O charme eram os animais soltos pelo parque, como coelhos, patos, galinhas, entre outros, tornando um agradável visual. O grande vencedor na categoria Geral masculina, mais uma vez, foi Oraldo Romualdo, bi-campeão, que correu “sobrando”, sem adversários pra fazer frente, administrando desde o começo, fechando às 12 horas com 121,9 km rodados. Rogério Vaz chegou em segundo lugar com 113,9 km, Sérgio Menducci em terceiro lugar com 112,6 km, Delino Tomé em quarto lugar com 111,3 km, mesma distância percorrida por Adilson Ligeirinho, quinto colocado. No feminino, a grande campeã foi Gildiane Heusner, com 109,9 km rodados, superando a grande favorita Maria Claudia Souto, que após um bom começo de prova, acabou tendo alguns problemas físicos e mesmo com tais problemas, chegou em terceiro lugar, com 98 km. Nilda Claudino foi a segunda colocada, com 100,7 km. Dentre os Ultraloucos, José Antonio Parreira, após uma belíssima prova, se manteve o tempo todo na pista, terminando as 12 horas com 91,4 km, um bom resultado que serve de motivação para a preparação dos próximos desafios. Dicler Agostinetti, assim como Parreira, também fez uma bela prova, constante, terminando o tempo com 96,7 km, terceiro colocado em sua categoria (50 a 59 anos). Já Pedro Luiz, após uma queda de pressão com aproximadamente 4 horas, se recuperou e percorreu 95,4 km, terminando em quarto lugar em sua categoria (40 a 49 anos). Já minha prova (Beto Cianfarani), contei com um excelente apoio de minha equipe, composta por Aroldo Costa Neto, Fernanda Isaac, Henrique Costa e Samuel Cestari, que me deram total ajuda, fazendo um controle glicêmico a cada 5 km, me auxiliando em tudo. Após quase 11 horas correndo entre os 5 primeiros, tive uma queda de rendimento, impossibilitando a briga por um lugar no pódium geral masculino, terminando em sétimo lugar geral masculino e segundo lugar na categoria 30 a 39 anos, concluindo a prova com 107,3 km, uma “luz no fim do túnel”, após várias provas com baixo rendimento, sofrendo com problemas físicos. O evento contou também com as categorias Duplas e Quartetos, que deram velocidade a prova. Agradeço a Aroldo Costa Neto, pelo treinamento que vem mostrando resultados e todo apoio em todos os aspectos da prova. Agradeço aos integrantes de minha equipe de apoio por todo esforço e dedicação, aos meus companheiros “ultraloucos” de prova, por toda amizade e companheirismo. Muito obrigado ao meu Senhor Jesus Cristo, luz da minha vida, meu caminho a seguir, pois sem ti, Senhor, nada seria! Até a próxima aventura.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Ultra Desafio 50 Milhas - Etapa Morungaba 2013

Quando alguém aceita enfrentar um desafio de 50 milhas, aproximadamente 80 km, já é esperado por este encontrar muitas dificuldades, principalmente quando tal prova é classificada como corrida de montanha. Mesmo já prevendo tais dificuldades, todos aqueles que encararam as 50 milhas de Morungaba, organizada pela Ultra Runner Eventos, foram surpreendidos pela extrema dificuldade, frutos das “destruidoras“ subidas e do forte calor, que fez no dia da prova.  O vencedor no masculino foi Oraldo Romualdo, com o tempo de 8 horas e 51 minutos, 11 segundos apenas do segundo colocado, Ornaldo Fernandes de Lima. Reinaldo Tubarão em terceiro lugar, com 9 horas e 04 minutos, Delino Tomé em quarto com 10 horas e 46 minutos e José Roberto da Silva em quinto, com 10 horas e 48 minutos, fecharam o pódium masculino. No feminino, a grande vencedora foi Marcia dos Santos, após 10 horas e 55 minutos de muita luta. Entre os Ultra-loucos, Pedro Luiz terminou a prova após 11 horas e 57 minutos, ocupando a 8ª posição geral masculina. Outro a completar a prova foi Gecier Gomes, com 13 horas e 39 minutos, terminando na 15ª posição geral masculina. Dicler Agostinetti e José Antônio Parreira também enfrentaram o desafio, mas acabaram abandonando a prova, motivados pelo forte calor, automaticamente pelo grande desgaste nas intermináveis subidas. Se uma ultramaratona visa chegarmos a nossos limites, com certeza as 50 milhas de Morungaba alcançou o objetivo. Parabéns a todos os guerreiros que enfrentaram este grande desafio.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Um guerreiro no IRONMAN Brasil 2013

Acostumado com as inúmeras dificuldades proporcionadas pelas ultramaratonas, estando sempre entre os melhores, Agnaldo Sampaio resolveu encarar um novo desafio, tão difícil como sua modalidade, determinado a cruzar a linha de chegada de toda maneira, o Ironman Brasil, realizado em Florianópolis. O Ironman é um triátlon de longas metragens, praticado por atletas de extrema resistência. Na natação, os atletas percorrem cerca de 3,8 km, tendo na sequência 180 km de ciclismo, finalizando a prova com 42 km de corrida, uma maratona. Percorrer isoladamente cada um desses itens já seria uma batalha duríssima, quanto mais os três de uma só vez. Sabendo do tamanho do desafio, Agnaldo não conseguiu se preparar de maneira que queria , mas iria usar toda sua experiência para cruzar a linha de chegada, além do que seria seu maior medo, a natação. Sem obter o hábito de treinar natação, ele sabia que seria na água seu maior desafio, superar o 3,8 km de natação, ainda no mar. Agnaldo contou com o apoio e orientação de Marcelo Ramos, o China, atleta que várias vezes completou o Ironman, além de outros triátlons. Após muita luta nas águas, o guerreiro Agnaldo Sampaio, completou a parte de natação, após 1 hora e 58 minutos, tirando um “piano” das costas, pois o pior havia passado. Mesmo saindo entre os últimos da água, no início do ciclismo percebeu que estava recuperando muitas posições com o passar do tempo. Terminou a parte do ciclismo após 7 horas e 40 minutos, restando a parte que tanto domina, “apenas” 42 km de corrida, uma “sobremesa” para alguém que esteve tanto tempo em situações pouco praticadas. Motivado e emocionado em alcançar mais um grande feito em sua carreira esportiva, Agnaldo Sampaio concluiu os 42 km em 4 horas e 15 minutos, 14 horas e 22 minutos no total, mostrando que a resistência, independente da modalidade, está em sua raiz. Parabéns Agnaldo Sampaio, por mais este desafio concluído!

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Ultramaratona Bertioga - Maresias maio 2013 - 1ª Etapa


Assim como muitos tabus em vários esportes, no último sábado, dia 18 de maio de 2013, caiu em Maresias um destes citados, no “mundo” da ultramaratona brasileira, com a vitória do grande ultramaratonista Sinval Moreira, detentor de várias conquistas da modalidade pelo país, após muitas edições terminando em segundo lugar, finalmente venceu a categoria solo da maratona de revezamento Bertioga-Maresias, superando seus adversários, concluindo os 75 km em 6 horas e 02 minutos. Tudo apontava que a vitória não apareceria, devido a vários contra tempos (citados em um relato a parte em nosso blog), onde Sinval se encontrava sem carro de apoio na prova, dificultando sua trajetória nas areias pesadas das inúmeras praias que ligavam a praia do Forte, em Bertioga até a “pomposa” praia de Maresias, em São Sebastião. Cerca de 20 segundos antes da largada, fui (Beto Cianfarani) cumprimentar Sinval e lhe desejar boa sorte, quando ele, entristecido pela falta de suporte, em lágrimas, me contou o que lhe acontecera, pensando que não seria possível lutar pela vitória. Como tudo tem seu destino certo, Sinval venceu as câimbras e com o apoio de seus cunhados que estavam de bicicleta e de seu filho, que pegou carona no carro de apoio do grande ultramaratonista Paulo Fonseca, bi-campeão da prova, teve seu suporte durante toda corrida, cruzando alinha de chegada em primeiro lugar. Em segundo lugar, veio Sérgio Mentucci, com o tempo de 6 horas e 10 minutos. Pela sexta vez no pódium, Paulo Fonseca, após brigar pela liderança durante boa parte da prova, terminou em terceiro lugar, com 6 horas e 13 minutos, mostrando uma impressionante regularidade no evento. José Pedro da Silva em quarto lugar e Ronan Domingos Damião em quinto, com 6 horas e 25 minutos e 6 horas e 26 minutos, respectivamente, formaram o pódium desta disputadíssima categoria solo masculina. Já na categoria solo feminina, mais uma vez, a vencedora foi Maria Claudia Souto, com o tempo de 7 horas e 4 minutos, vencendo a prova pela sexta vez, uma incrível hegemonia no evento. Quem esteve também presente, foi Ronaldo Roque, contando com o suporte de sua esposa Elaine e sua irmã Raquel, concluiu a prova pela terceira vez, fazendo seu melhor tempo entre os três, 7 horas e 48 minutos, mantendo um bom ritmo desde o início, vencendo a fadiga muscular que lhe atrapalhou nas edições anteriores. Já minha participação na prova, foi marcada por mais uma vez a força de vontade, minha em superar a fadiga muscular e as várias quedas de pressão, e também da minha equipe de apoio, formada pelos meus irmãos Pedro Luiz e Dicler Agostinetti, que além de me fornecer meus suplementos, correram durante muito tempo ao meu lado, me incentivando a seguir em frente, mesmo quando o desgaste me destruía. Terminei a prova em 7 horas e 6 minutos, perdendo muito tempo na serra de Maresias, sem condições de correr, subi por quase todo tempo caminhando, me arrastando, terminando acima das sete horas de prova. Esforcei-me ao máximo, conduzido por Jesus desde a largada. Mesmo sem condições favoráveis de correr tal prova, venci as adversidades, mas a força não era minha e sim de Deus. Obrigado Senhor, pois sem ti, nada seria. Obrigado a todos que estiveram nos dando forças, sejam elas pessoalmente ou até mesmo por mensagens e ligações, superando os km ao nosso lado. Parabéns a todos os guerreiros que estiveram nesta prova, em mais uma amostra de bravura, em mais uma ULTRAMARATONA. Nos vemos por aí!!!


quarta-feira, 15 de maio de 2013

A bela Bertioga-Maresias!


A cada edição que passa, fica mais difícil estar entre os primeiros colocados, mais ainda chegar em primeiro, na charmosa ultramaratona “Bertioga-Maresias”. Novos e fortíssimos nomes ingressam em cada ano na prova, aumentando cada vez mais o nível do evento. A prova sempre teve como foco principal a categoria revezamento, em várias subdivisões, em masculino, feminino e misto, revezando em 3, 6 e 8 atletas. Mas nos últimos anos, a procura pela categoria solo (aqueles que encaram os 75 km sozinhos) vem crescendo em quantidade e qualidade. As inscrições da categoria solo esgotam nos primeiros dias, deixando muitos atletas de alto nível fora da corrida, tamanho a procura pela prova. Se o céu estiver aberto, dificulta pela alta temperatura, se estiver chovendo, a areia molhada, fica “pesada”, tornando a vida dos corredores mais difícil. Tempo nublado e sem chuva, nunca aconteceu (não que me lembre). O fato é que vai ser mais uma batalha para os “guerreiros das longas distâncias”, com sol ou chuva. Estarei presente (Beto Cianfarani) nesta aventura, objetivando cruzar a linha de chegada, independente de qualquer tempo de conclusão, tendo a certeza de que vou me esforçar ao máximo, em cada passada, agradecendo a Jesus, por me dar forças para alcançar e praticar essa modalidade que tanto gosto. Boa sorte a todos!

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Ultra Runner 100 km - Praia Grande 2013

Desbancando os favoritos, Fabio Rodrigo Machado venceu a 3ª edição dos 100 km da Praia Grande, realizado no dia 27 de abril. Superando os até então favoritos pra vencer a prova, Oraldo Romualdo, atual campeão das 12 horas No Limit, realizada na mesma pista dos 100 km e Harry Serrão, vencedor da 2ª edição dos 100 km em 2012, Fabio conquistou uma brilhante vitória. Oraldo assumiu a liderança nas primeiras horas, mas com o passar do tempo, Fabio acabou o ultrapassando, seguindo até o fim, vencendo os 100 km com o tempo de 8 horas e 33 minutos, deixando Oraldo com a segunda colocação, terminando a prova em 8 horas e 42 minutos. Já Harry, acabou abandonando a prova com 63 km rodados, após 5 horas e 53 minutos de luta. Na terceira posição ficou Urbano Dario, com o tempo de 9 horas e 16 minutos. Raimundo Bernardo de França na quarta posição com 9 horas e 51 minutos e Gláucio Monte-Mor em quinto, com 10 horas e 6 minutos fecharam o pódium masculino. No feminino, mais uma vez, Maria Claudia Souto acabou levando a vitória, a segunda em três edições da prova, com o tempo de 10 horas e 26 minutos, confirmando a boa fase. A segunda colocada foi Siria Bitencourt, com 11 horas e 54 minutos de prova, sendo apenas as duas a concluírem os 100 km. Já na categoria 50 km, o vencedor masculino foi José Virginio de Moraes, com 3 horas e 34 minutos de prova e no feminino, Cissa da Silva, com 4 horas e 38 minutos os 50 km. Dentre os ultraloucos, Gecier Gomes com 5 horas e 48 minutos e Ronaldo Roque com 6 horas e 26 minutos, ambos na categoria 50 km, marcaram presença, demonstrando muita raça no forte calor que fez na prova. Já nos 100 km, Dicler Agostinetti rodou 83 km nas 12 horas limite, permanecendo na pista por quase todo tempo. José Antonio Parreira percorreu 54 km, buscando uma melhor forma física para buscar seus objetivos, demonstrou a valentia de sempre. Já meu irmão, Pedro Luiz, sentiu uma lesão na coxa direita logo na primeira hora, ficando quase impossível concluir os 100 km, direcionando seu foco no auxílio de minha prova, importantíssimo na minha trajetória, percorrendo 52 km no fim das 12 horas. Minha prova foi sofrida, com o corpo comprometido, numa forma física precária, senti um grande desgaste por volta de 60 km, sofrendo muito nos últimos 40 km. Meu corpo estava coberto de sal logo nas primeiras 3 horas.  Nos últimos 15 km, Pedro Luiz me acompanhou, incentivando-me, me arrastando até a última volta. Em partes, me dava uma certa tristeza em ver que estava sem qualquer condição de brigar por um lugar no pódium, mas o fato de ter ido em frente, não ter desistido, enfrentando aquele mal estar e mesmo num tempo alto, concluindo a prova em 11 horas e 13 minutos, foi maravilhoso. Terminei em décimo lugar geral masculino, primeiro lugar na categoria 30 a 34 anos, conduzido por Jesus Cristo, nos momentos mais difíceis. Valeu todo esforço, terminei os 100 km, venci minhas dificuldades. Dedico a ti, Senhor! Muito obrigado a todos que estiveram presentes neste evento, tanto no suporte, quanto encarando os quilômetros... Até a próxima!

quarta-feira, 17 de abril de 2013

ULTRA RUNNER 100KM PRAIA GRANDE


Sol e muito calor...esses seriam os ingredientes para um proveitoso sábado no litoral Paulista. Mas não para os guerreiros que vão enfrentar a terceira edição dos 100 km da Praia Grande, que será realizado no dia 27 de Abril, na pista de atletismo do Polo Esportivo Leopoldo Estácio Vanderlinde, na cidade de Praia Grande. A ultramaratona realizada em pista de atletismo é, sem sombra de dúvida, uma das mais estratégicas provas entre as mais diferentes provas, por oferecer ao atleta a visualização de seu adversário em todos os momentos, verificando seu ritmo, suas interrupções, suas câimbras e até mesmo seu desespero. Impossível não citar a primeira edição das 24 horas dos Fuzileiros Navais, percorrida em pista de atletismo, realizada em 2008 no Rio de Janeiro, quando Vanderley Pereira estava em segundo lugar, 4 km atrás do primeiro colocado, faltando pouco menos de duas horas para acabar. Vanderley, em uma sonora recuperação, foi tirando volta a volta a grande diferença que lhe separava do primeiro colocado, incendiando aqueles que lá estavam, dando pra ver o desespero do até então primeiro colocado, vendo Vanderley pulverizar a gigantesca diferença, ultrapassando, abrindo algumas voltas e vencendo aquela brilhante batalha. Tudo isso é o que apimenta uma ultramaratona em pista de atletismo, emoções que com certeza vão estar presentes na 3ª edição dos 100 km da Praia Grande, organizada pela Ultra Runner Eventos. A prova contará, além dos 100 km, a categoria 50 km, tornando o ritmo de prova ainda mais forte. Com certeza, vale a pena acompanhar. Nos vemos em mais este desafio!

quinta-feira, 21 de março de 2013

Ultradesafio 50 milhas - Campinas


Ratificando a boa fase, Eduardo Calixto faturou mais uma prova em 2013, dessa vez as 50 Milhas Decathlon de Campinas, organizada pela Ultra Runner Eventos. Mesmo com um forte mormaço, as nuvens contribuíram para uma temperatura tolerável aos atletas que lá estavam. Calixto, após vencer a Brazil 135 Ultramarathon no final de janeiro, entrou na prova realizada no último sábado, dia 16 de março, considerado grande favorito por aqueles que lá estavam, para vencer as 50 milhas de muitas subidas e descidas do trajeto. Após 7 horas e 15 minutos, Eduardo Calixto cruzou a linha de chegada, comemorando muito a vitória, após uma dura disputa com Vanderley Pereira, vencedor da edição de 2011, que desta vez ficou na segunda colocação com o tempo de 7 horas e 34 minutos. Harry Serrão, após toda prova ocupar as primeiras posições chegou em terceiro lugar, seguido por Áureo Adriano em quarto e Oraldo Romualdo, campeão do ano passado e recordista da prova, com o tempo de 6 horas e 45 minutos, em fechando o pódio masculino, em quinto lugar. Vale destacar, que Oraldo chegou atrasado, largando 25 minutos depois que os demais, imprimindo um forte ritmo no início, pensando em uma possível recuperação, comprometendo totalmente o andamento do restante da prova, mesmo assim chegando entre os cinco primeiros. Agnaldo Sampaio, após um forte início de prova, acabou abandonando a corrida por volta do km 60, poupando-se para as próximas provas do calendário nacional, usando o trecho percorrido como um excelente treino. Os ultraloucos estiveram presentes no evento, com Pedro Luiz Cianfarani, Dicler Agostinetti e Gecier Gomes, auxiliados por José Antônio Parreira, no carro de apoio. Após correrem juntos por boa parte da prova, Pedro Luiz acabou deixando seus dois amigos um pouco mais atrás, sendo auxiliado por outros carros de apoio que passavam por ele, na hidratação e alimentação, abaixando 25 minutos de seu tempo de 2011, fazendo 10 horas cravadas. Quase todo tempo juntos, Dicler e Gecier, cruzaram a linha de chegada de mãos dadas, comemorando a conclusão de mais uma ultramaratona no currículo, em 11 horas e 06 minutos. Quem também esteve na prova foi Regina Gastaldo, com seu carro de apoio composto por sua filha e outros familiares, superando as dificuldades do trajeto, terminando a prova com 11 horas e 56 minutos. Também participei da prova (Beto Cianfarani), motivado por dar a volta por cima após uma br 135 catastrófica. Mesmo treinando muito, e seguindo a estratégia da equipe, composta por Aroldo Costa Neto, Aroldo Costa Filho, Rogério Astolpho Perez e Luccas Arruda, mantive um início de prova cauteloso, segurando o ritmo, perdendo um pouco o contato com os primeiros colocados. Após percorrer metade da prova, percebendo o forte desgaste me engolindo, fui redirecionando minhas metas para aquela prova que tanto gosto, verificando que chegar entre os primeiros não seria possível. Minha equipe de apoio foi fantástica, me auxiliando em tudo que precisei. Após uma dolorosa reflexão, resolvi que não iria abandonar a corrida, mesmo que não tivesse mais chance de nada, dedicando cada passada a Jesus, aquelas passadas que estavam cada vez mais dolorosas pelas câimbras que me acompanharam depois do km 50. Mas o que seria aquelas dores por aquele que se sacrificou para me salvar? Nada... Terminei a prova em 9 horas e 17 minutos, após muito esforço! Parabéns aos que lá estavam, levando seus corpos ao extremo! Até a próxima.

segunda-feira, 4 de março de 2013

50 Milhas Decathlon de Campinas 2013 - Certeza de fortes emoções!


Aproximando-se de mais um desafio, este que tanto gosto, prova principal de meu calendário, às 50 milhas Decatlon de Campinas chega como uma das primeiras provas do ano, organizada pela Ultra Runner Eventos, trazendo o charme das estradas de terra de uma zona rural de Campinas, somadas com as difíceis subidas daquele terreno. Nos dois anos anteriores o clima favoreceu em partes, com chuva e baixa temperatura, favorecendo pela ausência do forte calor, prejudicando pela chuva que castigou as estradas de terra, dificultando a vida dos motoristas dos carros de apoio. A prova será no dia 16 de Março, com largada às 7 horas da manhã, tendo 15 horas para sua conclusão. Vários nomes estarão presentes nesse desafio, entre eles Oraldo Romualdo, atual Campeão, Agnaldo Sampaio, que esteve entre os três primeiros nas duas edições anteriores, Adão Miranda, atleta de várias conquistas nacionais, entre outros. Dentre os amigos Ultras, teremos Gecier Gomes, atleta experiente que vem focado pra prova, superando o desgaste da Brazil 135, realizada em Janeiro, treinado pra superar qualquer dificuldade e cruzar a linha de chegada. Vindo também de uma verdadeira guerra na Brazil 135 deste ano, Dicler Agostinetti soma a motivação pela mesma concluída em janeiro, com o desgaste físico proporcionado pelo esforço da prova, tendo cautela em seus treinos, na busca por uma corrida saudável sem perder a competitividade. Pedro Luiz Cianfarani, após servir como suporte na Brazil 135, se preparou para baixar seu tempo das 50 milhas de 2011, que foi 10 horas e 25 minutos, usando seus treinos na cidade de Socorro, que contém muitos morros similares aos da prova de Campinas, como estratégia pela busca de tal feito. José Antonio Parreira também estará presente, após ajudar Dicler como Pacer em Janeiro na Br, muito motivado em concluir mais uma ultramaratona, com sua perseverança e valentia de sempre. Boa sorte a todos os participantes da prova, que Jesus Cristo proteja a todos os presentes no evento, seja correndo, ajudando ou trabalhando na prova. Nos vemos lá! 

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Brazil 135 Ultramarathon - Relato de Regina Gastaldo


A BR135 é uma ultramaratona (135 milhas, 215Km) que começa em São João da Boa Vista (SP) e termina em Paraisópolis (MG) quase divisa com São Paulo novamente. Este trajeto é parte do “Caminho da Fé” que termina em Aparecida do Norte, onde se encontra a enorme e famosa catedral.
Partimos na quinta-feira, dia 17 de janeiro. Eu, meus dois pacers (Agnaldo e Vanderley) além de meus cunhados (Paulo e Ana) que iriam ser minha equipe de apoio durante toda a prova. Participamos também de um almoço organizado pela prova, com a premiação do melhor ultramaratonista de 2012, que era o Agnaldo. Após tudo isso fomos para o hotel tentar descansar um pouco. Marcamos para às 19:00h um jantar com os componentes das duas outras equipes da Acrimet, que também iriam participar da prova, o Beto e o Dicler. A comida estava farta e deliciosa e todos nós comemos muito bem.
Tive uma noite bem dormida, acordando às 5:45h. Pontualmente às 6:00h estava tomando o café da manhã e até comi bastante. Voltei ao quarto para então me vestir e me encher de bloqueador solar pois o dia prometia ser bem quente. A largada era próxima do nosso hotel, então fomos caminhando até lá. Com todas as fotos tiradas, fiquei aguardando a largada com o Vanderley que iria começar a corrida comigo .Milagrosamente aquela ansiedade pré-prova quase não existia e lá fomos todos nós rumo a Águas da Prata, a primeira cidade 24Km adiante. Esta primeira etapa, boa parte se passava em um terreno difícil no meio de uma mata meio fechada e com alguma lama. Encontramos o único cadeirante da prova com bastante dificuldade em passar por este trecho. A partir daí comecei a ver que todo trajeto seria repleto de subidas e descidas intermináveis, lógico pois estávamos cruzando cidades localizadas na serra da Mantiqueira. A principio achei que iria só correr, bem devagar é claro, pois eram muitos kms a percorrer; mas fui percebendo que isso era impossível, dado o aclive e declive de alguns trechos, então acabei por aceitar ora andar ora correr. A paisagem de todo o percurso era lindíssima com direito até a um banho de cachoeira entre Aguas da Prata e Andradas. Comi até manga e banana colhidos pelo Vanderley na estrada. Começou a escurecer e o cansaço foi pegando e também o medo de cair, por não enxergar direito o caminho no escuro da noite, então decidi que a noite só andaria mesmo. Fizemos uma parada em uma pousada de apoio próxima de Barra, creio eu, aonde tomei um banho, comi um pouco de macarrão e descansei por um tempo,  para logo em seguida prosseguir noite adentro novamente. Lá pelas 2h da madrugada chegamos a uma cidade chamada Crisólia, todos dormindo, um silêncio só, quando avistamos duas mulheres em frente a uma casa que nos ofereceram um cafezinho quente. Se todos não tivessem tomado um gole, eu pensaria ter tido uma alucinação.
Lá pelas 6:00h da manhã, passamos por Ouro Fino, depois das fotos em frente da “Porteira com o Menino”, da célebre música, resolvi parar em uma pousadinha bem simpática. Tomei um belo banho, descansei na cama bem quentinha (coloquei 2 cobertores apesar do calor) por 1h. Levantei as 8:00h chamando todos em seus quartos para tomar café da manhã que estava uma delicia. Comi frutas, pão, queijo, leite com café, suco de laranja e um pão de queijo quentinho que só os mineiros sabem fazer.
Paramos novamente em Borda da Mata, aonde a Ana comprou um marmitex para o meu almoço. A partir deste ponto o trajeto foi ficando cada vez mais difícil e demorado para mim, até que em algum ponto entre Tocos do Moji e Estiva em uma descida bem acentuada eu não conseguia mais firmar minha perna direita no chão. Começou a escurecer novamente e nosso carro de apoio não estava por perto. Com a ajuda do Vanderley, improvisei um cajado para conseguir andar. Eu me sentia muito bem (Dr Décio a pressão estava ótima) mas, a musculatura das minhas pernas me avisaram que todas as subidas e descidas eram demais para elas. Encontramos o Mario no caminho e tiramos algumas fotos, logo após nosso carro de apoio e o Agnaldo me fez uma massagem com Biofenac, o que ajudou bastante. Resolvi então colocar as minhas botas de treking, pois as mesmas me dariam maior firmeza e segurança para caminhar do que o tênis de corrida. E lá fui eu novamente na companhia do cajado e do Vanderley a caminho de Estiva, cidade esta que nunca chegava. Depois de muito tempo encontramos dois moradores da região e perguntamos se a cidade estava longe e eles disseram: - Estiva, é logo ali. Esse logo ali nos valeu hora e meia de caminhada. Coisa de mineiro, né!!!  Pelas contas que fizemos pelo caminho, nós achávamos que faltavam uns 30Km para terminar a prova, mas quando, até que enfim, chegamos no posto de controle de Estiva, a moça que me atendeu disse: - Agora só falta uma maratona, 42Km.
Eu achava que ela estava brincando. Não estava. Era meia noite e pouco, teriam mais 8:00h para o término da prova e dai eu avaliei:
- Estou conseguindo andar somente me apoiando no cajado e no Vanderley (o que é proibido)
- Não vou conseguir chegar no prazo nem por milagre
- As minhas pernas já avisaram que era hora de parar
- O Luiz, meu marido, e a mana Maria, querem sair de SP para me esperar na chegada às 8:00h
- Todos trabalham na segunda feira
Bem, então só me restava parar. Só que o Agnaldo já estava lá pronto com as lanternas, para ir comigo neste último trecho e todos com cara de que eu deveria continuar. Só que no meu entender, correr é um ato de prazer com responsabilidade. Eu adoro correr. Esta corrida de 215Km em serra, foi muito para o que eu tinha treinado e eu tinha certeza absoluta que o melhor para mim seria parar naquele momento. E acho que quando a gente esta convicto no que faz os outros acabam aceitando e  foi o que aconteceu. É claro que todos ficaram tristes. Depois de meia hora decidimos voltar direto para SP, sujos, suados, cansados, meio tristes, mas felizes , especialmente Eu por ter corrido, andado, xingado, rido e me aventurado por caminhos tão lindos que a gente só percebe quando se corre de corpo e alma felizes.

Parte 2
Vale a pena lembrar da torcida dos que não foram, a mana Maria, o João, amigos e parentes. O Luiz, meu marido e amigo, que sempre me apoiou em minhas aventuras meio “diferentes”. Ao Luiz Filho que apesar de não falar das coisas que faço eu sinto o orgulho dele em falar o que faço para os outros. A Natália e o Helder, não preciso nem falar, porque algumas vezes já trilharam os mesmos caminhos que os meus.
Ainda dou risada ao lembrar dos “causos” do Vanderley que fizeram o tempo passar mais rápido. Da nossa amiga “cadelinha preta” que nos acompanhou desde Tocos do Moji até Estiva, ora choramingando quando se perdia de nós na escuridão da noite . De toda música ouvida por mim nos meus IPods gravadas pelo Helder, que em alguns momentos me lembravam do Aconcagua e me davam forças para correr novamente, quando já mal conseguia andar.
Dos encontros no trajeto com o Dicler, sempre com ânimo e alegria estampados em seu rosto, de quem tinha a certeza de que foi para completar, afora sua equipe, meus amigos, sempre com uma palavra de incentivo para mim. O esforço todo do Beto e sua turma para também completar a prova, depois de tantos contratempos.
Lembro do Agnaldo pegando um jornal velho e me fazendo uma caminha no chão da estrada para eu dormir. Desculpe, mas o chão era muito duro para meu corpo dolorido e a mantinha estava meio molhada. Era realmente uma situação hilária!!!
A Ana e o Paulo, sempre solícitos, cada vez que eu pensava em querer alguma coisa, lá estavam eles, fazendo, indo atras ou tirando toda a tralha do carro, porque o que eu queria, estava lá por último de tudo. No meu entender o pessoal de apoio é quem deveria ganhar um troféu.
Se volto para completar a prova? É claro, afinal fiquei sem conhecer a ultima perna do caminho
Mario, nos vemos no caminho!!!!!!
 Regina Gastaldo

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Brazil 135 Ultramarathon - 217 km na Serra da mantiqueira


Defendendo seu título de 2012 da Brazil 135 Ultramarathon, Eduardo Silvério Calixto entrou na prova de 2013 pensando em não ter adversários que não fossem as terríveis dificuldades que a própria prova já fornece. Num ritmo muito forte, deixou todos seus adversários diretos para trás, liderando de ponta a ponta, com o tempo de 25 horas e 36 minutos, tornando-se ao lado de Adilson Ligeirinho mais um bi-campeão da prova mais dura em solo nacional. Após muito tempo, veio o segundo colocado, Reinaldo Tubarão Basseti, com 30 horas e 23 minutos, seguido por José Raimundo Barbosa, com o tempo de 31 horas e 38 minutos, na terceira colocação. A primeira mulher a concluir a prova foi Debora Simas, com o tempo de 32 horas e 50 minutos, quinta colocada no geral. Fazendo muito calor, o que fez a diferença foi a estratégia e o cuidado com a hidratação. Enquanto estava claro, em todos os dias, fez muito sol, sem uma nuvenzinha no céu, tornando o que já seria difícil em desafio extremo para aqueles que ali estavam. Dicler Agostinett, após dois anos batendo na trave, abandonando em ambas ocasiões, vendo o forte calor que fazia, resolveu mudar a estratégia e administrar o desgaste desde cedo, fazendo paradas para descanso, percorrendo os 217 km em pleno equilíbrio, sem correr muitos riscos. Após 47 horas e 29 minutos, Dicler emocionou a todos que estavam presentes, concluindo sua prova, com seu sorriso benevolente no rosto, botando sua assinatura na Brazil 135 Ultramarathon, entre os guerreiros que já passaram naquele solo. Já Regina Gastaldo, após fazer uma excelente prova, superando todos os obstáculos existentes, não suportou o forte desgaste de tantas horas em luta, abandonando a prova na cidade de Estiva, com quase 180 km rodados, mas deixando registrada sua luta durante todo tempo que esteve na corrida. Gecier Gomes, após um belo início, sofreu com a alta temperatura, tendo alguns problemas renais no decorrer das horas, custando sua continuidade na corrida. Após muita conversa com seu treinador, Gecier resolveu abandonar a Br 135, poupando sua saúde, que é prioridade na vida de um atleta. Já este que escreve, me descuidei no início dos princípios básicos de uma prova de longa distância, que é a suplementação e hidratação, pagando muito caro por isso. Minha participação relatarei a parte, mas deixo aqui registrado, que mesmo errando e pagando caro pelos meus erros, levantei todas as vezes que fui derrubado, ressurgindo das cinzas inúmeras vezes, terminando a prova alguns segundos após as 48 horas. De certa forma, não consegui o que queria, que era concluir bem a Br 135 e estar entre os primeiros, mas consegui provar pra mim mesmo que sempre é possível continuar e reverter problemas. Parabés a todos, que de certa forma fizeram parte dessa história. Até a próxima aventura!

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Brazil 135 Ultramarathon - Está Chegando !!!


Após o início de mais uma jornada, mais um ano que ingressamos, aproxima-se também uma das provas mais esperadas e temidas do calendário de ultramaratonas no território brasileiro, a Brazil 135 Ultramarathon, que será realizada nos dias 18, 19 e 20 de Janeiro, com largada em São João da Boa vista e chegada em Paraisópolis. Teremos duas provas na categoria solo dentro do evento, 48 horas e 60 horas de limites, além dos revezamentos de duplas e quartetos, que dão ritmo na prova. Esse ano, escrevo este texto com posição diferente dos anos anteriores, pois antes escrevi como atleta pacer, que acompanhava o atleta inscrito na prova, ajudando duas vezes meu irmão Pedro Luiz Cianfarani e uma vez o grande amigo Dicler Agostinetti. Juntando-se a mim, as irmãs Regina Gastaldo e Maria Helena Gastaldo também farão sua estréia na prova mais dura em solo brasileiro, na categoria solo. Dando um toque de experiência, Dicler Agostinetti vai participar pela terceira vez do desafio em busca dos 217 km, usando toda sua experiência e conhecimento do trajeto a seu favor. Após alguns anos de preparo, finalmente vou me aventurar na busca da conclusão da prova, fortalecendo nesse tempo todo, alem do corpo minha mente, peça fundamental pra encarar os desafios que a br nos impõe, com subidas arrasadoras nos intermináveis 217 km de belíssima paisagem. O treino nesses últimos meses foi intenso, com ênfase na musculação, deixando a musculatura preparada para o que enfrentarei na corrida, somados com treinos duríssimos de muitas subidas, em várias sessões no mesmo dia. O trabalho mental está sendo o mesmo que meu irmão Pedro Luiz fez em sua última participação em 2012, imaginando todo trajeto, com sua devidas dificuldades que sei que vou encontrar, sabendo que pra vencer tal percurso vou ter de suportar muita dor e variados desgastes, durante todo tempo. A organização da equipe de apoio já está em fase final, contando com o auxílio em meu carro de apoio de Rogério Astolpho Perez, Aroldo Costa Neto, Daniel Fantini, alem de toda experiência de meu irmão, Pedro Luiz Cianfarani, que vai correr comigo em boa parte da prova. Já Dicler Agostinetti, vem se preparando bem pra prova, após uma boa participação nas 24 horas de Campinas, em Novembro de 2012, alem dos seus inúmeros treinos, todos eles voltados pra Br, levando a seu favor as duas oportunidades que participou da prova, lhe dando bagagem pra driblar as adversidades. Ele terá em seu carro de apoio José Antonio Parreira, Caio de Castro e Shimpey Sunaga, todos dispostos a dar o sangue em prol do desempenho de Dicler, auxiliando em todos os momentos. Assim nos preparamos pra mais uma duríssima aventura, com ou sem experiência, mas todos determinados de levar nossos corpos ao extremo do extremo, superando todos os obstáculos que possa aparecer...Nos vemos na prova!

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Calendário de Ultramaratonas 2013


*  18,19 e 20 de Janeiro - Brazil 135 Ultramarathon - São Paulo - Minas
*  16 de Março - 50 milhas Decatlon Ultra Runner 1ª etapa - Campinas
*  27 de Abril - 100 km da Praia Grande Ultra Runner - Praia Grande
*  18 de Maio - 75 km Bertioga-Maresias 1ª etapa - Litoral Norte de SP
*  7, 8 e 9 de Junho - Ultramaratona dos Anjos  235 km - Minas Gerais
*  20 de Julho -  50 milhas Ultra Runner 2ª etapa - Poços de Caldas
*  17 de Agosto - 24 horas "No Limit" Ultra Runner Praia Grande - P. Grande
*  ?? de Setembro - 50 milhas Ultra Runner 3ª etapa - Brotas
*  19 de Outubro - 12 horas Day Nigth Ultra Runner - Valinhos
*  19 de Outubro - 75 km Bertioga - Maresias  2ª etapa - Litoral N. de SP
*  23 e 24 de Novembro - 24 horas de Campinas Ultra Runner - Campinas
*  Sem data definida -  Ultramaratona 24 horas de Fuzileiros Navais - RJ

Amigos Ultramaratonistas mandem datas de provas que irão fazer para divulgarmos em nosso calendário.